Ali está aquele Zé cabisbaixo, chutando a lata, com a pasta debaixo do braço.A própria imagem do soterrado arrastando as correntes de suas frustrações. Ainda tem faíscas de ideais no fundo de uma conversa torta na hora em que o dia morre para ressuscitar de mascaradas esperanças. O trôpego caminhar do proletário do saber, coisificado em sua ânsia esvaziada de ensinar.Um mero repetidor de clichês e platitudes ; nada além de barro transformado em falácia forrando seu guardapó.
Nas salas desnutridas de significado almas escapistas vagam em suas próprias cavernas enquanto se distraem com os desenhos e os sons de seus próprios ecos sem ter olhos para ver ou ouvidos para escutar o que lhes ameaça o presente perpétuo de seu piso sem consistência, afundam até o pescoço em lodo mas seguem cegos pelas luzes de seus próprios egos.
Enquanto o Zé se dissolve no mar de palavras estéreis, sementes ocas e poeira que se consome em sinais sem sons nem imagens.
O Zé é um clown que ri e chora sob a máscara porque ele ainda não é uma coisa.Talvez.
Wilson Roberto Nogueira
sexta-feira, julho 29, 2011
Cada letra pulsa sangüínea chama como as do teu olhar que devora o abismo contemplando o infinito.
Medo é o teu caminhar na rota rasgada de um pesadelo que explode ali na esquina.
sentir a textura de um sofrimento derramado como ácido na pele. Na pele de quem toca um farrapo
comensal de cães ladrando irmãos sem distinção.Animais .Nós mesmos que nos projetamos nos outros
nossas larvas .Nossas lavas subterrâneas de nosso Hades.Mar revolto sob o gelo.
Na insana cidade de banal cópula de violências no parque de horrores e neon.
Tudo se esconde quando se revela atrás dos vidros, o aço.
Wilson Roberto Nogueira
Medo é o teu caminhar na rota rasgada de um pesadelo que explode ali na esquina.
sentir a textura de um sofrimento derramado como ácido na pele. Na pele de quem toca um farrapo
comensal de cães ladrando irmãos sem distinção.Animais .Nós mesmos que nos projetamos nos outros
nossas larvas .Nossas lavas subterrâneas de nosso Hades.Mar revolto sob o gelo.
Na insana cidade de banal cópula de violências no parque de horrores e neon.
Tudo se esconde quando se revela atrás dos vidros, o aço.
Wilson Roberto Nogueira
terça-feira, julho 26, 2011
frases
O médico de hoje é a gaze esquecida dentro de ti .
O advogado que leva o celular pro bandido será seu juíz.
O policial está preso no quartel não sai nem que o tiroteio o convide.
Wilson Roberto Nogueira
O advogado que leva o celular pro bandido será seu juíz.
O policial está preso no quartel não sai nem que o tiroteio o convide.
Teu coração viaja no meu.
Wilson Roberto Nogueira
domingo, julho 24, 2011
Eu leio para apreender a ler as almas
sob a pele da página onde o eco se manifesta
no silêncio da leitura.
As pessoas ocultam a si próprias nas palavras
Ler no silêncio o coração trajado de razão
sonha ser pedra sendo pluma
e descobrirque algumas pessoas
que se pensam livros são páginas em branco
ou de tão pesadas capas
de letras tão desenhadas
que são pesos de mesas de pés curtos.
personnas persianas pro vazio
partes de superficies opostas
sob a máscara descartável dos dias
N-o-v-a p-e-s-s-o-a !
e todos os dias
novas outras pessoas
as aplaudem em
teatros trocando pedras
jogando pedras
sem valor como moedas
ao vento
em frases esfarrapadas
despalavradas
desempregadas...
Wilson Roberto Nogueira
sob a pele da página onde o eco se manifesta
no silêncio da leitura.
