sexta-feira, novembro 29, 2019

Rios de lava lavam em fogo liquido meus amanheceres.
Sofrer é aprender.


Wilson Roberto Nogueira

madrugada

O amanhã surge em revoadas de lembranças baças e vãs

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, novembro 06, 2019

O juridiquês

Fonte : Folha de São Paulo , 23 de janeiro de 2005

Queirais, desejais acima do que vos pertence a própria existência,
 viver em função de cortejar eternamente vossa felicidade,
 que eternamente ela não tenha feliz idade,
muito menos luz vida própria, sem vós ela inexiste
Se dissolvida de vossa vida ,divorciada de feridas  neste desditoso chiste
Acossado  e condenado vais seguindo a existir acorrentado na existência
Sem plenamente viver a vida amante fogosa da duração ordinária da vida
Partis na glacial existência sem o aquecer entre os seios da vida
Sem saber se o sabor é amargo ou doce ferida
Insipida , inodora e incolor cruel sina maldita
Tu pensas logo existes , mas existir somente te enlouqueces
Pensais portanto e sabeis o quanto sofreis por saberes
Saber que a vida não é só um passar de dias aguardando
O nascimento eminente da morte.

Wilson Roberto Nogueira

Ossos do ofício



Um cabra que saiu a cata de animais para a universidade ”Ao preço de trinta reais”,vê estudantes analisando fêmures e conta que, em sua terra, seus filhos brincavam com ossos simulando espadas até que, um dia, o dono veio do além, para reclamá-los.

- DEVOLVAM MINHA PERNA !

Daí os bacurís jamais tocaram em ossos , sequer aqueles de galinha .

Wilson Roberto Nogueira


Eis o que sois.
Ora pois , lusitano é o que sois na eterna contradição, entre o “fazeire” e o” falaire” do politico é o que a devorar vossas  entranhas te governa . Percebas tu  para não caíres em palpos de aranhas ;uma de vossas façanhas:  Direis que o melhor “a fazeire” é os anéis da mão a viajar para às do assaltante do que deixar no alagado chão a mão intransigente a convencer o meliante que tens razão .

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, novembro 05, 2019

Os Pixotes (texto incompleto )



Destruídos pelo desemprego e pelo alcoolismo , os pais em muitas ocasiões descontam suas frustrações nos filhos , espancando-os . Um dia esses menores deixaram suas famílias em colapso para desaparecerem nas ruas . A violência das ruas torna-se menos contundente do que aquela recebida dos pais .

Nas ruas brincam como crianças , amam como adultos , cometem pequenos furtos e chegam a matar como bandidos . Neste meio, tornam-se revoltados e violentos , indiferentes à própria vida. Eles são frutos de um sistema social injusto, concentrador de riquezas e oportunidades. Parte de uma massa desassistida pelo Estado , renegada pela sociedade.

Esses pés descalços ,desnutridos  e embrutecidos meninos e meninas , parte considerável de milhões de brasileiros que em bandos cada vez maiores , vagam pelas metrópoles .
Nos cantos das calçadas , em baixo de pontes , nos bancos das praças , nos degraus das igrejas , encontram onde dormir , como cães sem dono . Se lavam nos chafarizes e nos rios , onde além de fazerem a higiene corporal , também urinam e tomam água .

Carentes de dignidade , de um lar , de instrução , saúde , alimento e afeto; sem poder entrar no mercado de trabalho , continuam tendo seus direitos vilipendiados por um Estado, o qual desobedece suas próprias leis sociais, o governo é hipócrita diante de seu próprio povo, mantêm como párias intocáveis estes marginais, estivessem eles sobre a legitima assistência e proteção, não teriam como destino serem vitimas dos esquadrões da morte , não iriam parar nas geladeiras do IML, teriam isto sim , suas vidas salvas por escolas dormitórios com canchas de esporte e ensino profissionalizante, alimentadas  e saudáveis , úteis a comunidade.

Enfim porque pagamos tantos impostos ?para sermos assaltados ?Quem nos rouba  mais , o ladrão comum ou um governo corrupto e incopetente ?

