domingo, novembro 30, 2008


sexta-feira, novembro 28, 2008

Minha irmã perdeu o filho de quatro anos e, não consigo dizer nada para ela;
O meu coração não está engasgado.Talvez dormindo ou , morreu.
Não está em julgamento a ausência de sentimento, essa máscara de grosso pano
que não me deixa respirar. Não consigo ver a luz das pessoas. Nada leio em seus rostos;sequer na lousa da minha irmã. Mas prossigo assim mesmo como um bêbado na escuridão , espero. Bem da verdade não ligo se causa dano o oco da minha alma .
Mas por que o silêncio da madrugada me dilacera o ouvido?
Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, novembro 27, 2008

Ouves veladas súplicas América Profunda

Um cântico vindo da alma da noite
entre árvores de frutos negros e templos
em viva chama
iluminando a escuridão como cruzes
incendiadas de ódios
sombras de serpentes entre o algodão
no coração sangrando do Velho Sul.

A esperança tinha um sonho
que fora abortado por um tiro medonho
o sol despontou do pesadêlo(?)
da luta entre irmãos
enfim sangue negro,branco são
de uma única raça
a Humana.

Áquela luz de esperança nos céus da América
será de um cometa , estrela cadente no decadente
céu da intolerância.

Ameaças rugem das vísceras da América Profunda .

Dezenas de americanos proibidos de sonhar
o American Dream do American Way of live.
Outros milhões embaixo do tapete das prisões
vivendo o pesadêlo enquanto o Capitalismo de Apadrinhados
e seus frutos doces de trilhões de dólares
alimentam cada vez menos bôcas .

Enquanto a América
se arremessa em aventuras militaristas
que sugam a seiva de sua falida economia
Que aliéns sustentem pagando as irresponsabilidades.
A guerra é um negócio;um empreendimento terceirizado
privatizado de Estados-Corporações corsárias.

A bandeira moral da América é exportada na boca de seus canhões
nas bombas que debulham as cidades estrangeiras
é a força dos seus torturadores em seu campo de concentração
A superioridade moral da civilização ocidental está cristalizada nos
corações e mentes de todos os povos do esgoto imundo.Ops
do Terceiro Mundo.

A liberdade imposta pelos coturnos das tropas de ocupação
A sede de sangue ,a ganância ,a vileza...

Change América
Now!

Será que um filho do stablishment renegará aos seus?
Progressista ou "Liberal " o discurso derrubará os muros
dos sólidos interesses do Petróleo, do Complexo militar indústrial, de Wall-Street?

Change America !


Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, novembro 25, 2008

25 de novembro
Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Uma em cada três mulheres é alvo de violência na sua vida.

veja o video:
Do Estigma à sobrevivência
Andréa Motta

Na penumbra da cidade
brilho de lantejoulas
seios desnudos
lábios pintados de carmim
no corpo lanhado
tatuadas as marcas do desamor
Escoriações
hematomas
carne rasgada
alma amargurada
Nos desvios do tempo
Delitos, impunidade e dor,
violência doméstica
violência urbana
Nas esquinas um olhar
de menina amedrontada
não há lágrimas nem sorrisos.
Só um silencioso pedido de socorro
entre sonhos adormecidos.
No jogo da sobrevivência,
Sombras escamoteiam o medo.
No desenho da calçada
Rostos anônimos
gigolôs, prostitutas
sofismam pelos cruzamentos
escandalizando crentes
Loucas sombras funambulescas
na solitude noturna
conspiram versos desencantados
num pacto com o diabo
Mas o tempo, tal qual um sopro,
leva sem remorsos
o silêncio da noite, as escoriações
os hematomas, as mãos vazias
a dança do neon..
Na cauda do vento, a fantasia
por um instante,
insinua-se nos olhares castigados
suavizando-os.
Não importa
onde pouse o olhar
não importa
a identidade
nem o coração partido
Não importa
a desventura
nem as portas fechadas.
A alvorada traz a denúncia,
Incitando à liberdade!
quando cada um segue o seu destino.
Responder

sábado, novembro 22, 2008

Trechos traçados pela troça da traça nas pulverizadas folhas do saber ;
dentro da estante daquele que nunca leu :na taça dos sonhos despidos de explosões e calmarias
nas vivas vozes dos poetas mortos à copular celulose ,o apelo silêncioso ,leia, ate a tua reflexão de traça.

