segunda-feira, dezembro 19, 2011

Uma nuvem de areia
precária luz velada de sonho
na efemera dança da esperança
cortina de seda que se rasga num beijo
doirada vaga a evolar-se na razão.
Sentir a vida em grãos perdendo-se no horizonte
desfazendo mosaicos e mandalas sem sentido
estórias que se comsomem na voracidade do vento
Vida breve sulcada de amargor na fronte
rios secos , cicatriz do teu continente
agora semente que vê a nogueira brotar
o pó da casca voa levando seu sonho.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, novembro 24, 2011

terça-feira, novembro 22, 2011

domingo, outubro 30, 2011

sábado, outubro 22, 2011

A Israel dos assassinos de Rabin e dos violadores de templos.

Multiplural etnica e cultural anarquia
Babel de vozes que só se espelham
no verde oliva dos uniformes.
Laica e secular a olhar por sobre o
Muro das Lamentações aos religiosos
de ossos de aço e ocos corações.
Aqueles que modelam no barro os Golens
que perambulam nos sábados a assassinar os sonhos
vestidos de verde oliva e do vinho da vida de estranhos
estrangeiros. Religiosos envenenando a verdade nas suas
orações de ódio e rancor.
Cacofonia de angústias , mêdos e ódios aos gritos saltando dos olhos
para as mãos .
Israel minúscula nau dos insensatos a agarrarem no humor
a bóia da lúcides com as pernas em sangue a atiçar os tubarões.
Oh Isra'El da estrela de Davi estilhaçada, não pise em seus cacos.
Rostos da diáspora de tantos sabores e olores, dores
e alegrias desesperadas  à procurar  tateando na diversidade,
no estranhamento a alteridade imperscrutável da unidade espinhosa.
A qual cobra o sangue e o sal de Israel.O sangue denso e doce de seus filhos.
Oh Israel, voce se encontrará novamente?Caminhos estreitos no Oásis.
O humanismo judaico estará em extinção em Israel ?
O Guardião de D'us( Isra'El) ouvirá a D'eus antes de ouvir a espada ?
Shalom.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, outubro 18, 2011

(Para Cláudia )

Procuro não turvar o humor


com as pedras que invadem meus sapatos

quando caminho pela calçada da vida.

Made in brega,

letra de um samba bebedo de amanheceres nublados.

O mar pra eu cantar é só um seu olhar.

Bom. Assisti a "Capitães da Areia" da neta do Amado e li o livro.

Então Cláudia,me perdoe em ser menino de areia diante desse seu sorriso

Minha jangada já se aninha na madrugada

e o mar , bebo num poema.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, outubro 15, 2011

Não era para tanto "ma garçonne"(o cabelo curto acentuou a cor dos teus olhos).O Pavel low profile como sempre não esquentou,não queimou o radião,quedo-se tranquilo.O embroglio foi de outra ordem,não era propriamente quanto ao grupo,a discussão que se arrastou foi oportuna contudo,mas o curto-circuíto teve suas faíscas exageradas.No que se refere ao texto de seu existir ,é uma questão de estilo apenas,não devemos levar tanto a ferro e fogo. Acredito na proposta de Deus e suas oficinas intercambiaveis,mas esta é uma outra história,


A tua obra lerei com mais vagar e te darei o retorno durante a semana.



Assinado : O Foiceiro.

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, outubro 12, 2011

A companhia custara apenas o preço de um cafezinho.Passavam horas que se diluíam no silêncio dos olhares.Um procurava encontrar no olhar do outro o próprio olhar.E juntos dançavam.

Hora de pagar a conta.As luzes se acenderam e só viram o mármore e as moedas caindo no chão.A dança acabou.Mais uma vez ela pagou a conta. E nunca mais voltou.

Agora ele gira moedas na mesa da cafeteria e só tem a sombra da lembrança a orar por ele.

Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, outubro 10, 2011

domingo, outubro 09, 2011

Dignidade


"É aquilo que as prostitutas sempre tiveram e os políticos jamais terão.

Obs: Que me desculpem as prostitutas pela comparação".

Mário Auvim.



A dignidade não está a venda , não se presta a barganhas por isso alguns homens públicos não vêem nela "mercadoria" de valor.



Vestem um arremedo de dignidade,uma máscara de cera quando o poder escorre de suas mãos .choram copiosamente lembrando de seu suposto passado humilde; invocam o santo nome de suas mãezinhas em vão...



Xô CPIs sabor portuguesa ou siciliana (Humm)serve a Marinara- "só se ela vir ao gabinete depois do expediente"(será paga com verba pública -dos Joães e Marias eleitores que se comoveram com o beijo na testa do bebezinho , como o olho no olho ao dar o aperto de mão, as promessas...



Eles não são fdp pois as putas são mais dignas do que muitos homens públicos.



E nossos parlamentos se afogam nas vísceras desses ratos espero que os políticos comprometidos com seus eleitores não se afoguem nessa m.... não se corrompam.

Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, outubro 03, 2011

Tired dog. 1974.

FRANCE. Paris. 14th arrondissement. Rue de l'Ouest.

sábado, outubro 01, 2011

Das pedras as teias dos teares.

Mineiros de Potosí vivem como escravos nas montanhas esburacadas. Como cupins a estrair a prata esquiva, ambos cativos das entranhas da terra .Quanto mais o metal vai ficando escasso ,mais os mineiros penetram em seu abissal útero negro de mortalha silenciosa.Pulmões invadidos pela devoradora noite da caverna que decepa de suas vidas o ar de suas almas que fogem em gotas de suas covas oculares  e o brilho de seus sorridentes  amanhãs.

Nem o alcool a 90 graus ou o bovino mascar da coca ludibria a fome e a sombra do desespero a dançar com a morte enquanto espíritos de panos e cornos pindurados fossilizam  auto-enganos ancestrais. Trabalham os escravos de Potosí sem tempo para Serem ; vasculham nos buracos as pedras já não tão preciosas quanto a coragem desses filhos de Pachamama.

Nas entranhas desse imenso jazigo , acorrentados a correntes presentes e invisiveis como a morte que piedosa os vem visitar na forma de gás para libertá-los.Mineiros de horizontes estreitos como os caminhos de formigas das minas.Condenados a sua  liberdade com sabor de morte.

Uma vez já sonharam em não estarem enterrados em sua servil condição, imaginaram-se até doutores, depois mecânicos e .A areia doce desse sonho qual pêra madura virou pedregulho rasgando seus corações,sepultando na noite seus pulmões.

Sonhos ainda vagam zumbis sem encontrar olhos por onde entrar nem bocas que os possam dar-lhes vóz.
Sonhos esturricados e sem vóz nos poucos  leitos dos hospitais com as mãos lácrimosas de orações de esposas indigenas e a sombra das avós de suas avós que também vestiram seus maridos com seu derradeiro gesto de amor.

Apesar de Chê ter virado santo da utopia  e terem os mineiros e seus sindicatos espoucado algumas dinamites. Naquela mina a mita e o peso da história ainda não tirou o mineiro índigena da escravidão, eles estão presos no limbo fatalista e causticante da imutabilidade .

As víuvas de homens que teimam em adiar a partida que seus pulmões silicosados exigem são embalados por preces mestiças católicas e pagãs para que possam ter com  seus avós de seus avós talvez em alguma mina sob os conquistadores espanhóis sob o som de flautas andinas.

Um ônibus ford 'jardineira' abarrotado e  empoeirado será nossa condução.A criança desnutrida corre na   direção do forasteiro e diz "me leva pro Brasil"."Bom ,um coreano em Sampa  está precisando de braços pros teares".