Wilson Roberto Nogueira  .
12/08/1991.



sexta-feira, novembro 01, 2019

Um dia de sol

        Uma casa com altos muros de pedra escondia um atormentado jovem, desiludido com a vida e sem perspectiva de futuro.Com o seu ar blasé ,deambulava pelo quarto após ter sido arremessado à  cama de um sonho mal sonhado, uma morte cortada com o despertar exaltado . No quarto  cinzelava os dias na penumbra esfumacenta de recordações mal postas, perscrutando o vazio pesado daquele instante .
        Coberto com os trapos transformados numa segunda pele , os chinelos calçaram seus pés um pouco mais reticentes que antes. a tenebrocitante  aventura de sair do quarto e reler as páginas pétreas de roseta de seus serparentes . Resmungos , grunhidos  e ausentes nas máscaras do dia, olvidaram no antanho suas personas.
       Antes da carcaça ,a sombra do humo pútrido imaginado pelo olor de urubu eviscerado ,vulturina criatura desavisada de si, deslembrada da gregária condição humana.Temperadas sensações inspiradas pelo mofo, bolor , suor e adjacências . Só a macróbia no canto do salão acendia uma estranha luz nos olhos negros de cadáver ,babava pedindo gorgonzola com linguiça na pizza que julgava estarem sonegando, "criminosos cruéis ."
      O vulto que desertara de sua catacumba ,com bigode tal qual pernas de barata e barba como raízes mortas de uma árvore arrancada , o rosto escondido entre feridas e cicatrizes  apontavam no corpo do hóspede involuntário do destino o próprio hoje daquela mansão em prantos  e daquela família em ruínas.
     Almoço como sexo prostituído ligeiro e comprado por droga barata cujo vôo ao inseto faria mercê.Comeu como quem vomita para alguma lata de lixo.Assim foi , espectro abissal de descoragem diante da incertitumbre do Ser que não se reconhece devedor do viver.
    Inúmeras vezes cego no desarazoado de idéias que o encarceravam até o momento, da chave do seu viver lembrava-se de si quando do outro lado do telefone ouvia a vós de Adela .Uma noite saiu no breu da noite iluminado pela chuva  e caminhou até a noite que o habitava transforma-se em um dia de sol embaixo das ferragens de um carro.


Wilson Roberto Nogueira
Guardar dias para o futuro
é sempre  a grande tolice 
o juro é sempre a velhice
e de que adianta  esse  juro
se o índio mais queixoduro
o tempo amassa no assédio
gastar é o  melhor  remédio
no repuxo e  na   descida
porque na conta  da vida
não adianta saldo médio.

Jayme Caetano Braun

A massa moldada na barbárie

O ato de refletir sobre a sociedade com o intuito de diagnosticá-lo ou para dar os insumos teóricos na luta para transformá-la requer que o tempo para tal não seja sequestrado e não esteja acorrentado a engrenagens do trabalho , o qual liberta o homem de sua liberdade.
O trabalho socialmente produtivo igualmente distribuído muito foi assassinado pelos liberticidas do Deus Mercado nos fornos crematórios da mais valia,  a qual  não mais acumula capital concretamente produzido, e sim  capital baseado na produção fictícia de valor , a rentista, operando buracos no valor de face do trabalho , esgarçando o tecido social até arrebenta-lo  em revolução .
Daí o Estado surge no exercício nefasto da necro-politica que é administrar quem deve ser triturado e virar resíduo social , eliminado da cidadania e de sua existência .O trabalho do Estado a serviço da casta rentista associada a aristocracia togada e os despachantes de luxo da engenharia econômica depuseram a burguesia domesticando o animal empreendedor liberal ou com responsabilidade social e sua narrativa desenvolvimentista , agora correm para , como suínos do passado engordarem de dinheiro virtual suas ganancias  sem perceber que eles próprios perecerão.
a própria estrutura do capitalismo se retroalimenta de crises que só evolui devorando as crises sociais e econômicas passadas , necessitando do Estado quando não das milicias e das frações de trabalhadores da morte e da repressão  lumpem ,algoz e vítima , a massa moldada na barbárie.