Wilson Roberto Nogueira
médicos ocos
ocres lacres
crepitam cretinos
in-sipidos sapientes
insalubres breus
in-out nos olhos teus.

Wilson R. N
Palavras
sons
-cores cafres
calavam no core
Lauras várias
sons odores
larvas palavras
ávaras lavas
fragrantes de fogo
palavras laboram
larvas.
hervas-daninhas
Palavras
sons de heresias

surdas.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, novembro 21, 2008

Diálogo ao Pé da Cova

Com mêdo do quê? Viver para sofrer ganhar com a perda da dor de alguém. Quêm? Viver é morrer um pouco todos os dias .Para que a pressa? Se é a solução, a poção mágica caindo caindo na goela, lá, é Estar Junto! Melhor sem ela. Quem? A Morte ,a última consorte. Com sorte, ela não me queira! Só mesmo diante do túmulo de algum suicida sem sorte. Sortilégios chovam na campa ao alvorecer ! Lençol sobre a planície negra.

Wilson Nogueira
O sopro de sensualidade
sopra para longe a solidão
uma breve brisa
do teu perfume insere na lembrança
a melodia do mar. Amor de maré,
amor sem esperar
vida à deriva nas planícies do luar.

No teu olar outros mundos
Ama de esfinge à dançar
no fio da lâmina.
O sopro no último alento
além do sofrimento
sofrer é tão banal quanto amar;
morrer e ressussitar ,é sónho ou
é pesadêlo,dor de cotovelo

Hormônios anarquistas , sejam racionais,
mantenham a ordem e obedeçam ao cérebro !

Amor é só um sôpro em chamas à iluminar efemérides do coração.

Confundir Amor e paixão
é deixar cair a alça do caixão
Quem morreu primeiro?
O pão nosso sólido de sal moura doce
serenata serena.

Bombom é bom se for de chocolate e tapeia.

Wilson Roberto Nogueira

Annette Pietrovna

Tanto te apraz
o gozo de outrem
ou o cadáver
vidrado em ti.
Wilson Roberto Nogueira
Dor
a vida te
desperta
a serpente
em alerta .
Wilson Roberto Nogueira
Só o suor salva
na saliva
o teu sabor
rosado.
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, novembro 18, 2008

Na gota de lágrima
o brilho do sorriso
um pequeno sol
na lagoa mínima.

Wilson Roberto Nogueira

Inseto Âmbar

DOR NO VENTRE ÂMBAR
MOSQUITO SONHA QUE É PEDRA
SONHO SONÂMBULO
PARTÍCULA DE ETERNIDADE
INSETO ÉTER A PICAR AS ERAS

ELE ZUMBE A BULINAR O SONO
QUE FOGE E SE PERDE
PERDE-SE NA PEDRA
PEDREIRA PEDRARIA
DE CASCALHOS EM CASCATASSS
SONO QUER SONHAR
QUE NA MORTE VIVE OUTRA ALMA
NO COÁGULO DA IDÉIA
MAS O SANGUE DO SONO
O INSETO SUGA

OS MOSQUITOS SÃO ETERNOS
ETERNAS LABAREDAS DE FEBRE
NAS SELVAS DO TEMPO.

WILSON ROBERTO NOGUEIRA

O Bodum

O bode entrou na sala ,comeu a cadeira e espalhou bodum.Quem o colocou lá ninguém sabe, mas todos aplaudiram aquele que o retirou e emprestou dinheiro para comprar outra cadeira. O povo feliz,em débito, sorriu agradecido o acontecido. Acabou em buchada de bode. E o coronel foi o primeiro a comer o bode de sua criação. Mesa farta e seu gado mugindo feliz... foi reeleito!

Wilson Roberto Nogueira
Poesia é poeira soprada
pela brisa
de um sorriso da alma
filosofia de folhas
incendiadas ao sabor
de incensos nas ruínas
da terra .