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, setembro 30, 2011

anavalhando a vida
recortes de silêncios
a explodir

Wilson Roberto Nogueira
lage de gelo
desliza o cizne
na neblina azul.

Wilson Roberto Nogueira
sabre penetra a terra
queda do guerreiro
semente rubra do vazio.

Wilson Roberto Nogueira
sutis vôos da aurora
na pétala da borboleta
em brasa
sabor de manteiga.

Wilson Roberto Nogueira
Secar o ar numa nuvem de desespero
Chuva de granizo ao anoitecer.

Wilson Roberto Nogueira
A vida breve
vôo da aurora
no beijo da rosa
no olho da lua a dormir.
cobre de sonhos meu porvir.

Wilson Roberto Nogueira
"O talento educa-se na calma;


o caráter, no tumulto da vida"

(Goethe)

terça-feira, agosto 30, 2011

Acordo quando anoiteço
só para ver o sol morrer.
mais uma vez.
Corto as cordas que me prendem
a canção do viver.
Levo comigo as cinzas dos meus dias.

"O sexo foi maravilhoso primo,mas não pense querido que vou sair com você para ser vista com um mero professorzinho".Ele  introduz a língua nas vísceras dela,sentindo seu doce ácido. levanta-se , uma vez vestido à porta,sorri.Pega do bolso uma moeda e joga na cama onde ela estava ainda nua e belissima.Sai sem bater.Ela é que queria espancá-lo .Matá-lo.Arremessou  tudo o que podia mas ele não estava mais lá.Horas sob a água a queimavam.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, agosto 23, 2011

A poesia alvejou o corvo com um sorriso


e ele deixou cair um coco em minha testa.

Seja à direita ou a esquerda sempre ventará a minha frente .



Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, agosto 12, 2011

segunda-feira, agosto 08, 2011

Vodka e Voda, dois amores

Vodka cria um outro que sou eu
tira a tampa de quem penso ser
restando o fogo invisível de quem não sei
Uma garrafa fazendo as vezes de vela
enquanto tomo água como quem bebe hidromel
meu caso com a água é antigo sou dela
mais da metade do meu ser
porque queimar-me numa paixão
por uma vadia que me tropeça diante da vida?
A vódka tira-me mais do que me dá.
Só entendo sua companhia para lembrar meus entes mortos.
Um brinde a vida !

Wilson Roberto Nogueira.

P.S (voda em russo é água )

domingo, agosto 07, 2011

A minha noite se aproxima e a morte começa a querer algo mais sério comigo do que apenas um flerte. Não me sinto poeta ,nem torto ou direito sou apenas andarilho das palavras, tropego bebendo quem sou para algum bueiro ,seja gaveta dos meus escritos ou no eter da infovia. Eu mais minhas contingencias, ideologias e todas as roupas mais , embora prefira andar como vim ao mundo, procuro encontrar a nudes da alma essa afogou-se sob o calor de tantas roupas que encrustadas tornaram-se couraçãs do burgues metido a comunista de cujo espelho embassado me vejo.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, agosto 06, 2011

Na Serra os padres alimentam lobos em pratos de porcelana. No átrio da casa de Deus o lobo come da carne .Bate o sino, é o lobo da pele castanha- amarelada com os ouvidos em pé e cauda branca felpuda que despede-se perdendo-se na floresta do sonho.O Guará também é cordeiro de Deus !

Wilson Roberto Nogueira
Arqueja no espelho da memória um animal ferido que lambe asperamente suas cicatrizes,
a dor lateja na lembrança e derrama quente seu rubro amor que encontra morada,
mordida de vida amante do horizonte que cobre-se de Noite nesse espelho- nuvem,
que é a memória a qual  insiste em trovoar velhas discussões acerca do vivido e do sonhado.
Acordar no disfarce da manhã a surgir outra embora sendo a mesma. Rotina que rói a morada
da memória e esquece de apagar as dores ,sinais de novas tempestades, mesmo quando o sol esqueceu de dormir.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, agosto 02, 2011

Parque Barigui

Florianopolis

A prostituta está mais vestida quando nua.
cada peça é um disfarce de uma estória
cor carmim de sangue e gritos
sonhos são armas que se escondem
em cada cicatriz.
As cores procuram a luz no teatro
só encontram moedas frias em camas sujas
Ela não está ali
está pulando amarelinha em algum labirinto
bem longe do pai e dos homens.

Wilson Roberto Nogueira.

Barra do Saí.SC

As lágrimas esperam o riso escondido fugir.
O homonimo visitou outro enterro,seu caixão era como o botão que faltara
em sua vida. Fechou o paletó assim mesmo. Só.Quis visitar ,mesmo estando morto;
no engano do motorista  ,a despedida da viúva alegre.E que uva !Pronto acabou , chegou o morto
que aguardavam aquela familia de latifundiários e aquele primo esquisito, atléticano e comunista!

Chove velhas canções na ventania daquela cortina espessa de água e prantos de cera derretida.
Dorme a manhã e eu aqui dentro dessa caixa de sapato.Que usurários!
Viuvinha doce vem  beijar a cerâmica da minha casca enquanto eu belisco aquele traseiro!
Acho que vou ficar por aqui mesmo, inté !

Wilson Roberto Nogueira
Partidocracia
parindo circos
almas de aluguel.

Wilson Roberto Nogueira

Floripa

segunda-feira, agosto 01, 2011

Flâneur de uma cidade sem úbere agonizando de agruras para ontem.

Matem minha vontade de morrer nesta cidade de pó e carniça.
Em toda praça sorri banguela a desdita miséria
untada de lodo e urina de ratos sob as bençãos da geada mortalhando gelada dança .
sorve meta merda na alma dissolvida nas vísceras do pesadelo empedrado no fogo .
gosma de vida que se arrasta de precipício em precipício de vertigens no inferno
saboreando a morte tateando desespero lambendo a laje da vida que foge.
Passo impassível sem moedas a dar nem cumprimento a paisagem horrenda da urbe.
cobertores sobre peles podres sob ossos quebradiços , baratas .
No submundo da humana voracidade mais um careca icinera de ódio mais um subumano desengano.
Cruzes são caras de mais , covas rasas secas de Deus plantam mais um horizonte que não brotou.

"A manhã tem mais". "Prefiro a televisão ,o locutor é um artista " "Escorre sangue em cada letra que vomita de sua fala vulturina " "Um acidente de carro... " Amanhã estarei ocupado fala o Diabo, assistirei a matinê ao lado de Nero massacre de cristãos


Wilson Roberto Nogueira
Faltara o samba flertando dor com esperança


e a lâmina cega do blues cortando a encruzilhada

da alma bebada de olho no precípicio que brada:

“A morte será sua herança” . Cobiça-te desde criança

Quando descia o morro rindo da bala que traçava o céu

Rasgando a noite calando no peito do dia mais uma colheita de desenganos.

Faltara o samba que bateu em retirada quando a luz que dançava nos olhos teus

Quedaram nos seus passos o silencio da tua esperança.

Sonha o céu mais estrelas dos anjos nascidos das bastardas balas perdidas.

Enquanto marejada de ácido corre fantasma a alma do blues

Queimando as cordas dos meus nervos que cantam

O silêncio das crianças que clamam por socorro

na encruzilhada dançam o samba com o blues

numa só alma negra e profunda.

Ecoando escravidão ,dignidade e luta.

