A cada dia caía-lhe sobre os ombros pesados casacos de agonia
tão pesados que os passos das horas eram grilhões que apunhalavam
as veias da vontade de ser livre emfim .
Assim provava o sabor de saber-se vivo.
Wilson Roberto Nogueira
quarta-feira, setembro 11, 2013
Na catedral da catarse
Uma vontade sem braços para erguer a ponte de um sorriso ,
mesmo tendo seus confrades, ébrios de alegria ,tentado a golpes de ariete
arremessado as mais infames piadas .Permaneceu lá no alto de sua sisudez .
Wilson Roberto Nogueira
mesmo tendo seus confrades, ébrios de alegria ,tentado a golpes de ariete
arremessado as mais infames piadas .Permaneceu lá no alto de sua sisudez .
Wilson Roberto Nogueira
terça-feira, setembro 10, 2013
Ai de ti Haiti
Séria miséria baça lembrança, herança de grilhões.
Onde estará a luz da tua liberdade,presa na luz
dos teus olhos de enferrujadas baionetas?
A chama da alma presa em oferendas ,trancada na agonia.
Um povo enterrado vivo no esquecimento de estropiados farrapos de pele
de sangue sugado até a última gota pelo sacrossanto dólar.
Dilacerada cada vértebra dessa ilha em ruínas
À sombra do corpo fechado de Tontons-macoutes
terras e rochas,pneus e carne queimada
Fantasmas de ódio que se diluíram no alvorecer de um terremoto.
Manhã de sol que não trouxe esperança só o tremor das entranhas
das belas praias sangrando suas belezas de criolles naîves.
Diáspora em botes banguelas bebendo água do mar
e saciando a fome de tubarões
guerreiros que fogem do medo se atirando no abismo.
Vinténs de vidas à deriva na vaga de almas espoliadas agarradas
com as garras do desespero a um naco de esperança.
Ai de tí Haiti você está aqui entre nós em nossos corações de trevas.
rindo com os alvos dentes da vingança dilacerando os sonhos da tua raça
de bravos Toussaints e Dessalines mirando as fazendas da Louisiana e mais além
num terrível brado de Liberdade.
Brado que ora se perde no pó de ossos soprados para ressuscitar na utopia chamada Brasil
Brasil pátria embrião mercadoria de aventureiros que se agigantou no sonho para se levantar
no Continente e jamais dormir, deitando sombra em suas feridas e em cujas cicatrizes
corre vermelho o sangue do seu povo de todas as gentes de cá e de ultramar.
Refugiados da desdita que procuraram amparo nos braços abertos da estátua
do American way of live e caíram nos guettos e nas prisões .
desertados pelas ilusões procuram o calor e a verdade de dias menos açoitantes mais ao sul , no Brasil
evadidos da fome esses ébrios zumbis de introjetadas tiranias, entorpecidos pela superstição e
garroteados pela vilania de assassinos fardados, renascerão feitos de luz ,sentir-se -ão em casa
nessa terra chamada Brasil.
Bem vindos ...
Wilson Roberto Nogueira
Bala Perdida
envolvido até os ossos
na rosa de sangue o olho que nada vê
o coração sangrando na mão
o grito surdo da morte
num clarão de luz.
Na viela escura a bala perdida
pariu mais uma escuridão.
Wilson Roberto Nogueira
Os galhos secos sedentos queimam
no rubro amanhecer
crepitam na cripta gritos
tostados de ira
crispados estalos de ossos
caminham quebrando o silêncio
saudando com o sal e pão o
cimento das eras
os galhos secos das sombras
gigantes deitam chamas dançantes
galhos secos lembranças de
heranças de finas folhas de seda negra
beijando o sol nas manhãs
vermelhas.
Wilson Roberto Nogueira
a alma não ocultara a si diante
do opaco espelho das opiniões
o caráter delineara mera sombra
no empoeirado espelho
pálida vida velada de luares
invernais sobre ruínas que prometiam sonhos
alicerces de nuvens
vidros partidos de janelas que
não vêem o branco dos olhos dos dias
parindo da dilacerada visão cores
onde apenas bruxuleiam fantasmas
janela aberta ao deserto nos
olhos do abismo.
Wilson Roberto Nogueira
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