domingo, julho 24, 2011

Maloqueiro;


maloca criola.

Crise de sentido

esse sentimento

invadido

na prestes presença

do colorido ausente,

tateando a dor nos olhos

do casebre

insalubre vida de um rio sêco

arrastando os arrasados pés

no barroco barro do ser,

pó preso a sentença do chão;

pé sem vento para livre fugir

ou para diluir a si nas águas do sonho.

Não esquece a sede ;

não sede a sêde

até o esqueCimento chegar.

Pá de cal,

pegada

pá pesada

sobre o ódio.

Carece não desatar o nó

vai que cai uma espada na cabeça

quebrando a cabaça da alma do pensamento.

Prendendo ainda mais o desinfeliz

ainda mais a rede das moléstias

que grudam na alma e sugam a seiva do viver

tornando a existência ôca e parasita

entrevando os ossos dos braços;

cortando com fina lâmina as visceras

enquanto os olhos permanecem cegos

à imagem denunciada no olho da água

A água breve em breve chuva

desapercebida chega

e a sêde tamanha

não é mais do beber é viver.

Mas como encontrar a picada na caatinga

sendo que nunca apreendera nas lidas

a linguagem das cores

tanto das negras e pardas

quanto das verdes e douradas?

a vida tornara um fantasma

refletido pelas meninas

dos olhos órfãos da alma.

Wilson Roberto Nogueira

Nenhum comentário: