Ao invés de arrancar o espinho da flor, porque não arrancar
a planta com a raiz. Não basta tirar a capacidade de ferir a pele do cacto o
que se quer é tirar a seiva da indesejada presença .O espinho não cria a sua
história no signo pungente de uma cicatriz ,pois o cacto em sua couraça não admite
o último respiro de seu precioso liquido.
Em sua angústia constrói muros e explode pontes ,fabrica
sementes ocas de humanidade e gera com sua herança de ódio as serpes que acusa
no espelho do outro que não quer enxergar como seu próprio rosto invertido.
Em seu próprio seio ,pleno de lactante veneno cria sobreviventes
sugados de dignidade e humanidade.
Um potente chute no ventre de uma mãe dá a luz ao amor à
desesperança e a noite sem estrelas de uma promessa de paraíso que se encontra nos becos escuros das ruínas e na vida
desertora de hospitais e templos renascidos em lápides anônimas.
Crianças pintam recados em mísseis e em fortalezas de
concreto e ódio os recados das crianças caem com o regozijo dos pais.
A tortura é o idioma das cadeias enquanto o sonho de
liberdade pavimenta uma nova prisão.
Túneis da resistência sob frágeis fortalezas de concreto .O aço está
na vontade férrea que a certeza da morte
presenteia” quem não tem mais nada a perder só seus grilhões” saúdam os
opressores com a fibra de seus sorrisos enquanto morrem .
O que se Busca no Estado terrorista não é destruir a
capacidade militar do inimigo mas seu valor, ou seja a vontade pela qual o
outro luta. A família , o povo , a pátria. Por isso que se assassina a família dos
militantes, por isso que se prendem sem julgamento , por isso que destroem
hospitais, templos, por isso que inviabilizam o estado construindo
assentamentos que são na verdade anexações de território.
Um povo sem rosto, sem direitos, diferentes de mim O Inimigo
não pode ser humanizado seria traição a grande pátria protegida por Deus.
O ódio será sua herança .
Wilson Roberto Nogueira.