segunda-feira, dezembro 04, 2006

OFOGO

Antes do fogo apenas o raio que cruzava o céu
como um dardo de Deus iluminando sua ira
O poder que derrubara a anciã árvore e
expugnara a mata sedenta com a fúria de
uma legião rubre e escaldante
pondo em fuga leões e semeando de pó negro
a colorida vida.
Mas eis que coube ao homem roubar o fogo
antes de outro Deus e cingir-lhe ele próprio
a coroa do elementar
E em matilha levantar cerca humana
com as tochas à conduzir por pavor
rebanhos inteiros ao penhasco
cavalos e veados
pobres imensos mamutes e ferozes ursos
Os raios continuam rasgando os céus,
mas o homem já não é mais o primata assustado
presa de tigres e leopardos.
Conta-se que um deus tentou roubar o fogo sagrado
e foi punido.
A punição do Homem é incendiar a sí próprio
com os cogumelos de luz nas celebrações da bárbarie
onde os animais predadores se mostram
superiores a tais deuses da razão.
Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, dezembro 01, 2006

LUDA
O cérebro pulsava
pulsava os punhos
o pulso
As falanges em lança
abriam e fechavam na dança
Estalando dores
como comendo o coração

Lembranças salmouras
Mão fechada de puro músculo
diástole e sístole na avenida
venal frenética de incêndio
de chamas liquidas infernais,
nadando em correntes elétricas
nos micro-fios desencapados das
sinapsis .

Aquele espírito gritava pulsando
vida,
Enquanto o corpo ordenava:
Respire Morte.

Na batalha de espectros e luzes
sob as cortinas daquela ópera humana
humus humanus
A carne se consumia alimentando-se
dos seus doces excessos e sonhos excelsos.

De uma mulher só
só uma mulher presa por oito tubos
por oito meses
no nono deu a luz a liberdade
levantou ancora do Purgatório.

Homenagem à Lídia Kolodycz Nogueira.


Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, novembro 29, 2006

Uma bandeira brasileira na grama
uma bandeira rasgada no mato
pedaços de pano não de um pavilhão
restos de um povo que não se vê como nação
são consumidores do mercadão
Brasil país em liquidação
pátria em decomposição no coração
de um imigrante que morreu como um cão
conduzido por um coyote no deserto do sonho
na fronteira norte sob oensolarado sal
do México.
Wilson R.Nogueira
na relva da amizade andei descalço até a primeira serpe me acordar.
kolodycz
Nada se salvara na selva do pensamento
Tempestades,e peixes comendo cajús
liberdade de correr nu e tentar
pegar peixe com a mão,comer mamão,
melão e transar na palavra doce
do linguado dela.
Deixar cachoeirar frases sem lamento
passeando no firmammento
liquido do devaneio.
A dança do peixe com o alevino da sereia
até secar o rio no amanhecer de uma prova
de ciência exata do pesadêlo concreto
do amanhecer na poça da cidade
escondida no véu do carbono
e irrigada com sangue
bem temperada com o primeiro cadáver
do poeta.
.
Reverberando reflexos fantasmas
a lagoa respira e explode em gotas de arco-íris.
Atrás, o portal florido que esconde a pedra
alva pedra de pérola negra que
alguma imensa ostra deixou
para se abrir a uma deusa
para algum pintor renascido.
O suor da nuvem salivou a relva vaporosa
para alimentar o boi de olhar ausente
olhar bovino .
wilson Nogueira

terça-feira, novembro 28, 2006

Escravidão
um prato quebrado no chão
argila manchada de lavagem
na palha da senzala ramagem
de galhos exauridos.
Wilson

segunda-feira, novembro 06, 2006

"vasos sagrados são os poetas"
Holderlin
Sagrados vasos quebrados de vinho
derramado na hera aos pés das bacantes
sedentas por
Dionísio
O vinho irrigando a terra
encarquilhada
sulcada de cicatrizes
e pegadas fósseis da deuses olvidados
cacos de crânios de cerâmica reluzindo desvalor de mercado.
O vento múrmura uma prece com sêde de ser bebida
e os céus suam lágrimas pela morte da poesia
sob a bota do mariner
as bacantes de tão bêbadas bebem gozosas até vinagre
pois a água de seus dias é nesses dis de sombras
azinhavre
em meio as ruínas dos sonhos
além da fumaça
as aves da esperança
de miragem em miragem
procuram o oásis