Wilson Roberto Nogueira

01/11/19 do segundo milênio cristão.

o prêmio Asnix com a obra de estréia do juíz Dagoberto Góis

Sucesso na Europa e no Brasil , o celebrado escritor Dagoberto Junqueira de Góis Amaral ,magistrado e membro da Academia  Uruburetamense dos Contrafortinos de Letras  é o entrevistado do jornal Maranhão do Amanhã.

  -Como te sentes por ter sido galardoado com o prêmio Asnix com a sua obra de estréia ?
  
-Bem , amigo Bezerra da Serra Linhares, credito a outorga do prestigioso Asnix à minha carreira junto ao "Judiciáriooô" da cidade de Uruburetama dos Contrafortes , data vênia , desta vivência extraí o manancial de que alimentara se minhas letras .Oportuno clarear para vós outros ,minha sobeja satisfação , honrabilíssimo que sinto-me  por ter sido agraciado.

  -Como surgiu a ideia do livro ?

  -Assaltou-me a razão na madrugada , após minha quarta ponte de safena quando julguei Ter com o Senhor, o livro seria o meu legado , minha contribuição à literatura do meu município , do meu glorioso estado, o  Maranhão e do meu país, o Brasil que nasceu com o nome de uma mercadoria mas é o ouro da minha existência  em nome da família Junqueira de Góis Amaral .

  - Quem o incentivou para a manufatura do mesmo ?

  - Primeiramente minha ponte e" talqualmente " o venerando desembargador Ramiro Fulgêncio dos Goitacases Linhares, meu genro, que em hora fortuita comentou sobre a  auspiciosa graça caso pudesse reunir minhas anotações em um livro de suspense policial , o livro seria denominado a fumaça do vulto na meia escuridão da vida emprestada.


 - Por que o senhor resolveu escrever um livro de temática policial?

  - Por estar mais familiarizado com o meio .

  - A reação da critica o incomoda ?

  - O julgamento do leitor é a melhor crítica , uma vez que terminamos o livro  ele se emancipa e voa para longe , e meu livro tem vendido bem, ontem na livraria Goulart Gonçalves no Shopping Góis Amaral faltou tinta para tantos autógrafos .

  - O senhor ...
   
- Linhares , podeis vós, amigo de longa data, chamar-me de Dagoberto Góis !
  
 - Ora pois , então assim será. Tu Dagoberto Góis , esperava este sucesso estrondoso  , já te acostumastes a ele ?
  
 -Minha já secular existência , ensinou a mim guiar rijo o timão da nau da vida , seja em águas calmas ou bravias . O sucesso e o fracasso são efêmeras chamas que dão a luz a espectros nas paredes mal iluminadas da desrazão da existência . A láurea não é mais do que o reconhecimento de um  trabalho bem feito, nós não buscamos o aplauso das massas  nem tememos suas pedras .

  "Ohhhhhhh, nosso prefeito !!! "
   
"Vote Juíz Góis é "nóis" no "pudê "!! "

  " Só que não...votem nos Queiróiz  "

 - Já existe projeto para um novo Livro ?
  
 - O próximo está aguardando um novo enfarte .

  - Quais são suas influências literárias , Hammet, Christie ?
  
 - Influências da literatura regional e realista , além do trabalho investigativo policial, as ocorrências registradas nos autos de infração e boletins de ocorrência e  pareceres jurídicos além da sábias análises de Nina Rodrigues e Lombroso a partir de uma ótica reversa de perspectiva é claro .

  -Em sua opinião o que faz o brasileiro não ser um consumidor de literatura ?

  - Nosso país possuí uma Argentina de párias, mais de setenta por cento sobrevivem; a classe média brasileira cada vez mais empobrecida e a elite intelectual compram livros , a econômica e a politica tantos quantos são, tais remédios do espírito é amargo para quem acostumara-se a alimentar seu cérebro a partir da caixa embotadora da televisão. Observamos nas escolas desprovidas de tudo e em nosso estado ,inclusive sem tetos, carteiras , portas imagine biblioteca ! O Maranhão do Amanhã é prioridade para ontem segundo o clã Ribamando Sarnaí há tantas décadas no (des)governo do estado .Nobre Bezerra , preciso voar para a capital agora , compromissos com o povo não são postergados .

