Poesia é o silêncio
sangrando no cio
é o osso do ócio
é o grito do silêncio
é a sirene do espírito
em suma
é o sumo do nada
daquele que aprendeu
a nadar
nas turbulentas
marés da lua.
Wilson Roberto Nogueira
quarta-feira, julho 30, 2008
terça-feira, julho 29, 2008
cadafalso
Cadafalso
em cada falso falar
em cada olhar
que cala ao gritar
enquanto
no coração
estica a corda ao pescoço
de quem ouve com
as taças de cristal plenas de água pura.
a corda cortando e
abrindo sob os pés
o fosso do poço ao já cadáver
da amizade.
Wilson Roberto Nogueira
em cada falso falar
em cada olhar
que cala ao gritar
enquanto
no coração
estica a corda ao pescoço
de quem ouve com
as taças de cristal plenas de água pura.
a corda cortando e
abrindo sob os pés
o fosso do poço ao já cadáver
da amizade.
Wilson Roberto Nogueira
Baraticidio
Diante da beleza da flor
e de sua fragrância
uma barata
sartreando surtos
de eloquência existencial,
mediocritava atrás de
doces
podres migalhas de
barnabé oculto nas opacas lentes
sob espessas antenas
- sombras lanceiras.
Caminhava a cambalear sonhos
-meio azêdos
na torturante travessia
do cimento escaldante
de sua ex-histérica existência.
Wilson Nogueira
e de sua fragrância
uma barata
sartreando surtos
de eloquência existencial,
mediocritava atrás de
doces
podres migalhas de
barnabé oculto nas opacas lentes
sob espessas antenas
- sombras lanceiras.
Caminhava a cambalear sonhos
-meio azêdos
na torturante travessia
do cimento escaldante
de sua ex-histérica existência.
Wilson Nogueira
quarta-feira, julho 23, 2008
vitelinho
Uma mulher caminha para um canto de uma loja e deita um pacote de papelão, destes de pão.
Será oferta de algum alimento para esses panos de carne viva e sangrando deseranças? Um momento de alívio ao sofrimento tão banal ,que clama nas vísceras. Fome primal de viver... não de esperar a morte bater sem tanta dor e haja a "maldita" ou o pó do capeta. Que desdita...
Não, ela está lá, furtiva...vergonha por ser cristã caridosa? Alimentando mendigos...esses trapos imundos que a alta burguesia quer varrer para longe, construir muros, cobrar pedágio e até pagar para vê-los em outro zoológico de horrores.
Ela não, está alí, vêes ?
Não! Não é pão ou resto de comida. É um bebê recém-nascido.
Largou. Saiu. Em meio ao sangue chorava rubro mas fraquinho.
Uma cadela sem pedigree chegou, cheirou, lambeu limpando o sangue e, enrodilhada ao pacotinho humano, aqueceu-o uivando baixinho, até ser chutada e, quanto ao vitelinho, o mendigo levou para algum lugar...
Wilson Roberto Nogueira
Será oferta de algum alimento para esses panos de carne viva e sangrando deseranças? Um momento de alívio ao sofrimento tão banal ,que clama nas vísceras. Fome primal de viver... não de esperar a morte bater sem tanta dor e haja a "maldita" ou o pó do capeta. Que desdita...
Não, ela está lá, furtiva...vergonha por ser cristã caridosa? Alimentando mendigos...esses trapos imundos que a alta burguesia quer varrer para longe, construir muros, cobrar pedágio e até pagar para vê-los em outro zoológico de horrores.
Ela não, está alí, vêes ?
Não! Não é pão ou resto de comida. É um bebê recém-nascido.
Largou. Saiu. Em meio ao sangue chorava rubro mas fraquinho.
Uma cadela sem pedigree chegou, cheirou, lambeu limpando o sangue e, enrodilhada ao pacotinho humano, aqueceu-o uivando baixinho, até ser chutada e, quanto ao vitelinho, o mendigo levou para algum lugar...
Wilson Roberto Nogueira
fanatismo
Qual é o totem da tua tribo onde rende tributos,
débitos demandando dádivas debitando desejos
nas imagens projetadas jato de hedonia
a percorrer de lírios nas mal ditas preces ocultas?
Sem meditar, tiraniza em nome da liberdade
liberticida!
O teu totem tolo é a vaidade parida;
dilacerando continentes de Édens ocultos,
Cains caídos em desgraça,
vidas sobrepostas de almas, assassinas e vítimas
bebendo da víndima da religião,
partido da fé da exclusão,
da negação do Cristo ou de Alá,
vão semeando as campas
usando o nome dEle em vão.
Wilson Roberto Nogueira
débitos demandando dádivas debitando desejos
nas imagens projetadas jato de hedonia
a percorrer de lírios nas mal ditas preces ocultas?
Sem meditar, tiraniza em nome da liberdade
liberticida!
O teu totem tolo é a vaidade parida;
dilacerando continentes de Édens ocultos,
Cains caídos em desgraça,
vidas sobrepostas de almas, assassinas e vítimas
bebendo da víndima da religião,
partido da fé da exclusão,
da negação do Cristo ou de Alá,
vão semeando as campas
usando o nome dEle em vão.
Wilson Roberto Nogueira
quarta-feira, julho 16, 2008
terça-feira, julho 08, 2008
Materiais de Construção
"Fumaça e cinza e búzios e pedaços de ferro. A fumaça
de minha aldeia incendiada e do esqueleto de meu irmão,
um só grito, "Socorro ! "dentro dos búzios; e por fim, da
âncora de um barco naufragado, o ferro velho. Com isso
reconstruírei. "
Zakythinós
[De O pássaro mau, Tò Kakò Poulì ,1958 ]
Paes,José Paulo.in : Poesia Moderna da Grecia
de minha aldeia incendiada e do esqueleto de meu irmão,
um só grito, "Socorro ! "dentro dos búzios; e por fim, da
âncora de um barco naufragado, o ferro velho. Com isso
reconstruírei. "
Zakythinós
[De O pássaro mau, Tò Kakò Poulì ,1958 ]
Paes,José Paulo.in : Poesia Moderna da Grecia
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