E ainda nas vielas da canção sonhando paz , amor e união.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, julho 29, 2011

Ali está aquele Zé cabisbaixo, chutando a lata, com a pasta debaixo do braço.A própria imagem do soterrado arrastando as correntes de suas frustrações. Ainda tem faíscas de ideais no fundo de uma conversa torta na hora em que o dia morre para ressuscitar de mascaradas esperanças. O trôpego caminhar do proletário do saber, coisificado em sua ânsia esvaziada de ensinar.Um mero repetidor de clichês e platitudes ; nada além de barro transformado em falácia forrando seu guardapó.


Nas salas desnutridas de significado almas escapistas vagam em suas próprias cavernas enquanto se distraem com os desenhos e os sons de seus próprios ecos sem ter olhos para ver ou ouvidos para escutar o que lhes ameaça o presente perpétuo de seu piso sem consistência, afundam até o pescoço em lodo mas seguem cegos pelas luzes de seus próprios egos.

Enquanto o Zé se dissolve no mar de palavras estéreis, sementes ocas e poeira que se consome em sinais sem sons nem imagens.

O Zé é um clown que ri e chora sob a máscara porque ele ainda não é uma coisa.Talvez.



Wilson Roberto Nogueira
Cada letra pulsa sangüínea chama como as do teu olhar que devora o abismo contemplando o infinito.


Medo é o teu caminhar na rota rasgada de um pesadelo que explode ali na esquina.

sentir a textura de um sofrimento derramado como ácido na pele. Na pele de quem toca um farrapo

comensal de cães ladrando irmãos sem distinção.Animais .Nós mesmos que nos projetamos nos outros

nossas larvas .Nossas lavas subterrâneas de nosso Hades.Mar revolto sob o gelo.

Na insana cidade de banal cópula de violências no parque de horrores e neon.

Tudo se esconde quando se revela atrás dos vidros, o aço.



Wilson Roberto Nogueira

Alexander Radshenko

terça-feira, julho 26, 2011

frases

O médico de hoje é a gaze esquecida dentro de ti .


O advogado que leva o celular pro bandido será seu juíz.

O policial está preso no quartel não sai nem que o tiroteio o convide.

Teu coração viaja no meu.


Wilson Roberto Nogueira

domingo, julho 24, 2011

A foto fala a verdade da circunstância


que circula ou circunda o fato corcunda.


A lente flerta com a verdade,

se oferece mas não quer compromisso.


Só o olho do fotografo discursa na lente fria.

Vida é uma questão de ótica para a câmera daltônica.

Wilson Roberto Nogueira
uma gota da tua boca




provei o mel



e passei daí



a embriagar-me de fél.



Wilson Roberto Nogueira
Eu leio para apreender a ler as almas
sob a pele da página onde o eco se manifesta
no silêncio da leitura.

As pessoas  ocultam a si próprias nas palavras

Ler no silêncio o coração trajado de razão
sonha ser pedra sendo pluma
e descobrirque algumas pessoas

que se pensam livros são páginas em branco
ou de tão pesadas capas
de letras tão desenhadas
que são pesos de mesas de pés curtos.
personnas persianas pro vazio

partes de superficies opostas

sob a máscara descartável dos dias



N-o-v-a p-e-s-s-o-a !

e todos os dias

novas outras pessoas

as aplaudem em

teatros trocando pedras

jogando pedras

sem valor como moedas

ao vento

em frases esfarrapadas

despalavradas

desempregadas...

Wilson Roberto Nogueira
Maloqueiro;


maloca criola.

Crise de sentido

esse sentimento

invadido

na prestes presença

do colorido ausente,

tateando a dor nos olhos

do casebre

insalubre vida de um rio sêco

arrastando os arrasados pés

no barroco barro do ser,

pó preso a sentença do chão;

pé sem vento para livre fugir

ou para diluir a si nas águas do sonho.

Não esquece a sede ;

não sede a sêde

até o esqueCimento chegar.

Pá de cal,

pegada

pá pesada

sobre o ódio.

Carece não desatar o nó

vai que cai uma espada na cabeça

quebrando a cabaça da alma do pensamento.

Prendendo ainda mais o desinfeliz

ainda mais a rede das moléstias

que grudam na alma e sugam a seiva do viver

tornando a existência ôca e parasita

entrevando os ossos dos braços;

cortando com fina lâmina as visceras

enquanto os olhos permanecem cegos

à imagem denunciada no olho da água

A água breve em breve chuva

desapercebida chega

e a sêde tamanha

não é mais do beber é viver.

Mas como encontrar a picada na caatinga

sendo que nunca apreendera nas lidas

a linguagem das cores

tanto das negras e pardas

quanto das verdes e douradas?

a vida tornara um fantasma

refletido pelas meninas

dos olhos órfãos da alma.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, julho 23, 2011

pura puta imolada na chama escura


o fardo te rasga e tu esforça-te

em explodir de prazer fumaça. te

custuras sempre novos sorrisos

rápidos convites pro show.



Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, julho 20, 2011

Noites sem estrelas.

Os chineses vêem nos momentos de crise a oportunidade para superar desafios . Também é o cavalo encilhado que aventureiros montam para segurar em suas mãos o destino de nações .Apelando para o culto da personalidade , populistas amarram o destino de seus países aos seus caprichos .Em momentos de profunda crise institucional é que emergem líderes das sombras bancados por estruturas gananciosas e segregadoras por trás de escudos moralistas espalham o medo e semeiam o desejo de vingança as siluetas nas sombras de cada rua ou esquina.



Em cada esquina olhos de sangue pesadelos turvam .Onde cada murmúrio , cada cascalhar inconseqüente é uma conspiração.Cristais se quebram no mirar das crianças proibidas de sonhar; os jovens de amar; os livros armas que alimentam fogueiras que dançam até o firmamento que treme pelos dias que virão As pessoas enclausuram-se e só saem de seus abismos existenciais para apontar o vizinho no gozo de sentenciá-lo antes que um estampido respire em sua nuca o seu último ganido silencioso. O frio e a neve vestem os lares enquanto as fogueiras se negam a acender nos corações.Na escuridão preserva-se a luz que pode ser perigosa se iluminar o olhar sem censuras.



Wilson Roberto Nogueira.



Busca do destino

Quando olhamos para o horizonte emprestamos nossos olhos a uma escrita divina cuja mensagem interpretamos segundo nossos próprios interesses . Mas o fato que aquela arquitetura de significados independe do que criamos em torno de seus sinais .

Antes de abrir as páginas da existência humana o livro já encontra-se completo como aquele horizonte o qual não se submete ao nosso entendimento.

Segundo nossa tradição D'us deu-nos livre arbítrio,  a opção entre caminharmos segundo nossa razão  ou nossos instintos .embora Ele seja onisciente e onipresente e conheça nossas escolhas de antemão não interfere. O que importa é creditarmos  a nós mesmos as escolhas que fazemos (e não as costas largas do Criador ou do tinhoso), ainda mais quando nos distanciamos das explicações religiosas . A ligação do homem com a transcendência  é questão de mercado.

O fim da religião como algo desligado do concreto mais do que a matéria oca e dourada ou recheada por haveres deque jamais saciaremos . Onde está o fatalismo na aceitação seja das leis de mercado onde a mercadoria humana tem os eu valor de face sobrevalorizado em detrimento do Ser mero lastro esvaziado.

Istina ou Maktub, destino é uma estrada nas estrelas onde o espírito caminha solitário abandonado pela casca que revira o lixo da civilização a procura da barbárie.

Wilson Roberto Nogueira.
12/1987
"A metáfora é a guardiã da realidade . "
Adélia Prado.

Uma gota de cristal na poça

Nasceu prematuro , de um acidente de paixão adolescente. Um mecânico filho de nortistas ousou entrar no recinto íntimo da profunda princesinha estrábica , profusamente solitária.




