Uns roubam por não ter outra alternativa de sustento, párias esquecidos de uma cruel sociedade urbana e industrial que lançou inúmeras pessoas a deixarem o campo para a periferia das cidades, inchando-as com as favelas.
Os favelados ex boias frias sem perspectivas de trabalho, por não terem a especialização necessária ingressam nos subempregos ou na marginalidade.
Outros porém, provenientes da nata da sociedade nascidos ou alistados nela , agem de forma sofisticada , aliviando conforme o seu poder o capital do país através de especulações desonestas no "cassino de valores ", em contrabandos vultuosos comprando a consciência e a alma da lei.Fruto do paradoxo entre uma nação potencialmente farta e uma distribuição absurda de renda e oportunidades.Da mesma forma, com idêntico rigor e imparcialidade tanto o colarinho branco, o marajá, o traficante , o criminoso pé de chinelo devem ser punidos de acordo com suas faltas; devendo o Estado punir com rigor os desvios de verbas que arrancam dos mais desamparados os remédios, os hospitais, a comida porque é no anonimato de suas barganhas que se assassinam nossas crianças.
Prisões iguais ou metam a todos , independente da cor da pele ou do colarinho, em nossas masmorras a comer lavagem que até os porcos recusam comer ou melhorem as carceragens.
Só mudaremos o país quando os homens públicos que se comportam como prostitutas do grande capital passarem a frequentar os hospitais, escolas dos mais pobres entre seus eleitores . Quando a policia passar a tratar da mesma maneira o branco dos jardins quanto o negro do alemão.
Wilson Roberto Nogueira
1996
sexta-feira, julho 31, 2015
Párias famélicos do cimento e do vidro, sombras na fumaça .Arrastam as correntes das lembranças dos verdes anos da infância até caírem nas sarjetas a beber das poças, o lodo de seus pesadelos. A felicidade de outrora ,esmagando as costas curvadas pelo peso das noites sem estrelas no martelar de seu eterno vir a ser no limbo de cada despertar .
Um passo a mais e menos uma madrugada invernal.Outra história banal a ocupar poucas linhas no jornal , seu feito. Ser atropelado é mercadoria de informação se o desvivente tem endereço social.
O jornalista chegou a redação e sua matéria não pode sair .
Wilson Roberto Nogueira
Um passo a mais e menos uma madrugada invernal.Outra história banal a ocupar poucas linhas no jornal , seu feito. Ser atropelado é mercadoria de informação se o desvivente tem endereço social.
O jornalista chegou a redação e sua matéria não pode sair .
Wilson Roberto Nogueira
O velho russo entre uma cachimbada e um trago de chá afogado no açúcar."Com a bolsa ao pescoço ninguém é enforcado " imaginava uma floresta onde banqueiros, políticos corruptos , comerciantes desonestos pendiam de árvores, enforcados mas logo brotavam da terra fértil sob seus pés ,mais e mais mandrágoras que dançavam celebrando a alma imortal do vício e da devassidão e o céu se cobria de dourada aurora de escárnio.
Wilson Roberto Nogueira
Wilson Roberto Nogueira
urbanicida automobilizado para marcar o breu do asfalto com mais uma assinatura;
só mais um corpo estendido no anonimato de uma cicatriz urbana .Nada mais banal,
não vende mais, com o sangue ,o jornal . Lei da oferta e da procura.Abundancia de mercadoria desovada nas faces da cidade o mal.É só na face da violência que explode o silêncio de mais uma sombra que se liberta na fumaça de mais uma história da cidade da falcatrua.
Wilson Roberto Nogueira
só mais um corpo estendido no anonimato de uma cicatriz urbana .Nada mais banal,
não vende mais, com o sangue ,o jornal . Lei da oferta e da procura.Abundancia de mercadoria desovada nas faces da cidade o mal.É só na face da violência que explode o silêncio de mais uma sombra que se liberta na fumaça de mais uma história da cidade da falcatrua.
Wilson Roberto Nogueira
o espectro
Segue a peça movendo a complexa máquina produzindo a mais
valia
Sugando dia a dia até roubar do céu as estrelas sufocadas
pela fumaça
Da ideologia do contentamento escravo do trabalho libertador
Segue a fome , o frio do prato do horizonte vazio
Saltando poças e dormindo ao relento na morada nua da
miséria
Segue a peça produzindo a pança dos suínos dourados
mercadolatras
Refastelando-se na ostentação sob as bênçãos da mais nova
mercadoria
A religião e o fetiche da fé na ostentação do ego da
propriedade.
Segue sobressalente o lastro da vida na angústia de um tempo
que foge
As gerações seguem solitárias na multidão anônima até que os
ossos estalem o aço de seus grilhões.
Na floresta calcificada da miséria sê veem refletidos e param com suas sombras
Encobrindo toda a máquina e esta impotente sucumbe e as
estrelas passam a respirar
A Revolução.