  "Vote Juíz Góis é "nóis" no "pudê "!! "

  - Aos nossos ouvinte BOA NOITE !
  
 Wilson Roberto Nogueira

  
28 de novembro de 1995

quinta-feira, outubro 31, 2019

Woodstock


terça-feira, outubro 15, 2019


terça-feira, setembro 24, 2019

Conto Hassídico



Um hassidico , Moisheev chegou a mui caridosa Casa de Seguros da Rússia  pedir alento em forma de pecúlio para superar dificuldades, tivera sua modesta cabana criminosamente incendiada no inverno último, o mais rigoroso.

Não querendo furtar-se ao seu compromisso maior de prestar segurança material mínima a sobrevivência de cristãos ou não da comunidade e do gueto ,como é praxe solicitou ao requerente comprovantes dos imóveis e do capital perdido , recibo das mercadorias  e extratos bancários , digo notas bancárias

Como foram consumidos pelas vorazes chamas os comprovantes , a seguradora deu crédito ao penhor  pessoal do infeliz hebreu. Concedida a quantia de cinquenta rublos aos mil e quinhentos , pedidos, de juros seriam cobrados vinte por cento.

O mendigo profissional queria aplicar um golpe . Além de não ser judeu , o nome verdadeiro era   Lev  Volkinski conseguiu para si a regeneração  pelo sofrimento e pelo trabalho resultado daquele dinheiro que encontrou entre as cinzas  do seu caráter , todo dinheiro fácil acorrenta o destino ao fundo de um poço.

Wilson Roberto Nogueira.1993





Tédio



Alguém acostuma-se com o nada que transborda de vazio a sensação de vida, o peso dessa sensação que  desintegra  o ânimo  e fertiliza  a desvontade de viver  , que não seja na forma vegetativa  , parasitando uma carcaça sem  substância . Agora  livre , contempla  na íris do ontem  os sofismas da memória obliqua .

Wilson Roberto Nogueira.1993

O sinistro automobilístico



O auto em alta velocidade  queimava o asfalto  no meio do caminho à  casa  transformou-se num monte fumegante de  ferro  retorcido , carne e nervos . A imprudência suicida do motorista, cuja propriedade  desvalorizava ,afinal  foi lhe dada em ação de graças dos seus país , a gratuidade com que a levava com sigo tal indesejada dádiva  cobrou hoje seu fim. A família agradece o regalo do pecúlio da indenização  e o recomeço  sem  esse personagem.

Wilson Roberto Nogueira.1993

sexta-feira, setembro 13, 2019







terça-feira, setembro 03, 2019

Em uma lanchonete à noite



Em uma noite enluarada , estava lanchando no La Gondola enquanto esperava a hora de ir ao Cine Condor  assistir a mais um filme de sucesso do Spielberg.

No balcão degustando minha fumegante pizza de muzzarela., dois pedaços por um feliz engano , recebi três .Para quem visse o prato imaginaria me um imenso glutão ou um refugiado faminto.. Primeiro pedaço foi devorado em três mordidas; quando  me preparava para atacar o segundo pedaço , ouço uma interessante conversa sobre criação de cavalo , partindo de uma mesa próxima, o assunto abrangia desde os custos com a alimentação, criação , torneios, raças, como comprar , quando e onde cavalos de raça.

Como é de meu hábito vali-me de uma caderneta que sempre carrego comigo e do meu lápis , anotei os tópicos mais interessantes . _ minha mania de jornalista.

- Deixei esfriar o segundo pedaço .Percebi que uma garota , do tipo que serviu de molde ao Criador para fabricar Eva, não foi da costela de Adão., Ela aproximou-se do balcão e com melodiosa voz chamou o gerente para que ele pudesse providenciar duas pizzas – famílias a serem enviadas ao Tivoli Hotel, onde ela  e suas amigas estavam hospedadas, revelou que trabalhava para a Danone e seu nome era  Alessandra – captei todas as informações e as transcrevi na minha  caderneta  em meio a dados  sobre a criação de cavalo.

