domingo, maio 31, 2009


If

Ele continuava procurando
e nada encontrava.
Traves no seus olhos.
ela estava bem alí.
Estava.
Foi curando uma ferida
oculta tateando na pele
lâminas de carne caíam
o sangue aliviava
paixão sentida e jamais
vivida.
Estava morta
Condenado a prisão do Si...
Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 30, 2009


Pobre homem incompleto
aleijão indiscreto...
Está alí mais uma fenda de ilusão
abre a cortina e fecha e depois...qual a conclusão?
caminha pisando em cacos, sangra,
mas está ébrio demais
vai tropeçando assim ,em si até agarrar a capota de um carro
e nada mais.
Momentos fugazes ...
Se pelo menos não aparecessem o rabino, a mãe e a ex sempre
que estivesse transando.
Um dia (estava armado )pensou em assassinar a consciência;
com o cano na cabeça desistiu.Iria morrer também .

Wilson Roberto Nogueira

Prisioneiros


Pântano agredido pela luz de uma flor
Fora ! as feras cegas a devoram com volúpia
nada mais resta, só saciadas súplicas
por mais escuridão.
Wilson Roberto Nogueira

Bataclânicas XII

Vivo voltando para dentro do útero
e me perco na escuridão quente
e não sei mais de mim quando volto
flácida exaustão.
Lá no movimento das marés
mergulho nas luas insondáveis daquela mulher.
e me pergunto :
onde ela estará ?

(fumando um cigarro mentolado )

Wilson Roberto Nogueira

Taverna em Hamburgo 1901


Caminhadas II

A cada passo da caminhada
cai uma gota de sangue do pensamento.
como pesa esse lamento.
A cada passo uma pedra ;
penso e passo a perna no momento
A cada passo da caminhada
ninhada de pássaros desejo e abutres vejo.
nada caminha tão rápido quanto o firmamento
ilhas de poeira e fumaça lembranças beijo.
Onde estará aquele Café ,aquele cabaré
nada da célula morta soprada pela fumaça
do cigarro ou presa na pele das paredes.
Paredes não mais existem
Estou tão livre quanto um morto.
Wilson Roberto Nogueira

Pão !


sexta-feira, maio 29, 2009

Caminhadas

Naquela queda
perderam-se milhões
do banqueiro!

Alegria caudalosa
daquela guria furiosa
que não sabia ainda
que era sábia e Comunista !

Quando o partido a engoliu
Saborosa !!
presa no dente da fera ela ficou
até ser cuspida no rosto da utopia.

Trincou a translucidez do ideal mas não partiu
pariu uma moeda que caiu no cassino e virou puta.

Wilson Roberto Nogueira

La Bodeguita del Medio

Havana

Bares

Uma fome tentava
entrar em campo,
meio tonta,tentava
levantar a perna para marcar o golo
no relvado da saciedade da parceira;
que teimava em defender o golo.
Resultado um xoxo 0x0.
Voltou pro bar e comeu,
comeu a carne da onça
bem molhadinha,de vodka.

Wilson Roberto Nogueira
trabalhadora migrante texana em Bakersfield,Califórnia 1940

quinta-feira, maio 28, 2009

Voava veloz a palavra no verbo soprado no espírito.
Pairava solitária a pluma do engenho na lagoa negra
Nada de novo na escuridão
Só a lembrança de uma luz perfumada
Lótus fantasma da esperança.

Wilson Roberto Nogueira
O soma soma a solidão
da célula morta na boca
calamitosa do ácaro.

Wilson Roberto Nogueira
Não só de verbo vive o homem
vera hera a envenenar a veia da
idéia na palavra derramada
do delírio.

Wilson Roberto Nogueira

Bataclânicas VII

A prenda guapa ,entre as pernas,
apertando o olhinho para disfarçar.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, maio 23, 2009


Terminal

A morte costuma flertar
mas com ela não vou me casar
A não ser que Papai do céu
alí, atrás dela com seu trabuco,assim exija
depois de ter com ela me deitado.
de uns amassos nos mansos ossos
e carne a cair com ela vou sair.

Wilson Roberto Nogueira

Rússia ao amanhecer


sexta-feira, maio 22, 2009

Bataclânicas-olhar ébrio

eu nos teus olhos me escondo
me escoro no negror do teu mirar
e me banho nas tuas púpilas.
Tu se cobre com meu corpo
mas sou eu que me aqueço.
Só um sopro e tu desapareces
quando desaba bêbada a manhã.
Foi um sonho sonhado a dois
eu e a loira gelada.

Wilson Roberto Nogueira

Rua da Cidadania


Bataclânicas-Minha pequena putana

Tudo que vive em mim está morto
na pálida lembrança de uma fêmea
fumando falo com porra e sangue;
aspirando a fumaça do que sobrou
do homem mirando o vazio ao procurar
a sí dentro do útero da morte.

A vida dançava viciada
no olhar pálido do desejo
mascarado no teatro do sangue
aquecido na chama fria sobre a cama
-platéia silenciosa das representações a represar
dores antigas nas âncoras dos olhares ausentes.

Trepar não pude pois estava morto antes como agora
só ela respirou na boca do músculo bêbado de pecado.

"Se beber não transe. "

Wilson Roberto Nogueira

A Espera do Dia


terça-feira, maio 19, 2009

Bataclânicas III

O viagra veio para fazer da boca de quem beija
a brejeira vagina fole a engolir falos breves a desmoronar.
Wilson Roberto Nogueira

domingo, maio 17, 2009

Theme's 8x08 in Miami

theme magazine

sábado, maio 16, 2009

Bataclânicas II

Entro por uma e saio por outra
alcova
cova lagoa de alcool e fluídos
nado na vanidade absorvido
vária vanidade absolvido
da minha voraz insanidade
cobra-se sexo no desempenho
e na arte
na dança ela cavalga e sofre prazeres
para agradar
sinto o aço derreter
enquanto a flor exausta exala o odor melado
de seus cristais eviscerados.
"Querido ,na entrada o valor do ingresso !"
Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, maio 08, 2009


Pego um livro e leio nas bordas outras vidas
em letras ora miúdas como mexilhão no coral
ora octopode oculto na tinta de seu corpo evaporado na fuga
e me pergunto se velhos fantasmas transaram no silêncio dos sonhos
outras vozes em mares revoltos ou na calmaria onde barcos pensam
outros destinos em outros mundos portos a conhecer.
Veias em alva pele macia ou já amarelada não importa
continentes ocultos que lançam sombras luminosas na orla da praia das sensações
Uma simples leitura mergulha em mares profundos onde em cada nível novas leituras são possíveis.
Quando o fôlego não deserta para deixar ao sol nosso cadáver naúfrago.

Wilson Roberto Nogueira