quarta-feira, dezembro 29, 2010

Os Eleitos

( Fresco da Capela de S. Brizzio, Catedral de Orvieto, 1500)

terça-feira, dezembro 28, 2010

Numa criança- mulher brotou uma flor sem nome



flor guardada num saco de estopa e enterrada



no útero da terra sob o lixo.Uma cadela gania



de fome mas não comeria daquela semente enterrada



que lutava surdamente para germinar sob o sol mais um dia.



A criança que teve a infância roubada implorava por uma pedra



daquele ao qual a estuprou ,prometeu.O fogo da fuga e do delírio



um pouco de inferno numa vertigem para ver as próprias entranhas



e cuspir na própria face por umas moedas , sexo e mais um pouco de sangue



e ácido plantando flores sem nomes de sementes secas.



Wilson Roberto Nogueira
O riso solto saltava de um coração preso e caia,


levantava e fugia cego rumo ao desespero , a loucura .

O riso era um rio onde o coração -âncora afogado se nutria .

O riso enganava a tristeza que procurava ceifá-lo no lado escuro da luz.

Por isso o riso não dormia na escuridão

olhava para dentro e lhe matava o coração.

O riso era a máscara da alma rasgada em prantos despedaçada

chorando o fogo no suor desafiando a negra consorte

vertendo vida em gotas num mar de sal.

Rir desafiando a morte esperando por melhor sorte

espera rasgando o rosto numa sombra de sorriso

em olhos cegos de tanto olhar.



Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, dezembro 07, 2010