domingo, abril 22, 2018

Preconceito e xenofobia

Cada passo uma caminhada encarcerada num sujeito sem rosto que procurava uma face no espelho do outro e aos tropeços só conseguia sentir o sabor da dor e do sangue."Como encontrar no outro o reflexo de quem sou ? " É melhor para de arrastar o peso da incerteza e da busca da palavra -ponte na boca de outras cores ou a tradução das fibras nos intestinos de quem não queremos ver. Nossos fantasmas se agigantam nas sombras do que ignoramos, o outro veste-se de espinhos e chagas.Cavalgamos nosso ódio em direção a essa figura que invade a janela de nossos lares ameaçando invadir.
O que é a alteridade além do mugido dos fracos a rasgar as fronteiras de nossas consciências míticas .Segregar , compartimentar assim como congregar no odiar é tão mais empoderador como ser uma partícula de tsunami numa torcida de futebol ( ou num templo ), onda humana avassaladora .Incandescentes flechas de ódio projetando-se pelo poder do anonimato, manada de bestas feras se lançando  ao abismo.Parideiras de frutos tumorosos  que urgem sangrar nos amanheceres sombrios.

Cuidado com o fascismo ele mora em todos nós aguardando devorar nosso idealizado altruísmo, generosidade e igualitarismo. Muitos acreditam ainda serem cristãos , mas amam odiar o próximo e usam a bíblia como se fosse o Mein Kampf.

Wilson Roberto Nogueira

indiferença


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uUm fogo que queima feito gelo







Faraó do alto Lindóia

Um Macunaímico ser, artífice de seu próprio mito presenteava com as vísceras de sua deteriorada alma os convivas daquela sala com a sobeja refeição de imundície sorviam entorpecidos ou em delírio até descerem pelo ralo.

Wilson Roberto Nogueira

A banalidade do mal é faze-lo como que estivesse fazendo o bem.


Um diretor convicto,que afirma o seu dever de zelar pela escola cassando as aulas de um professor, por estar o administrador máximo preocupado pela saúde do professor; que reconhece os esforços do professor em ser um melhor profissional do que foi; mesmo assim.
Um Eichmann, um  burocrata  patriota, zeloso pela instituição do Estado (talvez seja por isso que no turno da manhã existam tantas salas apinhadas de alunos enquanto a tarde só existam sombras de potenciais alunos ), um diretor de uma escola  de  Curitiba Reich. Cinismo? não. Convicção
Recomendo ao nosso líder o livro de Hanna Arendt " Eichmann em Jerusalem. o mal não é espetaculoso e sanguinolento, ele é corriqueiro , banal no cumprimento cego de cotidianas normatizações sem questionamentos, só por cumprimento de um dever para com a Instituição, escola ( cassar aulas de um professor sem dar a mínima se ele não puder mais pagar a pensão ou as contas, se ao procurar aulas ele terá que perder outras  )ou Estado.
A fé cega na delação premiada de alunas ou alunos sem ouvir, sem levar em consideração a palavra do professor.Faz com que eu me sinta como os pais de minha avó paterna, um Jud , Herr  Director.

Wilson Roberto Nogueira

P.S. O texto acima é uma ficção .

sábado, abril 21, 2018

Somente a sombra segreda


o que o sonho revela

na leitura do dia

em algum cofre mal fechado

da alma

no espelho do olhar.



Wilson Roberto Nogueira
Arqueja no espelho da memória um animal ferido que lambe asperamente suas cicatrizes,
a dor lateja na lembrança e derrama quente seu rubramor que encontra morada na
mordida de vidamante no horizonte que cobre-se de Noite nesse espelho- nuvem,
que é a memória a qual insiste em trovoar velhas discussões acerca do vivido e do sonhado.
Acordar no disfarce da manhã a surgir outra embora sendo a mesma. Rotina que rói o a tela da memória e esquece de apagar as dores ,sinais de novas tempestades
mesmo quando o sol esqueceu de dormir.



Wilson Roberto Nogueira
Na íris um arco pálido oculta no baú da alma uma íris multi cinzas
mirando o passado esse lugar estrangeiro que se comunica com o presente
num alfabeto repleto de linhas de nanquim apagadas.

Wilson Roberto Nogueira







sexta-feira, abril 20, 2018

Um cofre onde são depositadas as vísceras d´alma d'outro e não só o coração
onde reside a difícil substância que ninguém quer d´outro beber.
é fácil tomar o néctar da felicidade forçada para não desagradar outrem com o peso da vida.
é o cofre onde se deposita o lodo negro doutr'alma e a decanta, e a torna,aos poucos
cristalina, refletindo a luz enfim.
Um cofre a guardar a  pesadalma e a torná-la leve pela lealdade.

E fácil ser superficial em mornos tempos líquidos.


Wilson Roberto Nogueira