Wilson Roberto Nogueira
1989
sábado, julho 25, 2015
Um dia no ponto final de um burocrata.
Ofendidos, tratados , não como homens mas como escravos a suportar a sorte amarga do silêncio da voragem da miséria espezinhada sua dignidade pela sanha da injustiça do despotismo de uma classe dirigente incompetente e insensível as profundas angústias de seu povo.
A implosão das vísceras da massa imensa de humilhados e ofendidos desacorrentados pelo assassinato de suas esperanças reagem como bestas feras contra o chicote dos tiranos . O sangue do opressor mistura-se a terra sedenta daquela nação de escravos que vagam cegos pela luz da liberdade para fora da caverna da tirania.tropeçam nas pedras mas persistem .
Fora da caverna da exploração o paraíso da igualdade onde pelo trabalho de homens e mulheres livres a colheita da prosperidade no útero da Utopia a esperança de nascer carne e sangue uma nova humanidade.
Séculos de látego abrindo como heranças canais de sofrimento agora alforrias onde a liberdade , a igualdade e a fraternidade celebram nas fábricas e nos campos o hino solar da nova Humanidade.
Templos ao trabalho foram erguidos e generosas colheitas cevaram a fome de novos sonhos até ceifarem os sonhos para plantar cadáveres parindo de discursos a terra .Os discursos ocos espalham baratas ,só burocratas e seus números de canetas cegas cortando meias verdades produzindo meias vidas e novas correntes de aço e propaganda.
Discurso de um burocrata que procurava se suicidar com vodka seus sonhos armados de pesadelos.
Wilson Roberto Nogueira
A implosão das vísceras da massa imensa de humilhados e ofendidos desacorrentados pelo assassinato de suas esperanças reagem como bestas feras contra o chicote dos tiranos . O sangue do opressor mistura-se a terra sedenta daquela nação de escravos que vagam cegos pela luz da liberdade para fora da caverna da tirania.tropeçam nas pedras mas persistem .
Fora da caverna da exploração o paraíso da igualdade onde pelo trabalho de homens e mulheres livres a colheita da prosperidade no útero da Utopia a esperança de nascer carne e sangue uma nova humanidade.
Séculos de látego abrindo como heranças canais de sofrimento agora alforrias onde a liberdade , a igualdade e a fraternidade celebram nas fábricas e nos campos o hino solar da nova Humanidade.
Templos ao trabalho foram erguidos e generosas colheitas cevaram a fome de novos sonhos até ceifarem os sonhos para plantar cadáveres parindo de discursos a terra .Os discursos ocos espalham baratas ,só burocratas e seus números de canetas cegas cortando meias verdades produzindo meias vidas e novas correntes de aço e propaganda.
Discurso de um burocrata que procurava se suicidar com vodka seus sonhos armados de pesadelos.
Wilson Roberto Nogueira
terça-feira, julho 21, 2015
Na Repartição
Na repartição o esporte apreciado era a ironia venenosa; a cooptação de almas pela compra não fiduciária de projetos de ocasião.A adesão á mesquinharia fazendo do cotidiano uma escalada estéril de micro-poderes ilusórios . Esgrimas de necrófagos sob a névoa .. Dentro de cavernas em tribulações compulsórias arrastam-se escravos de pesadas correntes a mirar espadas sob suas cabeças comprimidas .
Wilson Roberto Nogueira
Wilson Roberto Nogueira
Um grande exorcista dos meus demônios é uma folha de papel. Entrei na morada com móveis velhos revirados.A disputa pela mobília uma vida de conflitos.Velhos baús de uma vida de retalhos à desnudar se na nevasca.ela usou os retalhos de sua alma para a(s)cender a sua alma uma fogueira que a pudesse aquecer do seu útero um feto que exalasse as ruínas de seus pesadelos .
Wilson Roberto Nogueira
Wilson Roberto Nogueira
Um grande exorcista dos meus demônios é uma alva folha de papel.
A porta onde entrei na casa de móveis virados carcomidos miravam conflitos .
Velhos baús onde sepultos velhos retalhos sonhavam sonhos de sangue
Sob a mesa o leito de insepultos desejos alimentando correntes de angústias
Vidas nuas nadando sem asas nas nuvens sem acarinhar formas só sombras
Nuvens em nevascas logo fechando portas aos passos que não brotavam mais
ruínas de incêndios contando nas labaredas do silêncio a lágrima da alma..
Wilson Roberto Nogueira
A porta onde entrei na casa de móveis virados carcomidos miravam conflitos .
Velhos baús onde sepultos velhos retalhos sonhavam sonhos de sangue
Sob a mesa o leito de insepultos desejos alimentando correntes de angústias
Vidas nuas nadando sem asas nas nuvens sem acarinhar formas só sombras
Nuvens em nevascas logo fechando portas aos passos que não brotavam mais
ruínas de incêndios contando nas labaredas do silêncio a lágrima da alma..
Wilson Roberto Nogueira
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