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, novembro 14, 2008

Na véspera da minha morte
bebi a vida
sedento
-Em cada gota
flamejante da tua palavra
-colheita de mandrágora.

Wilson Roberto Nogueira
Na geada do teu sentimento
granizos vertendo
de luas imensas
prateando luzes sem calor
gotículas de ácido furando
o agasalho do amor.
Wilson Roberto Nogueira

Hospedagem

Ele não era poeta mas a sua alma era a morada, a caverna onde espíritos vadios se hospedavam de quando em vêz. Soprava um vento cortante a navalhar a linguagem A traduzir signos de tempestades ou era apenas a fúria da loucura represada na carcaça da caveira de ossos trêmulos pelo frio curitibano. Onde até as pedras cantam estórias de calçadões assassínos e famintas bocas-de-lobo engolidoras de pacatos pedestres. Ainda que distraídos ,venceremos .
As touradas nos bailes da morte com as mortalhas de aço dos autos embriagados de álcool e gozoza morgue onde cantam os poetas tortos "sem musas nem deuses" mas também sem adeuses só olás de lama meta física.
Wilson Roberto Nogueira
Ela mudava de cores como um dia de verão, era quente de manhã até o sol ausente, permanecendo leve como uma brisa marítima e o seu sorriso sorria das manhãs de inverno. Manhãs de inverno paridas de lembranças- sementes de chamas, asas saudando o céu cinza - carvão à germinar diamantes. Tempo, vaga lembrança do sonho, das sombras saudosas do sol que se despe da chuva gelada .O calor dela lança um olor à lembrança da pele. Leves são os ventos das tempestades do coração.

Wilson Roberto Nogueira

Papel de Pária

As mordidas dos ratos lembram o sufoco das celas.
A noite abre a janela para a paz.
Uma garota entra á procura de sexo.
Um resto humano rouba um bagulho
nada te moe tanto
quanto as mordidas dos ratos a te lembrar
de tomar um teco.
(Voltaria para meu Sertão
um dia...
pensei que seria...
de avião. )
Esse dia
está entre as nuvens em meio aos tiros
e aos clarões das batidas de RAP do meu coração.
(Lá longe ouço um carro de boi...
FUI.
a vida não mais me pertence.

{Viaduto Ludge. Catador dorme em uma fresta , na divisória de cimento que separa duas vias} Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, novembro 13, 2008

A Dança das Bruxas

Chuva de facas finas,
O samurai abriu uma fenda flamejante
no espírito com facas Guinzo,
Um jato de sangue a cada lambida
do aço das críticas. O olor nauseabundo
do ente etéreo,
fumegando podre,

E logo ali, as bruxas dançando
no Sabath em torno da fogueira,
voaram alto contra a lua
e as trevas,
se povoaram com suas gargalhadas.
Voaram,

voaram sobre o Monte Calvo,
o fogo-fátuo do falso fantasma.

Vida enfim,
vida Ranascendo enfim,
renascendo.

Com o beijo frio de adeus da lua,
um ciclo se finou.

É preciso morrer

para que a partir dela,

da morte,

a vida

ressurja.

Kolodycz Blur
Suspira o vento
velando a lágrima
que mareja a lagoa.

Solar de uma mirada
enluarando o espelho
da alma.

Nadam pupilas,
procurando no fundo,
tesouros de oceanos
na concha
de um caramujo.

Wilson Roberto Nogueira
Nas cicatrizes do velho muro
lamentações do mundo inteiro
Entre as pedras a lágrima da rocha
chora
pelo humano húmus .

Orvalho de chuva ácida
ou limo _Que importa!
Se as portas
cerradas só deixam a nú
a epiderme da pedra
e ruidosas ruínas
peregrinas...

Wilson Roberto Nogueira
Pilhas de livros
sabor de cinzas
piras sativas
pirâmides de celulose e couro
foguedo de fogo-fátuo
jogo no fogo das vaidades
fogueira magnífica
dança sabática no Monte Calvo
vento tocando violino
para as cinzas das horas negras
bailarem.

Wilson Roberto Nogueira

pedra drama matriz

Dentro
daquela palavra ígnea
uma lava gerada na dor
a devor ar de incêndios
a lava do verbo.

