quarta-feira, novembro 14, 2007

entre destroços a fúria da fome

Perdas
Pedras pretas
presas
caixas-pretas
sob o carvão de corpos
prêsas do destino
do desalinhavado destino
pedras em desatino
esmagando pulmões
libertando pulmôes
libertando vozes de agonia
em meio ao humo
a humedecer de prata liquida
olhares incendiados de fogo invisível
olhares sem prumo de celerados animais
horda huna sem rumo
invadidos pela lua uivam várias adagas de agonia
animais vagando no pranto anônimo da noite
novos pratos fartos
de vis visceras
na saborosa ceia das feras
fitando o horizonte com olhos famintos
viver sob o manto da morte
Wilson Roberto Nogueira
Sorvendo a manhã leitosa
agarrado as Têtas da vida
o vitelo faminto na fresca brisa
na dolente fazenda
espreguiça o sol
saudando o verde
Passa de mão em mão o amargo
enquanto a brisa dança entre a piazada
que dribla a tristeza na ginga da alegria.
Os cachorros do mato se mantém à distância
esperando a noite alcoviteira
para uivar a fome e comer em sonhos algumas galinhas
dos ovos que não são de ouro.
No mas...
Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, novembro 12, 2007

Só o brado sobre a breve brisa
lava e leva para longe a palavra
lava rubra incêndio pastoso
no coração da pedra
Tua palavra arremessa
a verdade sobre a brisa breve
da educada falsidade.
Vade Retro !
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, novembro 06, 2007

De prateada luz
reflexo da lua
no lago da tua alma
teu olhar borbulha
notívaga chama.
Wilson Roberto Nogueira

Parlamento

-Um aparte nobre colega?!
-Sim ,a devida parte que lhe cabe neste latifúndio.
Wilson Roberto Nogueira
Em cada caveira
um sorriso.

Em cada caveira
faceira um vaso
onde se aninha
a passarinha
à chocar esperanças.

Voam plumas sobre as pegadas da história.
Wilson Roberto Nogueira
Em cada caveira
um vaso vela
um ninho
chama de esperança
no pávio um pio
nos buracos do crânio
olhos de sonho.
Wilson Roberto Nogueira
O vento murmura
velhas preces
em louvor de novos
cadáveres.
Wilson Roberto Nogueira
Voa a memória
pergaminho podre alado
restos de couro caem
semeando caminhos
de detritos.
Wilson Roberto Nogueira
Carrega o rastro
o rosto do desgosto
a des-
sacralizar a pegada
na névoa.

voa a memória
nada resta dos
restos da história.
Wilson Roberto Nogueira