Olhou para mim , deu-me um sorriso e partiu, terminei o segundo pedaço e também saí, levitando ao sabor daquele sorriso, esquecendo-me da pizza gratuita , já fria , sem sabor.
Ao sair da lanchonete , tropecei em um mendigo que encoberto por trapos , encolhido pelo frio  dormia em um canto da estrada do estabelecimento.

Pensei para comigo mesmo- - Com uma cidade tão grande , vão deixar jogado o lixo justamente no local onde há intenso movimento .

Depois de uma noite tão proveitosa em acontecimentos , esqueci inteiramente do filme.
No dia seguinte o filme saiu de cartaz. Não me aborreci , pois aquela noite foi para mim como um  filme em que contracenei com a realidade daquelas pessoas.

Wilson Roberto Nogueira. 1987


A Morte




Tema profundo , alimentador de discussões filosóficas , metafísicas e algumas diriam inúteis , como para os materialistas.
A morte é um fim , cujo fim é o começo de uma nova etapa da vida extra corpórea ou não ?Qual seria o significado implícito da morte na vida das pessoas ?
Ela não é um mal : porque liberta o homem de todos os males , e justamente com os bens tira-lhes os desejos . Então acumular riquezas espirituais valerias o ouro da vida e não somente o metal . Qual é o legado que a morte nos deixa ?
Quem viveu bastante, com intensidade a vida e não apenas arrancou folhas do calendário , quem aprendeu com os erros , levantou a cada tropeço e ensinou as lições de sua experiência aos familiares  e amigos, legou um testamento valiosíssimo e imortal .Para estes o descanso eterno é recompensador .
Isto quando não se morre acima dos recursos disponíveis , deixando dividas aos vivos.
Enquanto houver lembranças , e boas lembranças não haverá morte de fato.


Wilson Roberto Nogueira

Justiça Divina .



Numa tarde Joaquim foi ao banco sacar dinheiro ,com uma folha de cheque no valor de quinhentos mil , a bancária atarantada enganou-se no troco e pagou para a requerente a quantia de novecentos mil.
Ele desonesto , embolsou a diferença e foi embora com um sarcástico sorriso.
Outro dia o mesmo cidadão foi até uma banca de revistas, imprevidente entregou a quantia de duzentos mil pela comprar de revistas e uma simpática vendedora , que muito requisitada , acabou pegando o dinheiro de Joaquim , guardando-o  na caixa , enquanto atendia a outro freguês.
Ele esperava em vão , quando enfim pediu para ela que lhe desse o troco , negou o categoricamente em atende-lo , alegando não ter recebido dinheiro pelas mercadorias.
Constantemente , mas querendo aparentar calma, sugeriu  : passaria depois de fechar o caixa ,a quantia excedente , supostamente os duzentos mil seriam restituídos .
Esperou em vão , o dinheiro jamais apareceu .
A justiça de Deus é implacável e sabe quando e como cobrar.

Wilson Roberto Nogueira




Na madrugada de sábado José passou na ciber- café , diante da rotina inutilizando as horas de sua  vida . Após terminar de percorrer aquele limbo ,maquiador do tédio decidiu por um pit stop na loja de conveniência , aí assassinando sua consciência  zen e todo o equilíbrio do Tao .
A “ colaboradora “ arrancou de sua  mão o pegador e acusou-o de estar furando os salgadinhos.
Wilson Nogueira

Livros


O mundo Pós americano,  
do cientista politico Fareed Zakaria :vê a ascensão econômica de países do Terceiro Mundo como passagem para uma nova era na história da globalização , em  que diversos países protagonizaram , não somente nos EUA. 