Para afastar aquela negra mancha no caminho do vasto dourado horizonte não tardara o patriarca a regiamente pagar para apagar a vergonha. Como insulto à propriedade extorquida. No silêncio da suposta submissão, afrontando o afastamento e todo sangue do sentimento como veneno da humilhação para alimentar de ódio o temporal para longe levar a possibilidade de uma película de pensamento em retornar.



Não era nada porque nada sobrara, só a alma da mulher que arrastava os restos de suas vestes de carne em meio a outras almas zumbis, trancafiadas em pesados pesadelos durante lustros ocultando na poeira toda a beleza. O lustre não era de cristais, sempre chamada de vidro até partir-se em foscos cacos miúdos.



Quanto a prole defecada pro mundo, longe de ser o bebê Johnson ariano ,restara aquilo, um saguizinho que nasceu desobedecendo o destino nascituro. A teimosia em ter vingado será a fatura pela qual terá que responder em cada palavra carinhosa de ácido tão cristalino como água para ser bebida.



O esperma inválido conseguiu a proeza de projetar a arquitetura que cismava em abandonar-se no mar do crescimento. Aguardavam que morresse. Amadurecendo entre cactos e hera sob a sombra da esperança, uma nuvem para encobrir o sol negro de sua existência.



Encontrou uma caverna entre os livros que lhe revelaria o centro incandescente de espíritos imortais que assim como ele, passaram por entre os abismos sem jamais serem engolfados pela inexistência sedutora das cores que a queda eterna patrocina.



Mas o “miquinho” crescera e se tornara um homem , a presença constante da Ausência não era mais um fantasma, agora na carcaça de um cadáver, um casco, uma cousa pousada sob o caixão. A lágrima não encontrou na memória do afeto a chama necessária, era apenas um pote de barro dentro de uma caixa de sapatos gigante."Adeus Pai".Cujo espírito não era nada santo.



Os passos pesados como toras de carvalho socando a terra como trovão sempre dera o compasso da caminhada dura do enjeitado de cuja palha de que era feito trançou os liames de aço para enfrentar sua maturação androgênica .Caminhadas duras entre pedras e percalços quando não se tem os requisitos exigidos pela seleção natural . A viril fortaleza foi forjada no fogo na bigorna da vida, nas ruas e no constante desafio na família apostrofada.



Nadou na medida em que se afogava até encontrar a morada de toda sua angústia de viver e morrer de tanto embriagar-se de vida no amor daquela sua última morada, sua esposa.



Enquanto ela esteve em "estado interessante " encontrou de alugar um "quartinho " na vizinha .Afinal "Sua Santa mãezinha " mãe de sua semente era sagrada como uma igreja.Templo de sua aliança divina com o Criador a partir da qual era perversão incestuosa ter relações , "poderia ferir o bebe " !



Bom .Nasceu um gorduchinho que demorou a abrir os olhos e quando abriu a natureza os tinha rasgado. Saiu na noite para comprar charutos e jamais voltou. Foi encontrado no alto de uma igreja abandonada tocando um violino imaginário.Voou como um urubu para outra vida entre os partidos vidros de cristal.



Wilson Roberto Nogueira





Agora com a conscientização ecológica os esgotos das Metrópolis viraram motivo de interesse público e até fonte de renda das prefeituras que abriram uma nova frente para a curiosidade forasteira. O turismo subterrâneo nas galerias da capital, um parque temático com músicas para todos os gostos, aliás existem até aqueles que juram que as ruelas liquidas dos esgotos exalam uma melodia sem igual. O olor e as criaturas que nas trevas se alimentam dos subprodutos urbanitas são os símbolos silenciosos desta capital ecologicamente correta da urbe nefélita . No sangue agora translúcido desta cidade ecolotra a água torna-se de pleno uso para lavar pratos, prantos e pessoas.

É o século XXI que se vê Paraíso a começar da discarga !

Wilson Roberto Nogueira

domingo, julho 17, 2011

quinta-feira, julho 07, 2011

O mêdo puro dito no silêncio sopra sofrimento.
Exibe o lamento na sombra do cárcere que se arrasta
dentro do teu coração, entre as grades da janela da tua emoção.
Ninguem ouve os ganidos do teu silêncio
na lápide viva de mármore  rachado num sorriso.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, julho 05, 2011

Cada passo,  caminhada encarcerada de um sujeito sem rosto que sai a procura da face no espelho do outro e, aos tropeços só consegue sentir o sabor da dor e do sangue. "Como encontrar no outro o reflexo de quem sou ?  "É melhor parar de arrastar o peso da incerteza e da busca da palavra-ponte na boca de outras cores ou a tradução das fibras nos intestinos de quem não queremos ver. Nossos fantasmas agigantan-se nas sombras de que ignoramos, o outro veste-se de espinhos e chagas. Cavalgamos nosso ódio a essa figura que invade a janela de nossos lares ameaçando entrar. O que é a alteridade além do mugido dos fracos a rasgar a identidade das fronteiras de nossas consciências míticas. Segregar e compartimentar assim como odiar é tão mais fácil e prazeroso como torcer numa partida de futebol ! O insulto e as palavras-flechas de ódio incandescentes projetam-se no poder do anônimato, manada de fumaça ácida, bestas feras se lançando ao abismo. Parideiras de tumorosos frutos que urgem sangrar nos amanheceres sombrios . Boas trevas século XXI !

Wilson Roberto Nogueira Jr

quarta-feira, junho 29, 2011

terça-feira, junho 28, 2011

Que te acariciava


vagarosamente

bem de vagarinho

beijando-te o corpo

para com carinho

te levar ao platô

de serenos

extreme

cimentos.

Não te zangues

com o amiguinho

foi só um sonho doce

que saiu de ti.



Wilson Roberto Nogueira

domingo, junho 26, 2011

sábado, junho 25, 2011

Tomou água salgada pelo nariz ?

Tomou água salgada pelo nariz ?Era um trote dos meus primos quando nós íamos à praia e um perdia a aposta ou a namorada para o outro.Só meia garrafa de água do mar.só que uma vez tinha um pedaço pequennico de água viva e...Minha tia quis matar-me.Fazendo isso com o filhinho dela!Nunca mais.

O piá baixou hospital, não soube mais dele porque ela não me permitiu mais me aproximar durante uns dez anos.Ela está bem velhinha agora e por isso até sorriu para mim ou quase isso.Vai ver que desmemoriou.Pode ser.Perdoou...?Não,...pelo menos eu não.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, junho 24, 2011

street art

quinta-feira, junho 23, 2011

Sorri o verbo da desdita de quando em vez, mas fico longe da Mardita,


bebo da vida enquanto ela pensa que me bebe.Vou parindo revezes

Esses filhos bastardos da fama que cega em suas luzes frias.

Sigo a senda pedregulhosa na penumbra do existir.



Agora estou na Ágora da minha consciência e as discussões que ouço

são latidos e ganidos longinquos .Estarei dormindo?Sonhos de vestes brancas

e corações negros, de chumbo e sangue.Lugar para poesia não existe !

Aquela Ágora é um Coliseu onde a morte faz seu espetáculo mais divino

Onde a massa se encontra para devorar-se como pão .

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, junho 21, 2011

O Prêmio Nobel da Paz foi para Marte

A palavra varou a escuridão lavrando de pesadêlos os silêncios silentes da morgue

eriçando os pêlos da morte que habitava no casulo cadáver da história;

da tua estória ,escória de sifílização.

Sonha a sombra da devassidão a derradeira hora da libertação na barbárie .

