quarta-feira, novembro 05, 2008

Memória do cadáver

Uma busca desemfreada rumo a lugar algum.Assim começa o inicio do fim.Na esperança do dia finar assassinando qualquer luz.Pulando escuridões como quem salta carniças.

Pressa...pressa e os minutos a escorrer ,pingando sangue do nariz;olhos secos.Nada dói tanto quanto o tédio.Os urros do silêncio das pastosas horas diante da caixa de vozes estéreis e imagens nulas a sugar o sumo do cérebro,fazendo brotar, verdes sinistros apodrecimentos na lente entorpecida da memória . Acorrentado à gravidade da cama,serena sepultura que chama para o sono sem sonhos ,um cálice de morte sabor de miséria e derrota.

"Cirenes soam lá fora!"

"É só a polícia."

"Tiros!"

"É só mais um assassinato".

Nada tem valor para ser guardado para quem não é ninguém.Pelo menos os vermes e as baratas discordam.Presume-se.Um prato saboroso na sepultura,madeira podre sem ser de lei.também,nunca obedecera a norma nenhuma, a nenhuma ética.Só a etílica.Bom,não precisou de formol.

(Está exposto no Museu Schadenfreudeutsch de Arte Moderna,plastificado por algum artista pós-moderno da pós-arte ou pós-qualquer coisa.O rosto e as entranhas. A propósito o ingresso custa 30 Euros,serve uma romena )

Wilson Roberto Nogueira

Nenhum comentário: