segunda-feira, março 12, 2007

O corpo da flor suava vinho
uva amarga de dor
ferida parida de espinhos
penetrando nos espelhos
liquidos de seiva
na saliva vermelha do amor.
A almaflamejava fumaça e torpor
no torno que tornava a tornear o corpo da dor
dos lábios da alma da pequenina flor
alimentando a fome do ferro da faca
que em frangalhos a amava
lava lavando de dor o prazer da fumaça
do perfume da trapaça
na relva-a lágrima do orvalho
navalha de sol de uma nova manhã.

Wilson Roberto Nogueira