As pessoas ocultam a si próprias nas palavras
Ler no silêncio o coração trajado de razão
sonha ser pedra sendo pluma
e descobrirque algumas pessoas
que se pensam livros são páginas em branco
ou de tão pesadas capas
de letras tão desenhadas
que são pesos de mesas de pés curtos.
personnas persianas pro vazio
partes de superficies opostas
sob a máscara descartável dos dias
N-o-v-a p-e-s-s-o-a !
e todos os dias
novas outras pessoas
as aplaudem em
teatros trocando pedras
jogando pedras
sem valor como moedas
ao vento
em frases esfarrapadas
despalavradas
desempregadas...
Wilson Roberto Nogueira
Maloqueiro;
maloca criola.
Crise de sentido
esse sentimento
invadido
na prestes presença
do colorido ausente,
tateando a dor nos olhos
do casebre
insalubre vida de um rio sêco
arrastando os arrasados pés
no barroco barro do ser,
pó preso a sentença do chão;
pé sem vento para livre fugir
ou para diluir a si nas águas do sonho.
Não esquece a sede ;
não sede a sêde
até o esqueCimento chegar.
Pá de cal,
pegada
pá pesada
sobre o ódio.
Carece não desatar o nó
vai que cai uma espada na cabeça
quebrando a cabaça da alma do pensamento.
Prendendo ainda mais o desinfeliz
ainda mais a rede das moléstias
que grudam na alma e sugam a seiva do viver
tornando a existência ôca e parasita
entrevando os ossos dos braços;
cortando com fina lâmina as visceras
enquanto os olhos permanecem cegos
à imagem denunciada no olho da água
A água breve em breve chuva
desapercebida chega
e a sêde tamanha
não é mais do beber é viver.
Mas como encontrar a picada na caatinga
sendo que nunca apreendera nas lidas
a linguagem das cores
tanto das negras e pardas
quanto das verdes e douradas?
a vida tornara um fantasma
refletido pelas meninas
dos olhos órfãos da alma.
Wilson Roberto Nogueira
maloca criola.
Crise de sentido
esse sentimento
invadido
na prestes presença
do colorido ausente,
tateando a dor nos olhos
do casebre
insalubre vida de um rio sêco
arrastando os arrasados pés
no barroco barro do ser,
pó preso a sentença do chão;
pé sem vento para livre fugir
ou para diluir a si nas águas do sonho.
Não esquece a sede ;
não sede a sêde
até o esqueCimento chegar.
Pá de cal,
pegada
pá pesada
sobre o ódio.
Carece não desatar o nó
vai que cai uma espada na cabeça
quebrando a cabaça da alma do pensamento.
Prendendo ainda mais o desinfeliz
ainda mais a rede das moléstias
que grudam na alma e sugam a seiva do viver
tornando a existência ôca e parasita
entrevando os ossos dos braços;
cortando com fina lâmina as visceras
enquanto os olhos permanecem cegos
à imagem denunciada no olho da água
A água breve em breve chuva
desapercebida chega
e a sêde tamanha
não é mais do beber é viver.
Mas como encontrar a picada na caatinga
sendo que nunca apreendera nas lidas
a linguagem das cores
tanto das negras e pardas
quanto das verdes e douradas?
a vida tornara um fantasma
refletido pelas meninas
dos olhos órfãos da alma.
Wilson Roberto Nogueira
sábado, julho 23, 2011
quarta-feira, julho 20, 2011
Noites sem estrelas.
Os chineses vêem nos momentos de crise a oportunidade para superar desafios . Também é o cavalo encilhado que aventureiros montam para segurar em suas mãos o destino de nações .Apelando para o culto da personalidade , populistas amarram o destino de seus países aos seus caprichos .Em momentos de profunda crise institucional é que emergem líderes das sombras bancados por estruturas gananciosas e segregadoras por trás de escudos moralistas espalham o medo e semeiam o desejo de vingança as siluetas nas sombras de cada rua ou esquina.
