domingo, março 25, 2012

Abrimos o livro como a uma janela
uma pálpebra que se ilumina a novas luzes
e diante do olhar estranhando o familiar
espelhos estilhaçados sob os pés descalços.

Na busca pela identidade passamos por sombras perpétuas
de Hiroshimas íntimas em sopas de cogumelos.
formas dançarinas da leitura de mundos que sangram
sobre teias elétricas que queimam nosso caminhar.

fragmentos de cristais sem valor eletrizando o nada dos nossos passos.
andamos a esmo, perdidos nessa leitura.

No barro das palavras tentamos construir nossos ídolos e seguimos adiante.
pedaços dessa anatomia de Golem se desprendem na tempestade do desencanto .

Palavras paridas de imagens queimam e evolam-se,reencarnando em nuvens que espalham o sêmen translúcido na relva a sorrir e a tudo presencia a pedra da palavra na pele do sonho.

Voltamos a dormir no desconforto do silêncio inundados de dúvidas que se debatem nas nossas entranhas.Mas tudo são meras palavras que voam sem rumo sobre nossas cercas invisíveis de arame farpado.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, março 23, 2012

Tentativa de sintetizar sentimentos nas angústias cotidianas
não cabem em corações e invadem corpos para depois fugirem aladas
sondar nos campos da memória mais trigo para o nosso pão de cada dia
também me serve o pão liquido , sólido sonho e invado o pesadelo
com a luz da esperança que perscruto no doirado copo
de uma loira gelada ou quente virada para a parede
olhando para si no trincado espelho da desilusão.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, março 03, 2012

Não existem livros morais nem imorais. Apenas livros bem escritos ou não. E basta. (Oscar Wilde)

'Ler é beber letras com os olhos' (Hermann Lahm)