Quando o Sol fica cansado de criar suor , aí esfria...pouco
e as chuvas vem e vão levando meias e cobrindo os buracos das calçadas.
Não há como não furar sapatos nas calçadas de dentes tortos da cidade.
daí em meio a chuva...paçoca de malcheiro , cria da chuva e da lama.
Cidade deitada dorme o domingo.
Leio o jornal que cobrirá o mendigo amanhã.
Ele não dorme , deixa de sofrer.
Irriga a mente de sonhos na planicie e acorda dando saltos no escuro de sua vida.
Domingo ou segunda, nenhuma labareda profunda a lumiar o que não se vê
o que não se quer ver não se vê.Jornal para quê?
Futebol na televisão depois do trabalho.Rotina.
Bendita alienação. Qualquer coisa, uma moeda largo na mão do mendigo
Que faz ponto na calçada da esquina da poesia. Onde ela foi esfaqueada.
Wilson Roberto Nogueira
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