 Ela caminha a teu lado e dorme contigo

esperando para beijá-la

a palavra ,
larva da dor ,
da dor da Moderna

Civilização Ocidental.
 
Wilson Roberto Nogueira

domingo, junho 19, 2011

É estou com o cérebro menstruado


andropausado de amizade,amizade

vou sair para trepar antes que a noite venha

venha vindo negra de fel e plena de frio.

Wilson Roberto Nogueira
Sampa sampleando dor na ausência de quem queira verbo para além do simplesmente ver
na vontade sem braços de quem pode e não faz.
Semente do desmando tropegando entre o pântano e o churume
Assim os olhos fechados de suas caixas
podem fabricar gavetas onde se esquece o coração
que apodrece fedendo a cobiça e a corrupção
O  fruto dessa luz é a escuridão.
Morrem aos magotes ,  germinam envenenados a   enveredar  raízes
consumindo as gotas de seiva fétida
irrigada por todos nós burgueses liberais.
Empresários e Políticos
ou simplesmente quando viramos as costas a essa paisagem urbana
que urra de desespero.

Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, junho 13, 2011

O verbo do desejo, o sexo no beijo


jorra da naúsea?

Do amor que amorna na saliva a água

sonha o sangue ser o vinho na saliva?

Na "irmã" a carícia se lamenta e foge

geme de desejo no ódio a encoberta

arma da paixão .

eternidade de poeiras incandescentes.

minutos de ausência

fumaça...........
 
Wilson Roberto Nogueira
Sou concreto pertencimento do Moderno e dos ísmos do século XX, (embora apreciador do XY).herdeiro da malta que se apropriou de Darwin pra construir uma sociedade de discursos e armas, muros e moléstias, e money for nothing, para criar na angústia a necessidade pelo supérfluo que segrega e dizima. Sou a morte dourada do Capitalismo !

Wilson Roberto Nogueira
Enquanto o homem engravida de capital fazendo do coração uma registradora.Deus vai dormir deixando no trinco da maçaneta o aviso "Não Perturbe " !


Wilson Roberto Nogueira
Ópio e religião é uma questão judaica?


Marx talvez caminhasse na fé de que D'us embora não esteja

faz as vezes daquela sombra que ampara e dá mêdo.

ajuda os farrapos espalhados no chão das fábricas, nas calçadas

Mas sem essa fumaça que vitaliza o que seria dessa carne muída do proletariado?

D'us seria uma obrigação moral do capitalismo , o sonho de um coração de um robo que pensa ser humano.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, junho 11, 2011

O continente da memória oculto sob frondosa floresta de chamas.

Wilson Roberto Nogueira
Um tiro no escuro calando a canção dos cristais

Wilson Roberto Nogueira

O fascismo em nós

A construção de uma via própria para um destino histórico comum ,onde todos caminhem no mesmo passo seria a forma idealizada de totalitarismo?Como o pavimento dessa ambição fez de tantos, servos de uma mesma vontade ?Onde reside a força transformadora de homens em peças de um motor muitas vezes silente e invisível na cortina de areia da rotina.Pedras de um edifício cinzento e burocrático de uma avenida de paradas e estandartes louvando o trabalho que liberta na criação de uma identidade que segrega.Isso foi o fascismo criador de lápides sem nome sob as cinzas que chovem do passado.Esse passado passou ou ainda está em nós.Serpentes não morrem com o próprio veneno.É tão fácil odiar...


Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, junho 09, 2011

Meu coração sonha ser a mão que acaricia o teu.
Sobra a razão ciúmenta cimentando a ilusão de ter
os dois.Dois corpos sem emoção.O vento que move
essa neblina de areia é só uma película de desejo e tezão.
Solidão é  a laje onde durmo de dores e cansaço.
A vida  é ladra de sonhos .

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, junho 08, 2011

segunda-feira, junho 06, 2011

O cano de um revólver na cabeça de um aluno em frente a escola.Correria,angústia, desespero.Trocam passos incertos ,pés em todas as direções sob pernas tremulas.Ouvem tiros que explodem no desespero do silêncio, imaginando dor e sangue, que sentem em suas entranhas.Pavor.Professores como pastores tangem seu rebanho para a segurança (?) das salas.Professoras procuram armários inexistentes para se esconder, alunas gritam e choram sem saber, sem ver.Do alto de uma janela a diretora impassivel perscruta o drama.Homem armado ameaçou aluno, mesmo sendo esse aluno o Maeda, não merece tal violência.As vísceras do infortúnio sorriem, um prazer sádico abre uma avenida nos lábios da professora de português.Enfim era só um policial à paisana.
Mais um dia rotineiro da escola brasileira.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, junho 05, 2011

Os dentes da madrugada curitibana rangem enquanto uma montanha de panos velhos aproxima-se de um apressado pacato burguês e sua sacolinha de remédios."Uma moeda por favor ".Sem desviar o rosto da estrada deserta, responde:"Lamento,minha última moeda gastei nos meus remédios ".Não perde seu precioso tempo procurando algum rosto entre aqueles trapos ambulantes e levanta o braço mostrando a sacola da farmácia, enquanto com a outra em punho cerrado ,aperta a moeda com a efigie do presidente JK.Passos apressados na escuridão sem o faról dos carros ,passa a andar no meio da rua.Como o tempo pode ser tão longo!

Wilson Roberto Nogueira

sábado, junho 04, 2011

O esvaziamento do espírito é total, uma apráxia redutora de quaisquer capacidade de reação.Torpor deteriorante como uma fresta ao abismo.Espiar para dentro de si e procurar entre as entranhas algum nervo que ainda preste .É hoje como olhar no fundo do olho desse abismo que circunda .Uma noite sem lua nem estrelas.A apresentação das vestes da morte enquanto ela, nua, espreita-te enquanto  tu caindo sem a mínima noção da profundidade de seu fim.Tudo em volta  distorcido e oculto.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, maio 31, 2011

a FIFA em Fogo

A Grande Famiglia na fifa o Capo di tutti capi pede respeito,

Respeito que escorre de seus dedos;
cada gota pinga uma propina
que irriga lealdades de serpentes.
De repente o afilhado de ontem
sócio no bordel ,exige a fogueira
para aquele que violou sua virgindade de conciência.
Contra o Pai Todo poderoso que violentara as pobres vestais.

A nuvem de lama sopra com o vento da conveniencia.

Isso é política com pê minusculo...

Wilson Roberto Nogueira
A luz do poder já cegara arcanjos
Em khans priápicos perderam asas
em minutos o poder virou pó soprado das
celas . e como a ampulheta da desonra derrama
seus grãos...eternidades transformaram os dias de negror
fora da cadeia? Jamais...
Mon Dieu !

Wilson Roberto Nogueira
Ele não sofria.Osculava a agonia
Com ela dormia e sonhava verdades
veladas na fumaça que corria
era vida dorida parida de luzes.
Só um gole da tua saliva .

Wilson Roberto Nogueira
Eu pego
olho
esmago
trago
o coração
que trago
junto ao meu.
Eu

Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 28, 2011

sexta-feira, maio 27, 2011

Uma rosa sorriu e iluminou o céu
o sol o sonho
o senho franzido flechado no sorriso
perdeu o siso e sorriu em cílios
em pálpebras na polpa éterea da rosa
no amor a flor marejou
em sonhos doces se perdeu
o vento bateu
pétala a pétala se espalhou


MORREU.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 21, 2011

Um mar murmura no seu ouvido
e nenhuma sereia ?
apareceu somente uma lesma marinha...
encaramujado nessa concha devida
vou navegando em apertado redemoinho
até onde não sei minha vida.
Serenata serenando a maré
mergulhando num amor amargo sabor café.