Tradução de Pedro Maia. 
Companhia das Letras.

sexta-feira, agosto 30, 2019

Animais pelas casas do Brasil

Na residência dos Tononi, Milenna, a dona da casa recepciona um yanque , lá pelas tantas um roedor simpático e foragido corre diante de todos , procurava driblar um felino , o Yachin. O estrangeiro , meio sem jeito , queria avisar ... querias. Tere assustou-se fazendo sua mãe parar de ser obliqua em sua mirada , a existência do rato penetra , o fato de sua existência clandestina , de hóspede não convidado acintosamente marcando presença na mansão diante de tal inoportunidade a homenagem ao estrangeiro , distinta figura de um filho do Tio Sam ,prestigiado na oportunidade.

Wilson Roberto Nogueira

A minha pátria é a pálpebra rasgada que cobre de sangue os sonhos bastardos da memória .
É o exilio da esperança na densa fumaça negra da ignorância
O látego que rasga as costas enquanto  sisífo faminto subo montanhas para descer  ao hades e devorar os rebentos do meu trabalho
que se transforma em poeira na ampulheta dos meus dias
que se estendem em noites mortas eternas .
O corpo oco carniça de abutres à procura de vísceras após acabarem com a ultima pedra dourada da pátria .
Do chorume da nação que poderia ter sido levanta-se a persona na alma torpe que ora desgoverna, desconstrói  e venal verbo fabrica cadáveres e  desossa o corpo social
Só um falso Messias  pastor do desengano e líder marionete dos vendilhões do templo sagrado profanado da Pátria .
Pátria violentada  do Brasil , urinada no gozo torpe de indignos brasileiros ganindo para ter a atenção de seus donos  do Norte .

Wilson Roberto Nogueira


Fumaça da memória



deletar amizades virtuais na vida real é um ácido que dissolve lembranças esfumaçadas pelo sol enganador de espelhos que projetavam nossas esperanças mascaradas em falsos ídolos.
Assassinar o que existe em nós noutro é criar calabouços onde o carrasco somos nós mesmos ou é alguma forma de  libertação do verdadeiro Outro que nós colonizamos  ?
Wilson Roberto Nogueira


Vi ontem um bicho
na imundície do pátio
catando comida entre os
detritos.
Quando achava alguma
coisa,
não examinava nem
cheirava
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
não era um gato
não era um rato

O bicho meu Deus, era um
homam.

Manuel Bandeira
Parás son el custo di nuestra fambre

Provérbio ladino

formatadores de sábios do vazio

o peso das horas mortas cobrando o imposto da vida
do não viver na ausência de um ser - além de mero legume
televisiolatra  viciado na ilusão de uma caixa de sonhos vãos
Cidadão do limbo da infovia perdido em espelhos partidos
fragmentos de entendimento pisando em cacos geradores
da força vital de apedeutas militontos nos caminhos
do não vivido , não experienciado
consumindo o tempo do coveiro das horas mortas.

Wilson Roberto Nogueira
Tédio é veneno da alma e do corpo
com o abdome dilatado por tonelada
de vazio transbordante de horas mortas
inundadas de cacau amargo e riso torto
na infeliz cidade encontro meu derradeiro rincão
na soleira o sol não lembra só as memórias do não vivido
refletem o meu rosto no quadro de um pintor cego
a presença  de um ser em eterno devir , de um vir a ser
que não foi e não será o que os sonhos lutaram
mas não encontraram braços para edificar
sobraram apenas as pedras de uma eterna ruína
de um templo jamais construído.
Na soleira  assassino aqui as fotos amareladas da desmemória .


Wilson Roberto Nogueira
Larissa
Lara de sol
e sensualidade



Glória
Niágara  gasosa
uva formosa



Wilson Roberto Nogueira
O ultra leve negro
no cinzento céu
no céu coração em cinzas,
ultra pesado e negro.
Cabelos de nectarina
maçã na boca rubra
fogo no coração
desejo no olhar

Wilson Roberto Nogueira
o feijão é que escora a casa.

