domingo, junho 21, 2015

Considerações politicas sobre a questão japonesa

o governo nacionalista de Shinzo Abe apoia o retorno do Japão ao cenário internacional como potencia militar e conta com o apoio estadunidense para isso. Existem zonas de litigio com a China .Suas forças armadas são das mais modernas da Ásia. Mudança na Constituição para permitir o retorno de politicas de protagonismo militar estão em curso. O empresariado e setores politicos aprovam embora não conte com o apoio popular. Nem dos vizinhos que vislumbram sombras sangrentas do passado.

Wilson Roberto Nogueira
“Assumi a pecha de esquerda caviar porque não me incomodo com essa adjetivação. Sou sim classe media alta, sou sim socialista de coração. Se você acha que por morar em Alphaville não posso apoiar o movimento de luta por moradia está no lugar errado. Esteja avisado.”

Engels também era "esquerda caviar ". Stálin o teria enviado para um campo de reeducação vulgo Gulag...A sorte de um era ua não contemporaneidade.

 o "s" tornou-se dissidente e está no México com outro proletário artista que também era assim, um subvertedor do caviar dos Rockfeller ...Diego Rivera.


 A encomenda de um Mural por parte do mecenas Rockfeller para o trotskista deu no que deu. Não. era artista preferia alguma ova de um peixe proletário, era livre e se pensava revolucionário. Era .O mais fino caviar como qualquer pescador do Negro ou do Cáspio provaram como quem passa banha de porco no pão.

Wilson Roberto Nogueira 

Imigração na capital das Araucárias

Está claro para nós não racistas ou racializadores que os negros (descendentes de negros que foram trazidos da África escravizados, da diáspora africana caribenha-também pelo genocídio e coisificação do outro como fonte de produção de mais valia -escravidão como também o foram os  haitianos- que se sublevaram e expulsaram o opressor e serviu de farol de esperança dos negros e abolicionistas de toda a América, refugiados africanos frutos do desmantelamento de seus países pela rapina derivada do imperialismo e dos interesses capitalistas transnacionais aliados a elites corruptas, árabes (Libaneses, sírios, palestinos ),judeus (vindos da Europa ou Oriente Médio),asiáticos (japoneses , chineses e coreanos )Os japoneses que vieram para aqui e que foram perseguidos durante o período da segunda guerra pelo governo ou por organizações que se recusavam a aceitar a derrota do Japão estão suficientemente bem apresentados e não precisam de órgãos públicos para mostrar sua importância para a formação do nosso povo e para a economia de nosso estado. A imigração chinesa é relativamente recente e está se organizando e melhor se estruturando. Os árabes possuem jornais, centros beneficentes, estão bem inseridos no dia a dia da nossa cidade , já foram matéria de nosso jornal de maior circulação estadual. Acredito que a comunidade afro descendente também tem o seu espaço embora concorde que ainda não o tem em sua dimensão contributiva .

Os índios também merecem o mesmo espaço. matérias nos jornais não são suficientes para dar visibilidade .
Podemos pensar sobre projetos que deem visibilidade a situação dos imigrantes africanos e haitianos no Paraná por que não. Projetos que não fiquem restritos a militância e sim a toda a comunidade .
Leve suas criticas e encaminhe projetos pros órgãos públicos. Mas não recuse aos descendentes de polacos, russos, judeus, nordestinos (caboclos ou negros ) o direito de se expressarem e terem orgulho de suas origens. Somos brasileiros fruto da união de diversas etnias. è aí que está nossa singularidade e nossa riqueza. Não na segregação ou na politica do desenvolvimento igual mas separados. (importar idéias racistas dos EUA ) estou fora.

Apoio as cotas com forma de resgate histórico por que sei que existe critérios sérios que não são bem divulgados para as massas daí , da ignorância sobressaí preconceitos.
No norte e centro oeste onde a população indígena e cabocla é maior , a cota para indígenas ; no Nordeste, sudeste e sul de Negros.

Aqui em Curitiba além dos alunos convenio vindos da África lusófona , dos haitianos (que possuem uma estação de rádio em Cascavel em creolle, francês).Temos em Curitiba um clube que mantem a história da contribuição negra .Centros de militância do movimento negro e nas escolas públicas de ensino médio o dia da Consciência negra(ainda falta muito ).Os haitianos geralmente são respeitados( está claro para muitos curitibanos que conheço, que são imigrantes honrados e trabalhadores como nossos ancestrais . Atitudes racistas violentas como a que se assiste em vídeos em São Paulo aqui não são frequentes) não que não haja caso de racismo e abusos de patrões. A comunidade árabe , sua cultura é parte do curitibano , muitos casamentos mistos de árabes cristãos com outras etnias portugueses ,poloneses... assim como jornais da comunidade árabe podem ser adquiridos por não árabes . Existe em Curitiba uma sociedade beneficente muçulmana ao lado da mesquita bem próxima da Sinagoga.

