Maloqueiro;
maloca criola.
Crise de sentido
esse sentimento
invadido
na prestes presença
do colorido ausente,
tateando a dor nos olhos
do casebre
insalubre vida de um rio sêco
arrastando os arrasados pés
no barroco barro do ser,
pó preso a sentença do chão;
pé sem vento para livre fugir
ou para diluir a si nas águas do sonho.
Não esquece a sede ;
não sede a sêde
até o esqueCimento chegar.
Pá de cal,
pegada
pá pesada
sobre o ódio.
Carece não desatar o nó
vai que cai uma espada na cabeça
quebrando a cabaça da alma do pensamento.
Prendendo ainda mais o desinfeliz
ainda mais a rede das moléstias
que grudam na alma e sugam a seiva do viver
tornando a existência ôca e parasita
entrevando os ossos dos braços;
cortando com fina lâmina as visceras
enquanto os olhos permanecem cegos
à imagem denunciada no olho da água
A água breve em breve chuva
desapercebida chega
e a sêde tamanha
não é mais do beber é viver.
Mas como encontrar a picada na caatinga
sendo que nunca apreendera nas lidas
a linguagem das cores
tanto das negras e pardas
quanto das verdes e douradas?
a vida tornara um fantasma
refletido pelas meninas
dos olhos órfãos da alma.
Wilson Roberto Nogueira
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