E BUSH ORDENA PEGUEM O MEU BADOQUE>
Wilson nogueira
Caras carestias
Tiras de carne viva valendo
um sorriso do destino
no olhar oculto do carrasco.
Sorvendo a vida na jugular
que pulsa aflita
em incêndios venais
de ferro derretido
do que dantes era um coração
de aço no inferno de Dante
diante da própria dor
a alma dança
na luz do olhar
a agonia
de ter que dar em holocausto
a própria semente germinada
á puta Pátria que sorri
enquanto ela devora e regurgita
para os porcos discursarem
Wilson nogueira
A pálida Mãe-Pátria me pariu
deu-me de beber o seu seio
o suco do seu próprio sangue
de colostro amargor
que petrificou meus ossos
e temperou o aço do meu coração
Que derreteu ao sabor das melodias dos pássaros
e,do amor sem fim da alma do rio
Não há tanto frio que parta tanto o aço
quanto a saudade de partir pródigo
do leito da pálida Mãe-Pátria.
Pátria é a palavra que sorvo
de quem sou servo e na qual sou sorvido
palavra que bebo na língua dos meus ancestrais
retorno à areia no fundo do meu rio
Volga,Amazonas,Nilo ou Tejo
a água é o berço da vida
-Ora pois o pá ,'aintao' não cagues nela
Wilson Nogueira

quinta-feira, outubro 05, 2006

A flor da cerejeira voa ao vento da manhã
enquanto a adaga repousa na alva sêda
olhos perdem-se no horizonte
O Sol Nascente mira o espelho do mar revolto
O dragão está tonto pela fumaça de suas próprias labaredas.
A história só se repete como farsa.
Wilson Roberto nogueira
Como olhar por tanto tempo o precipício,
sem ser invadido por ele?
Como não ter os olhos devorados pela escuridão ?Sem o sol dos sorrisos como não perder a luz do nosso mirar?
As crianças correndo atrás da bola de couro
entre os cobertores de escombros.
O sol aquecendo de bençãos depois da noite gelada.
A bandeira dançando sobre a lápide.
Pedra sobre pedra sonhando prédio pálido.
A cidade voltará a ter o sabor de café e tabaco
A força da fé força a vida renascer
mas alí tomando sombra está o fuzil.
Wilson Roberto nogueira
O vidro opaco dos olhos não suam
almas evaporando em corações que chovem fogo
velhos atabaques marcando ponto para a chegada
o gado no engodo
ô boi Oiê
Chovem fagulhas na palha da choça
morada de nêgo grato
capitão do mato
Os escravos estão livres
para morrerem livres e ricos
de fome na faina da exclusão.
Wilson Roberto Nogueira
Os olhos dela chovem quando a alma sua no coração
o jade adernando abraço abrasador
dança de acalanto.
Comendo as bordas de um sorriso
enquanto conta tamarindos
sob a lâmina de gêlo que perscruta a sua raíz
despe-se de pétalas de mel da flor seu perfume.
Wilson Roberto Nogueira

sábado, setembro 23, 2006

Riquezas
a carestia nas assimetrias
diferentes ausências de qualidades
Tremeluzindo atrás dos vidros das retinas
no óleo luminoso do olhar
queimando imagens de sonhos
incessantes incensos da memória.
Wilson R Nogueira
Quando vi o rosto do sertanejo ancião
vi todo o chão do meu nordeste
esturricado de sol
em cada sulco erodido.
Na face a cova rasa dos não-nascidos
na sepultura pedregoza dos sobreviventes
"os sertanejos antes de tudo são fortes"
"centauros do sertão" legando as pegadas
da retidão
no aço do caráter a lâmina
o poder da vontade na fé
chovendo de doer de alegria
arrasta-pé
bençãos rasgando os rios secos
com fios de água
ou uádis cantados no aboio
mais o beijo da mulher amada
Danou-se
A severa vida do Severino franzino
é salgar mais a terra desde menino.
"Deus seja louvado"
"e para sempre seja louvado"
Oxalá ele lá e eu cá abestado.
ôch.............
Wilson Roberto Nogueira
carnaval
aval da carne
festa mundana
fresta tropical
Wilson Roberto Nogueira
Um amanhecer de cêra derretendo
na manhã
vã esperança cedendo
a cera que escorre
gota á gota
Nada mais do que a fumaça de uma vela
velando a escuridão.
Wilson Nogueira
A prece do ciso
a filosofia dá intestinos
em desatino à escrita,
desossando na cripta a paLAVRA
preCISA.
Wilson Roberto Nogueira
A filosofia dá intestinos ao esqueleto do poema.
Wilson Roberto Nogueira
Reverberando o verbo na água gelada da verdade
viu cadente prego afundar
dando vêzo ao marulho da marujada
à gargalhar
malta de milhafres
voando alto para arremeter .
Bicos em facas cortar peixes prateados a voar entre
o azul do mar de boatos e os arrecifes
da falsa retorcida dança da mentira
enguia enrolada na garganta da caveira
do último pirata no fundo negro da
memória
entre ouros e pratas de urcas arreganhadas
em restos de esperanças rachadas
à sombra do abantesma cavalgando a arraia
wilson roberto nogueira
Mesmo que as veias se abram
a cada toque queimando chumbo
derretido,
mesmo assim vale a pena
penar tanto e de amores naúfragar.
martelando rochas ,
subindo montes
para depois descer
e subir e descer,despejado de sí
a cada derrota um novo impulso
de
apesar de saber-se sofrer,não frear
cair,rastejar e por fim l e v a n t a r
pondo-se de pé ,vivo sob o açoite da tempestade.
Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, setembro 22, 2006