Aqueles os quais mais  discriminamos aqui são os ciganos , ( com preconceitos que foram introjetados e naturalizados desde o berço de nossos avós ) e os índios não sofrem preconceitos por que não são se quer vistos .Fazem parte da mobília urbana nas feiras de artesanato .A invisibilidade é mais dolorosa para eles . Uma forma mais perversa é ignorar a presença isso acontece com muitos em situação de morar nas ruas.(preconceito de classe de uma burguesia aristocratizada não ilustrada e de pessoas acorrentadas a sus necessidades imediatas de sobrevivência que naturalizam o padecimento do outro como algo natural da vida urbana como o centro histórico que deve abrir espaço aos grandes templos do consumo e as vias privativas dos condomínios enclausurados na riqueza.


quarta-feira, junho 17, 2015

Muros II


Países abandonados canibalizam suas populações expurgando cada fibra humana, empilhando em pesadelo seus restos transformados em diamantes, urânio, ouro, petróleo, mais além de seus rins, fígados pulmões e sangue, o sangue verde de sua pujante riqueza tropical, da biblioteca contida em suas raízes culturais, na tradição de seus autóctones patenteados, que jamais terão suas moléstias curadas em prol da saúde e a prosperidade das fortalezas setentrionais.
Aos pés dos muros, fugitivos da angústia, expropriados de seus órgãos, de suas famílias famélicas se arremessam à luz esfumaçada da França, Espanha, Itália e são devidamente expelidos após serem usados. Caem aos montes, às moscas da carniça de seus sonhos, a desilusão, o sonho de fazer a América, que quer braços e não bocas sobram presídios cinco estrelas para aqueles que não terão vaga nesse arame farpado estendido no alto dos arranha-céus onde as feras do desemprego fazem suas vítimas.
Muros onde cada tijolo é um autoengano da boa sociedade burguesa, hipócrita, purgando suas consciências, dando esmolas, atuando no teatro paternalista de medidas paliativas, de politiqueiros de plantão, na cordialidade estudada de preconceitos velados, manifestos no vidro de seu caviar, se espraiando dos incluídos nas calçadas, ignorando o direito de ir e vir da massa amorfa e pútrida das não pessoas.
A elite nos países desmoronando tal o peso de seus muros sociais, econômicos, psíquicos.
Os construtores das barragens para conter a barbárie não se veem bárbaros, sua autofagia virótica, porque anular no outro o resultado do flagelo que provocam, escondem no sótão o quadro purulento de seus excessos, o poder produzido através do acúmulo pela expropriação, pela concentração das riquezas a partir da contração de oportunidades, sem olhos para ver a luta ciclópica, caminham para o suicídio, atentam contra o seu próprio status e privilégios no arrancar da esperança da massa, tão estupefata em suas delícias, tão delirantes em suas obras, não veem se aproximar à queda de suas fortalezas, de seus muros e o fim da transfusão de sangue fétido que alimenta sua relação com o Estado. Afora seu protetor, o Estado, não podem se proteger da vingança das não-pessoas, das crianças de olhares sem luz.

Wilson Roberto Nogueira


Muros I


Todos os dias saltam do alto das muralhas do medo, restos de desespero, fantasmas sem grilhões. Feridas rasgadas, sulcando de quente sangue a pele negra, herança do sofrimento no arame farpado da opressão. Os cães do ódio ladram e seus dentes cravam na carne suja e apodrecida da escravidão.
A afluente aristocracia – dos eupátridas pós-modernos do alto de seus palacetes – quer perpetuar seu fausto enfastiado, com máquinas que não comam, não bebam e não se reproduzam, precisam de criados invisíveis que não ofendam com sua presença.
Os muros são fronteiras que protegem vós mesmos nos outros, a vossa humanidade, a obrigação de enxergar o contraste no espelho da exclusão. Denuncia da consequência da ânsia de acumular necessidades supérfluas, carência de necessidades reais da multidão zumbi, do lumpen.
Os muros correspondem ao medo de se verem despojados de suas histórias, construídas dos espólios da guerra fratricida entre a cria mais forte e a mais fraca da loba do sistema.
O abismo se agiganta, as trevas abatem as crias esquálidas do proletariado no esgoto da exclusão, embrutecendo suas vontades na voracidade da vingança, cristalizada no crime, incendiada nos entorpecentes, perdidas na sarjeta.
Os muros são construídos por todos que os exteriorizam na força repressiva do representante autoeleito , o Estado, forte diante dos fracos e fraco diante dos fortes.
É quando o subúrbio se levanta e o morro escorre para a calçada. O subúrbio clama por empregos e o morro por esperança na forma de pão e dignidade.
Cada tijolo ensanguentado, por quem é colocado?
Só o dólar e o pó atravessam os muros, se globalizam. As pessoas estão confinadas em seus pesadelos de consumo, chafurdando no lodo que transformaram as pátrias violentadas.
Caminham, não, se arrastam nas sombras, atravessam desertos guiados por coiotes, são espremidas em contêineres, vagam em barcos, escorraçados em sua esperança, lastros de fantasia, patologia. O não-lugar para as não-pessoas.
A estátua abre os braços, generosa aos miseráveis do mundo inteiro, generosidade de pedra, cláusula que esqueceram de gravar em seu pedestal de bondade:
"desde que tenham dinheiro ou voltem para suas cloacas do terceiro mundo após o expediente, pobreza terrorista que carregam em seus corpos...".
Muros represam o mar pútrido da pobreza, da violência, que agride e alimenta o revide. O muro que engole o berço.
A globalização dos muros erigidos, verdadeiras homenagens ao Apartheid. Os muros ideológicos derrubados a marretadas em Berlim não permitiram aos embriagados ver o quão inebriados de ideologia estavam. Outros muros foram levantados: na Coréia do Norte, em Israel ou na fronteira dos E.U.A. com o México; outros muros construídos com o imperativo de ocultar a agressiva presença do outro, o estrangeiro, que quer um lugar à mesa, um lugar ao sol.
Serviçais sentados à mesa dos patrões com seus modos de sarjeta, com odores fétidos e roupas sujas, restos devorados por suas próprias mães.


