sábado, julho 27, 2013

Quando o coração sangra se dança.Ele quis com paixão ela compaixão.Cúmplices no silêncio.Chamas negras nos olhos sóis acontecer no pranto dos corpos.Vontades sem braços. Só a areia  que não calça os passos. Sobre-passos  .balas no chão assinam a traição .


Não era de chocolate era Toft de café.



Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, julho 23, 2013

sol abraça a dor  abraçando o calor
refulge na alma o olhar solar a aquecer
com tanto amor que jaz adolescer.
Wilson Roberto Nogueira
a arte do amor
num velho provocou
a dor
depois o eterno silêncio
sem cor

Wilson Roberto Nogueira

Guerra

No memento o conhecimento envileceu a cimentar
searas de ossos quebradiços ao som de sereias
que sopram tempestades nas ventas invernais.
Sobre as rubras lágrimas na seara de Marte
quando mais sobram foices caminham crianças
de pés descalços e olhos de abismo
no sonho seco de vinho avinagrado
cegos sóis  nascem frios e a dor não acalenta
de vida os corpos desertores
de vida os corpos ausentes na lida

Wilson Roberto Nogueira

sábado, julho 13, 2013

Risonho era o teu altaneiro sonho a expugnar o que fora cidadela do imaginado ideal.
Interroga-te a ti a Razão ,sua morada final no ósculo ígneo da calçada sob olhar de prata
da cimitarra celeste a corcunda silente e leal  testemunha dessa gota de sangue seco
na cicatriz da anciã prostituta Babilônia.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, julho 06, 2013

mordida

Mordera-lhe as vísceras os dentes da angústia.

Wilson Roberto

vida de andante

Ele viu a vida nos olhos negros da noite
que se aproximava para beijar-lhe
na vala comum de seus sonhos.


Wilson Roberto Nogueira

O suor dos dias

O suor dos dias percorriam as cordilheiras sombrias dos amanheceres de náusea.


Wilson Roberto Nogueira

gota

gota de chama pálida caminha entre cicatrizes
ósculo que se abandona ou um gozo que se perde em fumaça.
só uma lágrima numa lagoa negra .


Wilson Roberto Nogueira

A visita

A Morte veio visitar.Bateu na porta e não encontrou viv'alma que a atendesse.
Tinha ido já embora deixando aquela casa uma casca vazia.Móveis empoeirados nas entranhas do esquecimento.
Que a Morte encontre a ti bem vivo;não morra antes dela chegar.


Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, julho 02, 2013

O escritor marginal

O escritor marginal tem por ofício a canalha original  comendo merda com um sorriso
sendo torto caminha direito caminha arcado mas altivo seu coração sem preço sem siso
a literatura é o seu caixão que carregas às costas como última morada
é o palacete por isso tão pesado é sua paixão sua amante adorada.
O escritor marginal não se prostitui  as letras são símbolos de sua religião
não se vende a fé no espírito livre que escraviza a razão.

Vida Longa aos ideais dos escritores marginais antes que todos morram de fome !


Wilson Roberto Nogueira

Aquele saco de Estopa


Aquele saco de estopa serviu de abrigo a carne moída que custava de sua vida uma dúzia de horas de chumbo nas costas .Voltava para casa e a morte que lhe emprestava o consolo da curta madrugada ,roubava-lhe do açoite da consciência.Sentia a fome devorar-lhe as vísceras e dava-lhe em troca a certeza de que estava enfim vivo mais um dia.Esse dia de chuva encharcou bandeiras de sangue e palavras de trovão.Caminhei entre árvores mortas muitas décadas minha vida um deserto de areia que me cegara agora a fábrica cemitério de nossos sonhos é NOSSA.

(E toca o hino da Internacional no coração dos espíritos puros sem correntes).

Todos subiram as escadas da utopia para o cadafalso da ideologia.


Wilson Roberto Nogueira