Em cada esquina olhos de sangue pesadelos turvam .Onde cada murmúrio , cada cascalhar inconseqüente é uma conspiração.Cristais se quebram no mirar das crianças proibidas de sonhar; os jovens de amar; os livros armas que alimentam fogueiras que dançam até o firmamento que treme pelos dias que virão As pessoas enclausuram-se e só saem de seus abismos existenciais para apontar o vizinho no gozo de sentenciá-lo antes que um estampido respire em sua nuca o seu último ganido silencioso. O frio e a neve vestem os lares enquanto as fogueiras se negam a acender nos corações.Na escuridão preserva-se a luz que pode ser perigosa se iluminar o olhar sem censuras.
Em cada esquina olhos de sangue pesadelos turvam .Onde cada murmúrio , cada cascalhar inconseqüente é uma conspiração.Cristais se quebram no mirar das crianças proibidas de sonhar; os jovens de amar; os livros armas que alimentam fogueiras que dançam até o firmamento que treme pelos dias que virão As pessoas enclausuram-se e só saem de seus abismos existenciais para apontar o vizinho no gozo de sentenciá-lo antes que um estampido respire em sua nuca o seu último ganido silencioso. O frio e a neve vestem os lares enquanto as fogueiras se negam a acender nos corações.Na escuridão preserva-se a luz que pode ser perigosa se iluminar o olhar sem censuras.
Wilson Roberto Nogueira.
Busca do destino
Quando olhamos para o horizonte emprestamos nossos olhos a uma escrita divina cuja mensagem interpretamos segundo nossos próprios interesses . Mas o fato que aquela arquitetura de significados independe do que criamos em torno de seus sinais .
Antes de abrir as páginas da existência humana o livro já encontra-se completo como aquele horizonte o qual não se submete ao nosso entendimento.
Segundo nossa tradição D'us deu-nos livre arbítrio, a opção entre caminharmos segundo nossa razão ou nossos instintos .embora Ele seja onisciente e onipresente e conheça nossas escolhas de antemão não interfere. O que importa é creditarmos a nós mesmos as escolhas que fazemos (e não as costas largas do Criador ou do tinhoso), ainda mais quando nos distanciamos das explicações religiosas . A ligação do homem com a transcendência é questão de mercado.
O fim da religião como algo desligado do concreto mais do que a matéria oca e dourada ou recheada por haveres deque jamais saciaremos . Onde está o fatalismo na aceitação seja das leis de mercado onde a mercadoria humana tem os eu valor de face sobrevalorizado em detrimento do Ser mero lastro esvaziado.
Istina ou Maktub, destino é uma estrada nas estrelas onde o espírito caminha solitário abandonado pela casca que revira o lixo da civilização a procura da barbárie.
Wilson Roberto Nogueira.
12/1987Uma gota de cristal na poça
Nasceu prematuro , de um acidente de paixão adolescente. Um mecânico filho de nortistas ousou entrar no recinto íntimo da profunda princesinha estrábica , profusamente solitária.
Para afastar aquela negra mancha no caminho do vasto dourado horizonte não tardara o patriarca a regiamente pagar para apagar a vergonha. Como insulto à propriedade extorquida. No silêncio da suposta submissão, afrontando o afastamento e todo sangue do sentimento como veneno da humilhação para alimentar de ódio o temporal para longe levar a possibilidade de uma película de pensamento em retornar.
Não era nada porque nada sobrara, só a alma da mulher que arrastava os restos de suas vestes de carne em meio a outras almas zumbis, trancafiadas em pesados pesadelos durante lustros ocultando na poeira toda a beleza. O lustre não era de cristais, sempre chamada de vidro até partir-se em foscos cacos miúdos.
Quanto a prole defecada pro mundo, longe de ser o bebê Johnson ariano ,restara aquilo, um saguizinho que nasceu desobedecendo o destino nascituro. A teimosia em ter vingado será a fatura pela qual terá que responder em cada palavra carinhosa de ácido tão cristalino como água para ser bebida.
O esperma inválido conseguiu a proeza de projetar a arquitetura que cismava em abandonar-se no mar do crescimento. Aguardavam que morresse. Amadurecendo entre cactos e hera sob a sombra da esperança, uma nuvem para encobrir o sol negro de sua existência.
