sexta-feira, agosto 30, 2019

Tédio é veneno da alma e do corpo
com o abdome dilatado por tonelada
de vazio transbordante de horas mortas
inundadas de cacau amargo e riso torto
na infeliz cidade encontro meu derradeiro rincão
na soleira o sol não lembra só as memórias do não vivido
refletem o meu rosto no quadro de um pintor cego
a presença  de um ser em eterno devir , de um vir a ser
que não foi e não será o que os sonhos lutaram
mas não encontraram braços para edificar
sobraram apenas as pedras de uma eterna ruína
de um templo jamais construído.
Na soleira  assassino aqui as fotos amareladas da desmemória .


Wilson Roberto Nogueira

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