domingo, outubro 30, 2016


Comemora do alto o carrasco que afia a lâmina enquanto mira a multidão a delirar
Pensa.Tivessem apenas um pescoço...

Wilson Roberto Nogueira
vidro, frágil  multifacetado, como um copo quebrado  na mesa de um condenado

Wilson Roberto Nogueira

sábado, outubro 29, 2016

No corredor a japinha de cabelo azul e rosto de lua prateada acenou com um sorriso de alvorecer ."Faço pela manhã aula de reforço !"

Wilson Roberto Nogueira
Consultarei  os arquivos perdidos na poeira da desmemória qual o autor que costumava criar palavras da junção de duas formando um forte símbolo imagético.Osvaldo, Graciliano .Agora que preciso consultar as fichas à luz do meu neurônio paradista mostra-se na escuridão a imensa aridez salgada onde nada germina sem antes  volar-se .fumaça e só. 


Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, outubro 24, 2016

Dentro daquela mosca varejeira habitava a corrupção que teimavam chamar politica de resultados.
Azulescida o coprofago inseto gozava do culto de milhões de cunhas que viralizavam em cada sangue pútrido exalado das calçadas , nas vielas , embaixo da saia das vestais democráticas e supra partidárias
a a amorfa moral anfíbia alimentava-se de moscas azuis e seus cocôs dourados nas vielas da nossa democracia de pés podres.
Wilson Roberto Nogueira


mergulho de um penhasco ensaio o futuro com o vento das lembranças no rosto da memória até chegar as águas dos anos  sejam fundas. Nunca são o suficiente.


Wilson Roberto Nogueira
medra o medo diante da coragem
a coragem que deserta do medo
só resta o último salto na escuridão
o primeiro salto do penhasco
ninguém  esquece...


Wilson Roberto Nogueira
Os trapos constituíam uma segunda pele daquele resíduo humano viralateando pelas cicatrizes da urbe bêbada de pesadelos.Aedo delirante das mazelas encrustadas em seus nervos estiolados, exalava no desmazelo do existir suas vísceras .Desviveu por momentos ao pé do poste e com ele o seu guardião e irmão nesse inverno de nevascas o uivo de um cão e suas pulgas sua última morada.

Wilson Roberto Nogueira
A minha pátria é a pálpebra cobrindo a retina de sangue.O exílio do coro das cores na harmonia da memória presa no arame farpado das rosas de aço dessa pax silenciosa , as quais  sórdidas ruínas me contemplam. Esperança molhara meus pés um dia. O sol da minha pátria tratara de secar minhas caminhadas.


Wilson Roberto Nogueira
O sol secara os olhos da alma
A minha pátria é a pálpebra
cobrindo de sangue a retina
no exílio
que segue o coro fúnebre da cor
na harmonia da memória
presa às presas da memória
cativa nas farpas sidéreas
dessa pax silenciosa de ruínas sórdidas
a contemplar nos olhos Tais
onde esperanças náufragas
em ilha nenhuma pôs os pés.

Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, outubro 17, 2016

Vacilou a luz e o rosto se desfez na fumaça no casarão da memória

Wilson Roberto Nogueira

O sol secara os olhos da alma

A minha pátria é a pálpebra
cobrindo de sangue a retina
no exílio
que segue o coro fúnebre da cor
na harmonia da memória
presa às presas da memória
cativa nas farpas sidéreas
dessa pax silenciosa de ruínas sórdidas
a contemplar nos olhos Tais
onde esperanças náufragas
em ilha nenhuma pôs os pés.

Wilson Roberto Nogueira

Uma palavra nua de desafeto
Na frase riscante  da vertigem
Estiola o nervo da palavra

Na voz surda do desencanto


Wilson Roberto Nogueira 

terça-feira, outubro 04, 2016

Escombrosa vida bizarra ria enquanto desmorona sua moral mundana .

Wilson Roberto Nogueira
Na escola maternal de seu útero
voraz bebi teu néctar
minha luda.

Wilson Roberto Nogueira