Wilson Roberto Nogueira
O mesmo olho que nos ve-la é o que nos cega.
lua ajeitando caminhos de sonhos nas sombras
do nosso caminhar  que sonha conosco
outros horizontes onde não estamos e não estaremos
nos nossos mais retos raios de esperança
miragem de destino.
Uma herança que não brotará
mesmo do útero da flor do  teu sorriso.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 14, 2011

Você cebola e eu alho!
Olho enquanto voce rebola.
Acem não dá !

Wilson Roberto Nogueira
Andar nos teus passos
Andei
Até levar comigo suas
pegadas
Agora
estou sem caminhos
caminhos para caminhar.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 07, 2011

Quando o Sol fica cansado de criar suor , aí esfria...pouco


e as chuvas vem e vão levando meias e cobrindo os buracos das calçadas.

Não há como não furar sapatos nas calçadas de dentes tortos da cidade.

daí em meio a chuva...paçoca de malcheiro , cria da chuva e da lama.

Cidade deitada dorme o domingo.

Leio o jornal que cobrirá o mendigo amanhã.

Ele não dorme , deixa de sofrer.

Irriga a mente de sonhos na planicie e acorda dando saltos no escuro de sua vida.

Domingo ou segunda, nenhuma labareda profunda a lumiar o que não se vê

o que não se quer ver não se vê.Jornal para quê?

Futebol na televisão depois do trabalho.Rotina.

Bendita alienação. Qualquer coisa, uma moeda largo na mão do mendigo

Que faz ponto na calçada da esquina da poesia. Onde ela foi esfaqueada.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, abril 30, 2011

Presidente ou Presidenta ?

Noves fora a questão gramatical, a atividade é política e a insistência da mandatária em ser denominada "presidenta " está ligada a mensagem que ela quer dar ao povo ou "pova", as mulheres do meu Brasil varonil, que assim como um retirante,metalúrgico e líder sindical chegou ao cargo máximo "DaNação" , uma mulher também poder chegar ao


primeiro cargo da república.A escolha pelo termo (não houve nenhum senão dos imortais da ABL nem o fantasma do Houaiss foi puxar a perna dela a noite) Presidenta é um indicativo que adotará políticas públicas de inclusão da mulher , sinaliza também a tentativa de quebrar o machismo reinante em muita cabeça feminina que passa idéias discriminatórias e de sub-valorização da mulher para suas próprias filhas.

Em suma não perderei meu sono com relação a esse neologismo.aliás muitas palavras que foram escritas por medalhões da Letras caíram no gosto do povo letrado e passou a constar em dicionários,daí por que não ser menos persecutória com relação a Presidenta.

Ninguém será preso por ter uma opinião diferente e ela não será mais Lula ou menos Lula por teimar que a chamem de Presidenta.

Continuarei preferindo chamar de "a presidente ".

Fora Bolsonaro ?

Infelizmente ele representa uma parcela da população que o elegeu que se identificou com as teses que defente,baseada no autoritarismo e no preconceito ,de um "patriotismo" cego ,em suma ,aos preceitos do nacional -socialismo.O que me assusta é o fascismo social muito mais perigoso do que o institucional(como foi na Alemanha)porque um estado segregacionista e genocida é muito mais fácil de combater do que uma mentalidade arraigada e simplória , já que muito mais fácil odiar do que amar, construir muros do que pontes.A intolerância é o comodismo do espírito e a violência física ou "moral" é arma abundante ,facilmente encontrada nos esgotos da mente humana.Bolsonaro é humano,demasiado humano,embora negue a humanidade em outras pessoas.
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, abril 26, 2011

Não foi o Abraão nem o Ricardão !

Por mais que me afaste de Deus,Ele está sempre ao meu lado !
Poderia jurar que eu O vi espiando do armário.Sarah disse para eu não me importar...!
Que sexo abençoado!!

Wilson Roberto Nogueira

Degustando com carinho uma lembrança

Com qual mulher estarão meus escombros ?
Sondar nos olhos fechados a verdade que ora dorme,
deixar no silêncio o sangue do desejo.Já não é mais a hora.
Só os esqueletos da lembrança na sepultura das camas
que naufragaram. Agora só há a paz que me arruína. E,
e nenhum lamento. As Pegadas de sofrimento
tornaram-se fósseis de gelo como o olhar translúcido da Morte.
Vago na neblina a esperar um sol que não existe.
É só um peso que arrasto sem nome nessas cãns de escamas estéreis
por ruas que expelem pesadelos em discursos de sombras.
Nada dorme nessa lembrança opaca degustando o olor do passado sem dentes
incapaz de devorar o presente e gerar o novo a partir das entranhas.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, abril 23, 2011

Gira o mundo na cabeça do morcego giramundo.
Tudo que está em cima parece estar embaixo.
É muito sangue na cabeça.
Nada uma folha negra na escuridão
no beijo da manhã uma língua de dor e sonho.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, abril 22, 2011

Procuro a ti num beijo que jamais me dará.
Não adianta não é mesmo ?
O céu é sempre azul quando a cinza voa do cinzeiro.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, abril 21, 2011

quinta-feira, abril 14, 2011

Escrevo como quem late pro vazio da noite
não espero que o eco das minhas entranhas
faça com que a lua partilhe da minha fome.
Só a olho com olhos secos e lato,
num latido rouco que  me rasga nesse inverno da alma
e que gela meus sonhos.
Nessa lágrima de prata brilhará
uma luz que conduzirá a alguma lagoa onde abandonarei
por fim
minhas pegadas.


Wilson Roberto Nogueira
Procurando alguma luz na sombra,
Abraçado por ela.
No cabelo uma mão pousada.
Ninho de luzes.Sonha com ela.
Sombra em dobras se abana
e logra uma esperança na fumaça branca.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, abril 03, 2011

Dança de Negros ao Luar (xilogravura) 1929

sábado, abril 02, 2011

Amazonas

segunda-feira, março 21, 2011

O racista e a alteridade

Detesto marcianos.Basta alguém  se comportar como alién que. Pronto me causa mossa e as vezes me surpreendo tão diferente de mim que não me percebo no olhar do outro. sou eu próprio um alién.Não aceitar-me como sou, verde sob a pele branca escorre sangue verde.É a minha natureza que repilo em ti .A semelhança ne diferença é a vóz que estrila nos nervos e rasga a cor tão igual e tão morna da homogeneidade.Ou seria somente a introjeção da rejeição?

Wilson Roberto Nogueira
Não vou mais comprar livros que não leio, jornais que só folheio.
Assim a vida, espero, não acumule tanto pó sobre estes papéis velhos.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, março 17, 2011

Calle Havana

Sobra-me pouco tempo e com esse calor ..."cheiroso  à urubu da estepe "


não vejo mais ninguém... estarei cego?Estaremos cegos

em algum trecho do livro do Saramago ou do filme do Meirelles?

As cores das vozes brilham ?

 Ainda não...

Será que ainda tem cura?

Só bebendo felicidade ...para ver o sol parir a lua sorrindo pra gente

e não importa se a realidade é banguela e tem mal hálito;

 vinho bom é uma boa conversa com quem gostamos como essa que estamos tendo agora.

" Essas são ótimas, só são superadas quando ao vivo e a cores nos encontramos de verdade, nada virtual"

Reclamo tanto do virtual, mas é aqui que encontro  outros das quais gosto de conversar

Reclamo e mesmo aqui, anda difícil o encontro


o tempo voa tão rápido que acaba sumindo e nos consumindo

Manhã, tarde no trampo e a noite estou meio apagadaço.

