domingo, fevereiro 17, 2013



Nos olhos espelhos paridos
a refletir o anoitecer
iluminando gotas de cristal partido
esculpindo o adolescer
a dor no molde do amor
só cicatrizes guiando novos caminhos
sorvendo a sordidez de alho no olhar
é melhor calar nas sombras a baioneta
de velhos carinhos.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O Espelho quebrado da Guerra

O soldado que jaz no estrangeiro é um cartucho vazio coberto de discursos
num saco preto.Um ataúde coberto pela  bandeira tremeluzindo  interesses
coagulados de sangue prostituído fedendo a gasolina na cotação do dia.
A carne barata a ser moída para alimentar a insaciedade parasitaria das corporações.
O soldado é uma arma e como tal está nas mãos do sistema .Foi condicionado a atirar
sem pensar na pressão da adrenalina como o gatilho de uma arma .Treinamento.
A partir do momento em que o moedor de carne é ligado.O soldado mata para não ser morto  .
E para vingar a morte de seus camaradas tudo o mais é cortina de fumaça tóxica.
Quando o tiroteio para o silêmcio explode vermelho e negro.Retornam as casas e nada será como antes.
Fadiga de material prestes a explodir deixando uma sombra vermelha na parede .Não existem vencedores
e a glória da medalha oculta  fantasmas que não dormem jamais.  Aqueles que se acreditam vencedores também estão derrotados   ,presos aos fantasmas que criou e as ruínas que construiu.

Wilson Roberto Nogueira
Nuvens ensanguentadas de pólvora
acalentam o sono da esperança.
A bandeira encarnada  germina 

Nas cicatrizes da cidade .
devorando as vísceras do silêncio 
o fantasma da liberdade.
Correntes perdidas no vazio
em cada sombra uma canção.
Revolução.

Wilson Roberto Nogueira

A cidade ferve em seus caudalosos rios de asfalto.Ela sangra
e seu pus impregna  toda a cicatriz que pulsa no abandono.
É no silêncio que ela grita e diante das luzes ,cega devora-se.
Parte da paisagem.Pontos disformes, distantes sem  valor de face

Wilson Roberto Nogueira 

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Termidor



Pinel perdeu a cabeça.
 A lâmina desceu silenciosa enquanto a multidão delirava.
do cesto até a mão do carrasco um mar de cabeças contemplava
o vazio negro dos olhos na vaga dos impulsos das pulsões coletiva
o espectro sem nome celebrava o poder da tempesta a sentença.

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Poeiras.fragmento



Nasci com poeiras na minha luz que foram se acumulando, agora não enxergo nem o foco para tirá-las, nem sei se ainda está aceso.Além de perder a visão o paladar para as boas coisas da vida.Prefiro que leiam o que escrevo .Não mais  do que uma sombra projetada na penumbra.Um lobo ,não, um rato que ruge.Se era um homem de poucas qualidades ,agora  menos ainda.A escrita é essa sombra ,que dá volume ao que é pequeno, da vós a quem já não tem forças para falar.

Sou uma gota gosmenta com rabo que deu certo. Super esperma kid !(imagine a qualidade dos outros )
é.Acaso estou vivo é para viver vivendo e não existir entre sombras.

Na verdade um caminho que se afasta quando olho , esvaziado .Uma casa de areia que   nesses quarenta anos construí.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, fevereiro 08, 2013



A vida na sociedade moderna, frenética luta para manter a cabeça fora das águas , driblando tubarões nessa urbe capitalista.Ritos de passagem, vida e morte de barcos onde habitamos ,agora no fundo dos mares .Procuramos terra firme onde construiremos novas esperanças e a noite, velhos e bons fantasmas  que não arrastam correntes mas  jamais partirão dos nossos sonhos e das nossas vidas .
 
Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Parlamento



O regimento e a tradição da casa (de tolerância ) engessa o poder nas mãos daqueles que a sabem gerir e tocam os interesses da sociedade (capitalista e tudo que ela representa ) e assim será ;a classe trabalhadora fica lá fora na esperança que seus representantes sindicalistas não esqueçam o que significa proletariado e se acomodem com as cadeiras e os bla-bla -bla, os cafés e as prebendas, que acabem dóceis cães domesticados de lideranças corrompidas.Afinal ,as condições objetivas nos tornam escravos das condições materiais. Em suma , que não sai pro chão da fábrica ou dá um pulo na senzala acaba se acostumando ao escritório e a casa grande. Todo representante do povo ,deve fazer uso apenas das escolas, hospitais públicos e ter a lembrança bem viva no suor e no sangue da ferida aberta sangrando no chão. Ora você sabe com quem está falando ? Sei , de um funcionário do povo brasileiro.

Wilson Roberto Nogueira