quarta-feira, novembro 29, 2006

Uma bandeira brasileira na grama
uma bandeira rasgada no mato
pedaços de pano não de um pavilhão
restos de um povo que não se vê como nação
são consumidores do mercadão
Brasil país em liquidação
pátria em decomposição no coração
de um imigrante que morreu como um cão
conduzido por um coyote no deserto do sonho
na fronteira norte sob oensolarado sal
do México.
Wilson R.Nogueira
na relva da amizade andei descalço até a primeira serpe me acordar.
kolodycz
Nada se salvara na selva do pensamento
Tempestades,e peixes comendo cajús
liberdade de correr nu e tentar
pegar peixe com a mão,comer mamão,
melão e transar na palavra doce
do linguado dela.
Deixar cachoeirar frases sem lamento
passeando no firmammento
liquido do devaneio.
A dança do peixe com o alevino da sereia
até secar o rio no amanhecer de uma prova
de ciência exata do pesadêlo concreto
do amanhecer na poça da cidade
escondida no véu do carbono
e irrigada com sangue
bem temperada com o primeiro cadáver
do poeta.
.
Reverberando reflexos fantasmas
a lagoa respira e explode em gotas de arco-íris.
Atrás, o portal florido que esconde a pedra
alva pedra de pérola negra que
alguma imensa ostra deixou
para se abrir a uma deusa
para algum pintor renascido.
O suor da nuvem salivou a relva vaporosa
para alimentar o boi de olhar ausente
olhar bovino .
wilson Nogueira

terça-feira, novembro 28, 2006

Escravidão
um prato quebrado no chão
argila manchada de lavagem
na palha da senzala ramagem
de galhos exauridos.
Wilson

segunda-feira, novembro 06, 2006

"vasos sagrados são os poetas"
Holderlin
Sagrados vasos quebrados de vinho
derramado na hera aos pés das bacantes
sedentas por
Dionísio
O vinho irrigando a terra
encarquilhada
sulcada de cicatrizes
e pegadas fósseis da deuses olvidados
cacos de crânios de cerâmica reluzindo desvalor de mercado.
O vento múrmura uma prece com sêde de ser bebida
e os céus suam lágrimas pela morte da poesia
sob a bota do mariner
as bacantes de tão bêbadas bebem gozosas até vinagre
pois a água de seus dias é nesses dis de sombras
azinhavre
em meio as ruínas dos sonhos
além da fumaça
as aves da esperança
de miragem em miragem
procuram o oásis

E BUSH ORDENA PEGUEM O MEU BADOQUE>
Wilson nogueira
Caras carestias
Tiras de carne viva valendo
um sorriso do destino
no olhar oculto do carrasco.
Sorvendo a vida na jugular
que pulsa aflita
em incêndios venais
de ferro derretido
do que dantes era um coração
de aço no inferno de Dante
diante da própria dor
a alma dança
na luz do olhar
a agonia
de ter que dar em holocausto
a própria semente germinada
á puta Pátria que sorri
enquanto ela devora e regurgita
para os porcos discursarem
Wilson nogueira
A pálida Mãe-Pátria me pariu
deu-me de beber o seu seio
o suco do seu próprio sangue
de colostro amargor
que petrificou meus ossos
e temperou o aço do meu coração
Que derreteu ao sabor das melodias dos pássaros
e,do amor sem fim da alma do rio
Não há tanto frio que parta tanto o aço
quanto a saudade de partir pródigo
do leito da pálida Mãe-Pátria.
Pátria é a palavra que sorvo
de quem sou servo e na qual sou sorvido
palavra que bebo na língua dos meus ancestrais
retorno à areia no fundo do meu rio
Volga,Amazonas,Nilo ou Tejo
a água é o berço da vida
-Ora pois o pá ,'aintao' não cagues nela
Wilson Nogueira