" trabalhar dá muito trabalho, né?"

Modernidade mastiga nossa vida e não nos sobra muito de nós depois.

dá muita raiva que ferve a vida de alegria, é uma pressão !

"Alegria fugaz... essa não conta"

Uma alegria que ri de si e de nós

e com os dentes pra fora pensamos que nos devora, mas ensina.


 Fome fome...não me lembre, não a chame que ela pode se perder no caminho

 enquanto como letras, comerão o falar num rugido  de saudades .

Vida...bah !

Wilson Roberto Nogueira
-Aquela motorista !


-Qual motorista?

-Você foi pra lá e tinha uma motorista do bus...?

Os franceses não são simpáticos com quem não fala francês.”Pardón,s'il vous plaît"



A motorista que fumava feito uma chaminé e dirigia xingando os outros motoristas até cair o cigarro na calça e...ela não gostou

Homem, O que voce  está esperando?

O bus passar com outra motorista, bonita e que não fume;

agora só vejo aqueles de cara de travesseiro amassado;

já algum tempo longe do sol, sabe como é...? estou igualzinho !

Disseram que preciso andar no parque, enquanto tiver sol...

Quando sai, vi um gato imenso de gordo que subiu com espantosa agilidade o muro de uma casa.Perguntei, como é que o chinês não viu .Quantas esfihas não daria !Fiquei com raiva. não consigo mais me abaixar sem que minhas costas protestem.

Wilson Roberto Nogueira
Perin: voce recebeu meu email falando do Luarino , né?


preciso de novo ligar pra ele

 foi feio o negócio, ele quase foi

Wilson: espero que tenha sido bem ruim pro vaso não quebrar

e só trincar um tiquinho

Perin: acho q deixou marcas bem profundas

Wilson: "Vaso ruim não quebra "

não quebrou...bom sinal.

Desculpe com isso não se brinca ;

a morte é que brinca com a gente

Perin: essa brincadeira é politicamente correta

e certeira

resta-nos aguardar

Wilson: ela se faz de dificil, quando não ligamos pra ela ela se derrete pra gente ...é aí que mora o perigo !

Perin: bem isso

mas flertar com ela... não quero

Wilson: não, só quando ela não estiver olhando,

olho ela quando vai e assobio !

Perin: e se ela se voltar?

Wilson: aí faço como aquele cachorro que persegue o caminhão na fazenda...

Perin: melhor não assobiar, vai q ela goste

Wilson: é ..faço uma festa mas rezo para que ela ache pobre

e vá voando no hálito da madrugada.

Wilson Roberto Nogueira e Deisi Perin

segunda-feira, março 14, 2011

Rumorejos de Pinsk

A Belarus dos bosques e pântanos.
Um ramo de trigo para dar sorte e o sorriso de uma camponesa para fazer valer a vida.
Russa ou polonesa, não importa é bela esta eslava meio lua cheia de sol que explode no olhar.
Ela dança no meio da incerteza zombando dos lobos sempre à espreita,são só sombras atrás dos ciprestes.
Ter medo nem do medo quando anoitece em chuvas de metal ou nuvens de ácido invisível.
Parte telúrica de fé sidérea mais sólida que o clamor das espadas; arados em terra fértil germinando esperanças paridas na dor e sangue.
Para lá da aldeia o bobo desconcerta malandros e sábios em  ludica matreirice de uma criança de Deus sob o olhar severo do patriarca judeu a cofiar a ancestral barba.
Assim os séculos passam na aldeia mujique a sorrir.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, março 13, 2011

Inanição

Aquele que fala com a boca que come o vento

sopra e não cala o lamento
A fome me lava de sofrimento
 faz-me  larva da alma
no meu sepultamento.

O vento se arma no pensamento

e nado no vazio sem ver as setas
sem sentir o sangue
só a tempestade e depois o silêncio

só o silêncio sufocando o grito.

Morte te abraça num acalanto
e na sua melodia soma no silêncio
tu fumaça se despede.

Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, março 07, 2011

Vista de Paris

domingo, março 06, 2011

A vantagem de se viver , dizia Kolodycz Wil é poder morrer mais de uma vez e continuar existindo.

Wilson Roberto Nogueira
A marca de uma saudade
maldade doce que se esvai
na água da vida.Amava
o fio de seu sorriso
e seus olhos soluçantes.
Agora é água doce vertida do copo.
Adeus.

Wilson Roberto Nogueira
Dentro da tela do computador moravam mensagens de amor e amizade.
Precisou de uma mão; de um não quando se jogou da janela.
Sua foto foi parar no ztube com milhões de acessos.
O espelho da fama da jovem modelo banhada de vermelho.

Wilson Roberto Nogueira
Chuva fina na madrugada.Motorista perdido.Chegada no velório.

A nuquinha do velho pai acusava
a profecia de não ficar para semente
jamais ,entretanto, estaria ausente, avisava.

A chuva gelada e fina da madrugada disfarçava o tremor do filho em ver o pai no caixão, afinal era machão  e se tremia era de frio.Não havia por quê ver naquele boneco tão corado, tão mais corado do que jamais esteve em vida só a carcaça de um ritual .a piada seria dita pelo próprio defunto se pudessem ouví-lo ou se pudesse dize-lo.A viúva sorriu, deve ter escutado a piada,principalmente depois de terem entregue o corpo errado.
Coisas de cidade grande.O médico diz na lata que o marido, o pai vai morrer.Que na hora de enterrar demoram duzias de horas e depois entregam o presunto errado,parece que é assim que veem o corpo de nosso pai,como uma mercadoria "delivery".
Bom, isso morre por aqui.Só  a lembrança mora em algum lugar, até ser despejada do jazigo da memória por falta de pagamento.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, fevereiro 27, 2011

Moacyr Scliar

sábado, fevereiro 26, 2011

Deitado sobre um lençol azul,saboreando o mofo
solapando mais uma noite empapada de tédio
Naco de empada de mais um dia.Sou a môsca.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, fevereiro 20, 2011

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Perder alguém e cair a fixa muito tempo depois é foda.

Mas já estou acostumando-me com a idéia. Hoje

em dia é tão simples, basta deletar.Farei isso a partir

de algum dia da semana semana que vier.

Ao menos rendeu uma crônica. Mini-conto ?

A vida um mini-conto rasgado e molhado pelo suor da alma.

Algo eslavo " mas não cigano.Ex sou algo ou o ego agora me engoliu

de um vazio que não sonhara até a hora em que ela partiu.

Que ela vá para puta que a pariu. Não. Ela pariu uma puta dor e sumiu.

Ela não sente nada. Lava a vadia com água o sangue que derrama,

finge drama e mata mansamente com gelo e sobras doadas.

Levar o que da lembrança. Lavar.

Lavar , mas se rasgar não perderei as letras

as letras voam na minha janela enquanto o tempo corre

e fico parado com meu olho do coração .Morto.



Adeus ...



Bang !!



(Faroeste na tv)



Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Certa feita,aguardava o capuccino enquanto apreciava duas lesbian chics(extremamente femininas e gostosas).Svent cantou as duas;com elas poderia fazer amor a noite inteira ,se elas esquecessem que ele era um homem (e se não enfiassem nada no...)Não ficou segurando Vera na procissão do inferno.Mera obra de fricção ou ficção.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, fevereiro 06, 2011

O comodismo é bom caso não incomode ninguém.Trocar os cômodos da casa ou da memória e deixar passar é só estória.O cômodo se afoga na poeira dos dias pensando ser arroz doce...que azia !
Wilson Roberto Nogueira

sábado, fevereiro 05, 2011

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

-Eu não sabia que o amor chegava a ponto da dor física.Depois percebi que não a comi!
-CANALHA !
-É você amor de minha vida, eu estava falando da nega maluca...
-O quê, qual é o nome da VAGABUNDA !
-Minha vida com você.
-...