Aparício Torelly

ágora afônica


Cidade Deserto

Wilson Roberto Nogueira

O significado sinistro da imensidão vazia pulveriza o individuo e inibe a atuação do ator politico  do povo , o qual alienado, circunscreve sua relação à dimensão privada , sem as praças- que praças .Ou  esquinas . A sociedade  não se emancipa, apenas assiste as máquinas do poder, seu aparelho repressivo.
O povo preso vê os prédios de aço e vidro onde o público e o privado se fundem sem a intermediação da protetora das aparências a parede dos prédios públicos os quais refletem o próprio paradoxo da modernidade.
Cidade sem identidade que vincula a polis em sua ágora cercada de aço a funcionalidade instrumental no silêncio ensurdecedor da cidadania roubada .Desde os carros que violentam as calçadas expulsando os pedestres  até o assassinato de direitos  básicos a um teto , esta propriedade do  capital árido de humanidade.
Cidade despersonalizada oculta sobre a sombra das placas, violenta  a paisagem com a onipresença naturalizada da miséria animalizada dos resíduos expelidos da sociedade .A mercadoria força de trabalho abundante e esterilizada pelo rentismo e a especulação jogam-no lixo  os triturados seres do capital , agora mais parasitário posto que não cria  .
Na Urbe , as caixas onde barnabés e altos funcionários  atuam no cenário decadente  do drama da produção  pretérita  fazem sombras  que só testemunham os fantasmas que virão a assombrar os altos muros das fortalezas e dos caminhos vedados  dos bairros exclusivos  dos eupátridas do século XXI.
A sede e a voracidade das vísceras expostas das cidades estão com sede de sangue. A disfuncionalidade  distópica cobrará seu naco  de pseudo salvação e não será nas Instituições ,estruturas  de poder  tumorado  em suas metástases de anomia assassina da civilização  pela anti-pedagogia  de suas práticas os discursos  da desagregação criadora no cemitério  dos discursos  do nós contra eles.
A  máscara de uma identidade junto às massas , ao lumpesinato e ao fanatismo religioso e secular fragmentam e fragilizam o esfarrapado tecido social, a manipulação a partir da pulsão tanática do ódio e  do rancor contra  a elite intelectual progressista e aos movimentos sociais cujo imperativo é a radicalização dos direitos  humanos  contribuem para a desintegração social , terra arrasada semeadora da barbárie .

não sei me conformar
e saio , antes de entrar,
de cada paraíso

Miguel Torga
Sem agendas desagendadas
cabelos desgrenhados
pelos em continência
perdidas horas sem memória
escravo das letras irrisórias
cadê a agenda
Acesa de lembranças.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, agosto 23, 2019

Se você não está satisfeito com a situação vote na oposição
O Paraná tem alternativa, a capital tem alternativa.Votando
no seu Zé para mudar. Vamos em frente Curitiba por uma cidade mais justa.
Uma cidade que avança com passos firmes na senda do progresso
material e também humano. É com o Seu Zé que nós vamos mudar a nossa cidade
Todos nós , juntos , irmanados, pobres ou ricos firmes no mesmo ideal !

Uma Curitiba mais justa !

Para vereador . Seu Zé. número 171

Em campanha

Chega de soberba. Vote na cidade que quer ser gente .
Nas gentes que pensam a cidade mais justa
conceda o seu justo voto de confiança !
"Chega de corações de pedra "
das pedras soltas de nossa linda urbe abandonada.
Chega das postiças edulcoradas propagandas .
Vamos em frente  minha gente !

Você, me permita ,minha senhora, meu senhor da minha crua  Curitiba
No seu bairro o que vê ?!
Reflita sobre a tua realidade que concreta e fria te diz a verdade mais dura.
ouça a razão do teu coração que te fala alto, mais do que os números dos espertos
Mais espertos do que a esperteza estão na tocaia da falsa certeza pra roubar  futuro do teu lar.
Muitas vezes por aí, o único teto de uma casa, é o teto que Deus dá ao firmamento.

Deus guie a tua mão meu irmão na derradeira hora de dar a tua honrada confiança  a esse servidor ,que de sandália rasgada procura caminhar nas pegadas dos mandamentos do nosso Senhor.
Inspirado no exemplo d'Ele procurarei servir aos mais necessitados dos nossos conterrâneos.

Glória a Deus !