A tatoo percorre a orla do jeans
na curva do precipicio
Um olhar navega na fumaça das luzes
rodando na correnteza do desejo
Barcos a deriva à procura de enseadas dançantes.
Wilson Roberto Nogueira
Franzino papel de arroz
de tanto plantar
na poça de carne,
arroz
começou a falar chin
virou honorável mandarim.
Wilson Roberto Nogueira
Gula à Veramar
A loura com o rosto solar ,de um sol incrivelmente belo cujas labaredas escorriam em finos fios de ouro pelos ombros nus,olhava o pantagruélico bagual,o qual devorava cadáveres naufragos de faunas entreocultas na lagoa negra;abandonado a titânica luta pela sua saciedade,provocava na beldade nórdica a saciez do nojo pleno.O imenso prato era a prova do poder da vontade,de não podendo vencer o pecado da carne ,comer com gôzo canino o suíno em suas piores esquartejadas partes. Da luxuria comia.E ela, num frêmito gozava imaginando a fúria com que no leito pudesse ser deflorada ou das carnes ser apreciada .Depois pensou m-u-i-t-o rápido.
Wilson Roberto Nogueira
A noz da Quinta Brasileira
Esparsos espasmos esparraman-se de amores
entre amoras e licores
Espigas pingando gotas doiradas sob cabelos de fogueiras
enquanto doidas aves vestidas de verde voam fagueiras
velando víuvas-negras
mui alegres víuvas faceiras
tecendo tramas o drama da cigarra
agarrada no cigarro
slims
roçando as patas nos fios pensando se soltar da solidão
a cantar como quem bebada bebe a música cálida da manhã
da janela espia o sotão na escuridão
esparramados ramos dançam samba na poeira
sem letra sem rumo na manhosa manhã
morna manhã de um quintal qualquer
na Quinta de um barão dos bares
brasão de um zeloso bronze.
Wilson Roberto Nogueira
Favela tur

Além daquele cadáver de mulher,estirada na calçada,com três buracos na blusa imunda .Nenhum outro som ,gritou mais alto do que os tiros nos olhos da madrugada.As calçadas de pedras soltas bebem o drink de sangue rublo daquela estória tão banal.Um flash espoucando nas luzes dos turistas.
Trocaram o verde das matas pela pedra da urbe seca ,de dentes arrancados a socos e os olhos vazados de luz
por.
Wilson Roberto Nogueira
Kaligyné
arremessar na escuridão
vidros repletos de diamantes
na água dos dias
amar-te é isso.
Wilson Roberto Nogueira
Desembainhando a dor de ser o que se é
uma larva trava no olho da fé
Quasimodo quase num irado viver
de sonho o suspiro da maré
Quase um talho no talhe sêco da memória
As ondas acariciando as pegadas da jangada
Viver é fluir travessia de tempestades
maremotos e calmarias
A vida não te bem-queria Quasimodo
Agora tu és um peixe no bico da gaivota
voa entre as nuvens o teu mirar
morto de tão vivo
semeie de sonhos as neves eternas das montanhas
Sêde um gigante.
Pescando perdas pardas.
Wilson Roberto nogueira

quarta-feira, setembro 20, 2006

Tropel de éguas árabes
Cimitarras ao vento
Poeira de sonhos
Alaúdes de sentimentos
Vertidos em sons de oliveiras ao vento
Semeando cedros na sede da seda das nuvens
Enquanto as veias de arame farpado
Fazem jorrar o leite e o mel dos mártires
Plantados palmo a palmo
Na pátria regada pelos abutres do ódio
Wilson Roberto Nogueira
Loucos Zingari

O louco da esquina do esquecimento
Vagava fantasma nas páginas de pergaminho
Caía e levantava
Em torno da lápide de cimento
Dançava
Flanando folhas e devorando heras
De tumbas entreabertas por sob o som dos violinos
À alma dos vinhos às vontades e virtudes desabridas
Levantaram os mortos a comerem da felicidade dos vivos.
Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, maio 10, 2006

Passos

Em cada pedra
Um drama
manchado de paixão
a história apátrida
de uma semente Palestina
gerada de um ventre que secou.
Wilson Roberto Nogueira
Lembranças