Wilson Roberto Nogueira.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Palíndromo, de Philippe Barcinski

Chopin mergulhava no Inferno para encontrar o Paraíso
Na Vertigem executava a Alma e a libertava através da Música.
NEle concentrava-se o Cristo recrucificado da Europa
a perdoar os flagelos polimorfos dos grandes Impérios.
O gênio incontido no cristal de sua existência
era embalado por Sand em meio a todas as cortes e silêncios.
Carregava correntes de luz que não o impedia de voar
Voava até o  Sol e cego balbuciava seus pesadêlos
entre os tesouros produzidos por seus dedos.
A Polonia dilacerada e eterna vivia NEle.

Apesar dos doutores Caruncho e Fernandez o apontarem como mero
doente epilètico.

Wilson Roberto Nogueira

Poltergeist chinês

A vida não vale um pinto pequeno que quase some de vergonha


Tem que ter atitude, mesmo tendo no corpo uma alma pequena.

No vírus da idéia o pequeno se agiganta.

Encontrar atalhos nas reentrancias e caminhos pelo ninho.

Devorar o ninho da gaivota e comer o ovinho de mil anos.

Voar no mar de fogo até em brandas eletricidades.


A Luz, não vá para luz Mary Ellen, afastece da luz e da televisão!


A luz sou eu.
 
Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, janeiro 27, 2011

domingo, janeiro 23, 2011

“¿Cómo se puede leer una obra manteniendo la ambivalencia y diferente entonación de las palabras que han acompañado a un poeta? ¿Cómo se puede entrar en la lengua, en la literatura o en el canon con la boca llena de palabras malditas?”


(Brioso: Ser y vivir como poeta en Cuba 75.3)

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Tentava ouvir o silencio dela, mas era tão profundo.Tanto que o sentia pulsar embora não pudesse tocá-la.
Ela gritava em seu silêncio uma fúria vital que jamais transpareceu no mormaço de seus dias de casada.
Tempos em que se protegia ou se ocultava na burka de blá, blás  intermináveis. Agora o silêncio a revelava nua.
Em cada lágrima que engolia era o veneno que o matava.Cada soluço silêncioso uma lâmina mirando seu pescoço.E nada voltaria a ser como antes.O silêncio dela o condenava pelo abandono que na certeza da posse ele por tanto tempo a supliciava.Agora.Não mais.Estava prestes a voar.Ele ,condenado a viver .

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Gulag íntimo

A vida mordeu-lhe o sentimento


Restou só, a razão ,seu sólido firmamento.

Nacos de lembranças em luzes presas em seus nervos

Se libertaram na cicatriz sulcada pela mordida.

Vapor quente que virou nuvem sem jamais molhar

E a vida a partir da marcha da razão só conheceu as luzes

Sem jamais aquecer o coração.

Tudo tão claro no casario abandonado,tão limpo e perfeito.

Ordem enfim.

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, janeiro 18, 2011

Um anti-racista com dois "erres "  torna-se mais antirracista ?
Sim, o Papel aceita .

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, janeiro 11, 2011

Livre Mercado,
democracia,
saúde humana,
 racionalidade instrumental,
PODER...
Capitalismo made in USA
vc usa o que eu uso,
eu uso vc.
Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Um dia Vanberto foi muito rico
hoje , quando lembra dos queijos
tira a meia.
Do caviar...então;não me pergunte.

Wilson Roberto Nogueira
Era só um café numa pequena xícara
na fumaça da vida uma eternidade.
Quanto custa uma lembrança ?

Wilson Roberto Nogueira

Feliz Ano Novo

Feliz ano novo Quim querido !
Joaquim olhou no fundo dos olhos de Maria e disse "Não me lembro, quem é você?"
A moça virou-se e foi embora dizendo baixinho,com o sal de sua alma "quinzinho...".
Ela vivia em sua memória e seria eterna enquanto ele vivesse, enquanto ele vivesse.
Viver já não vivia e para faze-la viver sua própria vida decidiu matá-la na memória
Arrastava sua existência de bar em bar e a encontrava sempre no fundo do copo
desde que acreditara te-la visto numa sombra de paixão com outro alguém ou com outra ?Agora ela voltara como um fantasma.

Caminhava na chuva sem enxergar sob o lençol de gelo fino da manhã ,ensopada olhou para trás ,
para o espelho que refletira seu amor .amor que era só dela.

Wilson Roberto Nogueira
Urbe Cínica II
Era só um prato de comida, um prato tão grande como a lua

que  sorria como um sonho onde antes só havia as correntes do pesadêlo,

de elos tão apertados que o devoravam de dor a mais profunda fome.
 
Agora.Ah, só alegria .
 
Wilson Roberto Nogueira
Preciso jogar fora esse sapato,
mas preciso pagar a divída antes pois
o chulé já é detentor do uso capião.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, janeiro 09, 2011

O excesso de cores é a escuridão ou deu-me um branco?
Não sei o que são cores , mas procuro por elas
aprendi que o branco tem gosto de leite puro
Leite desnatado ou da fazenda ?

bom , escrever que o branco tem sabor de leite

sem saber o gosto das palavras que digo

repito sons como caminho numa planicie nevada

o peso que sinto ao levantar os pés e me fazem experimentar neve

a neve tem gosto de leite da cidade ,talvez um pouco mais leve.

ou não .

o branco é frio como a neve é fria  ou o leite da cidade ou é quente

como aquele que bebo das tetas da vaca .

continuo não sabendo o que é branco.

Wilson Roberto Nogueira

A joaninha

Pousou um cisco de D'us no  braço do Mário para dizer que "A Vida é Bela".
...Ele acreditou...
Wilson Roberto Nogueira




sábado, janeiro 08, 2011

"O meu caixão tem a forma de teu coração"


De um fado.
"Pensamentos sem conteúdos são vazios;


intuições sem conceitos são vagos. "

Kant
“Detras del miedo está la libertad”.




Graffiti
"A árvore, quando está sendo cortada,


observa com tristeza que o cabo do

machado é de madeira. "



provérbio árabe
"Com suas correntes , frases, aforismos anônimos que lembram tanto a filosofia grega quanto os pára-choques de caminhão, a internet já tem o seu folclore."


Mário Souto Maior,etnólogo.

Folha de São Paulo.01/09/2001
No ser nunca quien parte ni quien vuelve


sino algo entre los dos,

algo en el medio;

lo que la vida arranca y no es ausencia,

lo que entrega y no es sueño,

el relámpago que deja entre las manos

la grieta de una piedra.



Octávio Paz
"Não compreendo o poeta alheio ao problema político, já que cabe ao político resolver na prática a proposta lírica que o poeta faz ao mundo . "


Lupe( Maria José ) Cotrim
"Toda musa procura e encontra a outra,


todas as correntes da poesia deságuam

juntas no grande oceano universal. "

Schlegel
"Tal e qual o tempo, o espaço gera o olvido; ele o faz , porém, desligando a pessoa humana de suas contingências e pondo-a num estado livre, primitivo; chega até mesmo a transformar, num só golpe, um pedante ou um burguesote numa espécie de vagabundo. "


Thomas Mann, in A Montanha Mágica.
"...As idéias abstratas nascem, na nossa imaginação, da disposição que tem o homem para apanhar,num momento dado, tal ou qual disposição de sua alma,- disposição que, mais tarde, lhe agradará transformar em lembrança."


Lev Tolstói