Wilson Roberto Nogueira
A nuca de uma jovem a taça de seus ouvidos, o contorno de suas costas - o fogo do olhar daquele que a degusta cerimonioso. Arde seu íntimo na lente do olhar - fogo intenso, o gesto da mão a encobrir a pele ruborizada, a água do corpo a ferver hormônios. Volta-se o olhar da jovem com um sorriso. Estou morto no paraíso - um ósculo febril e abre-se a porta do inferno - da dor que vivifica.

Wilson Roberto Nogueira

cisco

Só um susto
um cisco
soprado
voando livre
pelo prado.
Arde a liberdade
efêmera
no céu infindo
a olhar
esperando
a quem o grão
de pó travará
contato.

Wilson Roberto Nogueira
Teu corpo de porcelana polida
excede em valor, todo o engenho
e toda a arte.

Arde aguardando brilhar
ora velada em seda
a queimar ao sol.

Teme partir-se
mas
como anseia saciar.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, novembro 06, 2008

Sombra eterna por que me persegue?
Sou pequeno diante de ti! Meu pai!
superado na morte; livre!

Tarde piaste!

Wilson Roberto Nogueira
O ritmo é o silêncio.
O silêncio é a música
da alma se pensando
até se ouvir na voz
enviezada da linguagem

Wilson Roberto Nogueira
O grito de crianças faz muros desabarem?
Jazem sonhos na Bíblia da esperança
Voam folhas até sangrarem nas farpas de aço.
Não levem
A mal...
Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, novembro 05, 2008

Refugee Camps of Benako,Tanzânia 1994


Memória do cadáver

Uma busca desemfreada rumo a lugar algum.Assim começa o inicio do fim.Na esperança do dia finar assassinando qualquer luz.Pulando escuridões como quem salta carniças.

Pressa...pressa e os minutos a escorrer ,pingando sangue do nariz;olhos secos.Nada dói tanto quanto o tédio.Os urros do silêncio das pastosas horas diante da caixa de vozes estéreis e imagens nulas a sugar o sumo do cérebro,fazendo brotar, verdes sinistros apodrecimentos na lente entorpecida da memória . Acorrentado à gravidade da cama,serena sepultura que chama para o sono sem sonhos ,um cálice de morte sabor de miséria e derrota.

"Cirenes soam lá fora!"

"É só a polícia."

"Tiros!"

"É só mais um assassinato".

Nada tem valor para ser guardado para quem não é ninguém.Pelo menos os vermes e as baratas discordam.Presume-se.Um prato saboroso na sepultura,madeira podre sem ser de lei.também,nunca obedecera a norma nenhuma, a nenhuma ética.Só a etílica.Bom,não precisou de formol.

(Está exposto no Museu Schadenfreudeutsch de Arte Moderna,plastificado por algum artista pós-moderno da pós-arte ou pós-qualquer coisa.O rosto e as entranhas. A propósito o ingresso custa 30 Euros,serve uma romena )

Wilson Roberto Nogueira

Chuns

Nefélito nefelibata
sem a bata,nú !
Não me bata
Talvez eu goze
ou não?
enxergue-se anão!
Tem quem goste!
O poste do João?
Sei não,...sei não
Só no Ceilão o suor é doce se você é amaro.
Surrupiando do sol a luz para cegar as trevas dos anzóis dos teus faróis
olhos espectrais atrás de nuvens nuas
vestes das almas vestais
Mas só um cadáver sem a bata.
Pode bater
ninguém vai entrar.

Suspira o sono da televisão solitária
Só um sexo em tecnicolor
sob os reclames da touca :
" sono leve,ela vela por você"
Ele não era poeta mas a sua alma era a morada,
a caverna ,onde espíritos vadios se hospedavam-De quando em vez.
Só soprava um vento cor tante a navalhar a língua pajem a traduzir signos de tempestades ou era o eco das eras na fúria represada da loucura a cara carcaça sã da caverna da caveira.
Wilson Roberto Nogueira
Não me puxe para dentro da tua vida engolindo-me com a tua boca de cadela louca para depois enterrar o osso e depois esquecer em alguma campa, em outra cama por aí outra sombra
Wilson Roberto Nogueira