-Vamos dançar um tango, minha princesa?!
-Vamos! Preciso levar minha dentadura ou posso deixá-la no copo?
Wilson Roberto Nogueira

segunda-feira, maio 08, 2006

A Urbe bestial de Leite Venoso
Curita culta puta e bela sereia,
como é doce beber do seu leite
e morrer em seu mar ,em caridosa cornucópia
de devaneios de prosperidade.
Rameira em suas ramagens preparo meu chá,
pena que são sonhos ,sonhos perdidos nas esquinas
escuras dos bairros ,que o teu pesadêlo caften conhece
e semeia meias -entradas às meias-vidas das não-pessoas
que ora perâmbulam zumbis entre muros de palácios e
nuvens de poder .
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, maio 02, 2006

Aquele Quim arrastava-se nos seus vinte e cinco anos de relva,
pedras e limo,mas mantinha a fachada de sua morada
em perfeita máscara de palácio.
Com o desaparecimento ou transmutação,transubstânciação
da sua veneranda matriarca macróbia,
a partilha de seus restos tornara-se butim de abutres guerreiros,
tão transfigurados em intestinos
como que espelhos do insosso Quim.
Wilson Roberto Nogueira
Cada gota de orvalho
velando no vazio o pranto da noite
que passou
a maçã do rosto,
uma mordida de desgosto
maçã de pura dor.
Tomando o sumo,
mascando o vazio
zumbindo o som
amargozo do teu frêmito
no riscar de giz na louça.
Lembrança de uma saudade
naquele beijo de damasco.
Wilson Roberto Nogueira
Língua da Floresta

A floresta fala com a voz das folhas
Enquanto os peixes pescam
Cadáveres de Curumins.
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, abril 25, 2006

A esfinge em cada beco sem saída com um "berro"
para apagar a tua luz no candeeiro da tua passada.
Atropela o passo o teu passado na dobra do teu segredo,
carregando o peso das tuas ausências e fugas
encara -te os teus lamentos na verdade de tuas chagas
agarrando a carne de tuas angústias,
explodindo de colérica chama o teu último grito
na agulha que te goza de dor a tua morte,
ansiosa amante dando a ti o cálice do teu último vinho
na lembrança do rosto que jamais beijou.
Wilson Roberto Nogueira
Sheol

Contando moedas no Scheol,
acumulando pedras na sepultura
barata Samsa visita o túmulo
onde o espectro levanta
a lama pegajosa do lamento,
pasma
placenta da sua história
limbo bolorento de um ser,
mais do que uma baça lembrança
morto para os vivos
e vivo para a casca crocante da barata.
Wilson Roberto Nogueira
Gentileza

A gentileza de um pedaço de pano sujo
insulto à gentil donzela burguesa
no sorriso preto de carne podre, a lembrança de um fragmento, alimentos dos esgotos
fragrância de catacumba.
Da feíura, agressão constante, trôpega
lembrança do quão humano é a treva, o abismo.
Wilson Roberto Nogueira
Shoah Nakba

choveu cinzas da nuvem do meu espírito
memória de fornalha do trabalho que me libertou
atrás do palácio cadaveroso o sorriso do carrasco
secou a sêde de vida e impôs um preço à dignidade
o homem revelou sua face no espelho de sua cólera
cuspindo na face de Deus.
Deus?
Fumaça de pesadêlos sangrando cicatrizes.
Acordo espancado
sou um palestino em Jenin cada movimento meu corpo se rasga com o arame farpado
da fronteira do ódio à sombra das oliveiras.
Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, abril 07, 2006

Fábrica de Folhas

Um abutre pousou no teu fado
Dorme na ignorância o cordeiro
Gerado para ser alimento dos lobos
Dorme cordeiro na ambrosia
Enquanto o festim começa de ti
De suas vísceras mornas
De sua carne morna
Vida de verde herbívora vontade
Logo voltará a alimentar teu alimento
Para novamente saciar as fábricas
Que te processam
Que te digerem.
Cordeiros...
Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

HK

Agá Ká
Heckler und Koch
Made in Germany
Na favela do Alemão
Na mão de um avião
KKKKKKKK
O morro não fabrica
Vem de almas sebosas
Pessoas de almas oblíquas
Agá Ká
Hong Kong do porto perfumado
De alguma mané tríade
Ou do meganha, do milico
Esfarrapado pedindo um troco
Coitado!!!
Em troca da metranca
Estropiado, esfoliado
O policial parte para o crime
Pra fazer um troco
E acaba fazendo bico de soldado no quartel
Polícia é polícia,
Bandido é bandido
Dizia o guru do Borel
Hoje a polícia não mais te pertence
Mané Estado
Wilson Roberto Nogueira