Conto com seu voto ,Amém

Wilson de Curitiba. para vereador 171


sexta-feira, julho 12, 2019




quinta-feira, julho 11, 2019


quinta-feira, julho 04, 2019

Uma alma é incorpórea por natureza , e mais translúcida e ao mesmo tempo opaca
Translucida pois com os sentidos ninguém vê a opacidade por insondável.

Wilson Roberto Nogueira


A cloaca midiática
a bíblia dos parvos
resignados festeiros
beócios com a face
de suas vísceras
transformados no mito
messiânico desse carnaval de desastres

Wilson Roberto Nogueira

cético na consciência e otimista na ação

Antonio Gramsci
"O Brasil estabeleceu a demência como forma de governo "

Mino Carta.
Os partidos são clubes de interesses escusos 
fracos na resposta ao interesse da nação
nação esquálida despersonalizada pelos abusos
da elite intelectualmente anêmica.
teleguiados  dos think tanks da oligarquia midiática.

Wilson Roberto Nogueira

País inerte , promete e se compromete
ao não dar resposta  real a promessa
reza , ora e na ação blasfema .
O Brazil se esmera no carnaval
do enterro da esperança
da mudança na conciliação
farsesca de uma moralidade criminal
uma novela banal da tibieza nacional.

Wilson Roberto Nogueira
Ele morreu dentro da palavra amor
preso procurava  ar dentro da palavra amar
amar a liberdade
liberdade a sereia que por amor o afogou.

Wilson Roberto Nogueira

Procurou tanto, e por tanto tempo,
que esqueceu pelo que procurava
sobrou o sussurro de uma angústia.

Wilson Roberto Nogueira
viver dói e espalha pelo corpo da alma seus espinhos .
Sangrando sigo vivendo nesse açougue das desilusões.

Wilson Roberto Nogueira
A máquina desconstrutora de sonhos
soterra com o peso da alma
pavimentando sombras.

Wilson Roberto Nogueira


terça-feira, junho 18, 2019


sexta-feira, maio 31, 2019

Esfinge contempla os séculos de palidez até estourar os miolos do silêncio.
Só o cinza do dia no cinzeiral das tempestades aproxima as lágrimas  do mistério
da dança das dunas.


Wilson Roberto Nogueira
Uma folha se finge estar morta até o vento convida-la a dançar.

Wilson Roberto Nogueira
A dor insiste em provar que vivo.

Wilson Roberto Nogueira
Caminho só entre as sombras sondando o vazio
que ilumina - me na  ausência do Eu Sou
ninguém.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, maio 30, 2019

Canta  o foice, corta alto, que a vida vai regenerar !

Wilson Roberto Nogueira
Nunca estará tão perto
estando tão longe a sombra
dos ossos de nossa existência.


Wilson Roberto Nogueira
A morte consome a alma maltratada pela vida
A expectativa da morte é um consolo
para aqueles que pelo CriaDor foram condenados
a viver.


Wilson Roberto Nogueira
Nesse meio século de trevas e luzes
ficou o amor pela vida. Uma ideia
que voa sobre a razão .

Wilson Roberto Nogueira

A razão cega atropelou
o coração e a alma
queimou se na luz.

Wilson Roberto Nogueira
perdoa meu coração
o sangue no espinho
da razão.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, março 14, 2019

entre a viscosidade da merda o brasil navega em sol de capitão.
Wilson Roberto Nogueira
esfinge contempla os séculos de palidez até estourar os miolos do silêncio.
Só o cinza dos dias aproxima as lágrimas do mistério.

Wilson Roberto Nogueira
Uma folha se finge de morta até o vento convidá-la para a dança.

Wilson Roberto Nogueira
A dor insiste em provar que vivo.

Wilson Roberto Nogueira
Caminho só , entre as sombras
Estou a sondar o vazio
que ilumina- me na ausência
do Eu
Não Sou
Sou ninguém.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, março 05, 2019


segunda-feira, março 04, 2019




sábado, março 02, 2019



terça-feira, fevereiro 12, 2019



quarta-feira, fevereiro 06, 2019