Encontrou uma caverna entre os livros que lhe revelaria o centro incandescente de espíritos imortais que assim como ele, passaram por entre os abismos sem jamais serem engolfados pela inexistência sedutora das cores que a queda eterna patrocina.
Mas o “miquinho” crescera e se tornara um homem , a presença constante da Ausência não era mais um fantasma, agora na carcaça de um cadáver, um casco, uma cousa pousada sob o caixão. A lágrima não encontrou na memória do afeto a chama necessária, era apenas um pote de barro dentro de uma caixa de sapatos gigante."Adeus Pai".Cujo espírito não era nada santo.
Os passos pesados como toras de carvalho socando a terra como trovão sempre dera o compasso da caminhada dura do enjeitado de cuja palha de que era feito trançou os liames de aço para enfrentar sua maturação androgênica .Caminhadas duras entre pedras e percalços quando não se tem os requisitos exigidos pela seleção natural . A viril fortaleza foi forjada no fogo na bigorna da vida, nas ruas e no constante desafio na família apostrofada.
Nadou na medida em que se afogava até encontrar a morada de toda sua angústia de viver e morrer de tanto embriagar-se de vida no amor daquela sua última morada, sua esposa.
Enquanto ela esteve em "estado interessante " encontrou de alugar um "quartinho " na vizinha .Afinal "Sua Santa mãezinha " mãe de sua semente era sagrada como uma igreja.Templo de sua aliança divina com o Criador a partir da qual era perversão incestuosa ter relações , "poderia ferir o bebe " !
Bom .Nasceu um gorduchinho que demorou a abrir os olhos e quando abriu a natureza os tinha rasgado. Saiu na noite para comprar charutos e jamais voltou. Foi encontrado no alto de uma igreja abandonada tocando um violino imaginário.Voou como um urubu para outra vida entre os partidos vidros de cristal.
Wilson Roberto Nogueira
Agora com a conscientização ecológica os esgotos das Metrópolis viraram motivo de interesse público e até fonte de renda das prefeituras que abriram uma nova frente para a curiosidade forasteira. O turismo subterrâneo nas galerias da capital, um parque temático com músicas para todos os gostos, aliás existem até aqueles que juram que as ruelas liquidas dos esgotos exalam uma melodia sem igual. O olor e as criaturas que nas trevas se alimentam dos subprodutos urbanitas são os símbolos silenciosos desta capital ecologicamente correta da urbe nefélita . No sangue agora translúcido desta cidade ecolotra a água torna-se de pleno uso para lavar pratos, prantos e pessoas.
É o século XXI que se vê Paraíso a começar da discarga !
Wilson Roberto Nogueira
domingo, julho 17, 2011
quinta-feira, julho 07, 2011
terça-feira, julho 05, 2011
Cada passo, caminhada encarcerada de um sujeito sem rosto que sai a procura da face no espelho do outro e, aos tropeços só consegue sentir o sabor da dor e do sangue. "Como encontrar no outro o reflexo de quem sou ? "É melhor parar de arrastar o peso da incerteza e da busca da palavra-ponte na boca de outras cores ou a tradução das fibras nos intestinos de quem não queremos ver. Nossos fantasmas agigantan-se nas sombras de que ignoramos, o outro veste-se de espinhos e chagas. Cavalgamos nosso ódio a essa figura que invade a janela de nossos lares ameaçando entrar. O que é a alteridade além do mugido dos fracos a rasgar a identidade das fronteiras de nossas consciências míticas. Segregar e compartimentar assim como odiar é tão mais fácil e prazeroso como torcer numa partida de futebol ! O insulto e as palavras-flechas de ódio incandescentes projetam-se no poder do anônimato, manada de fumaça ácida, bestas feras se lançando ao abismo. Parideiras de tumorosos frutos que urgem sangrar nos amanheceres sombrios . Boas trevas século XXI !
Wilson Roberto Nogueira Jr
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