LUDA
O cérebro pulsava
pulsava os punhos
o pulso
As falanges em lança
abriam e fechavam na dança
Estalando dores
como comendo o coração
Lembranças salmouras
Mão fechada de puro músculo
diástole e sístole na avenida
venal frenética de incêndio
de chamas liquidas infernais,
nadando em correntes elétricas
nos micro-fios desencapados das
sinapsis .
Aquele espírito gritava pulsando
vida,
Enquanto o corpo ordenava:
Respire Morte.
Na batalha de espectros e luzes
sob as cortinas daquela ópera humana
humus humanus
A carne se consumia alimentando-se
dos seus doces excessos e sonhos excelsos.
De uma mulher só
só uma mulher presa por oito tubos
por oito meses
no nono deu a luz a liberdade
levantou ancora do Purgatório.
Homenagem à Lídia Kolodycz Nogueira.
Wilson Roberto Nogueira
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