Wilson Roberto Nogueira 120406

Marés Curitibanas



Endomingado no pântano das saudades daquele sol senegalesco, desfolhando, empilhando essências de volúpias e arrebatamentos. Nada como o verão para tomar o vinho das ânforas, fêmeas mais suculentas e lânguidos seus movimentos, convidativos seus olhares. Sol queimando corpos e refrescando de suor, revelando contornos velados em seda sorridente de transparências, vontades.
Janela suada imagem de sonho, abre o oceano, ela corre e pára, olha com olhos de oceano. Está como sempre esteve, Eva no Paraíso, vestida de suor e sorriso. Atravessa a cidade a pé, a pé nos caminhos pluviais, rios-artérias-urbanas, afogadas, afogadas de prazer sereia, de uma sereia curitibana.
Tu és a benção e o perdão deste clima niñes de monção atrapalhado, fala o bengali brasileiro que ama a água, como ama o amor que o pensamento leva, olhando aquela lótus que conduz ao Kama Sutra. Vapores enevoados de sonho despertado no coaxar de um sapo infeliz, perdido no charco ao desmaiar da noite preguiçosa, que não quer chegar.
E há quem prefira os becos escuros, dos excrementos da cidade, seu pus e náusea, suas secreções e odores de cloaca e morgue macróbia, onde a brisa faz a curva para não parar diante de um muro de farrapos e arames, hera e pesadelo.
A Curitiba do caminhante não é um esgoto a céu aberto, onde famílias-gabirus se apinham em cavernas de papelão, onde a vida vale a viagem de uma pedra.
Sonha os marés e arrecifes da bela cachopa molhada. Não a cotidiana realidade que sangra todos os dias de lamento a mãe que perdera o filho em um incêndio, porque tinha que trabalhar para alimentá-lo e não tinha com quem deixá-lo, deixou nas mãos de Deus que preferiu jogar dados na areia humana.
Que futilidade deitar emoções – vivas pequenas histórias a cada sutil movimento, se o Tsunami arrasta da terra bibliotecas vivas contidas nas cores, vozes, cheiros e temperos de povos inteiros retornando do inferno marinho só cinzas e cascas, cinzas junto aos restos dos condenados a sobreviverem aos seus entes queridos.
Um camaleão agarra com a língua uma libélula.
A cidade continua sendo construída e desconstruída no caleidoscópio da memória de um sonho, no trôpego caminhar de alguém que pensa estar acordado, caindo e caindo como em todas as manhãs, mergulhando no abismo.
Qual a finalidade da vida, além da dor, da mãe urrando sob o cadáver do filho ou é a completa ausência de si, como aquela que defeca a prole na privada. Um lapso, uma fronteira de papel separando instinto de razão, natural e social, a dor de uma só é mais profunda, mais próxima do que açúcares diluídos na água, estatísticas, meros números, alguém vê atrás dos números, rostos, sentimentos, histórias?
Continua em Curitiba, caminhando, o sapato já se dissolveu em mais uma lagoa entre a calçada e a rua-rio, em uma cidade que foi projetada para a civilização do automóvel, mesmo havendo eficiente rede de transporte urbano, lá está a horda de carros com uma única pessoa, afinal o carro representa status e poder sobre os sem-automóveis, poder de matá-los como moscas ou a eles próprios nos rachas. A propósito dependendo da carruagem pode-se pescar cada peixe-gata!
E mais um banho de graça no passar do rodante.
O catador de papel, homem-cavalo, puxa o carrinho, dentro uma criança no meio do lixo reciclável, ela segura uns vira-latas, nada mais Chapliniano, nada mais ilustrativo.
A chuva para, e pensa. A calmaria sem força, desfalecida dorme e uma parcela de si morre um pouco, sexo rápido da natureza com a cidade. Tsunami foi o sexo de uma ninfomaníaca com um estuprador, o homem estuprou a natureza e a natureza o matou de tanto fazer amor. A água é nosso berço primal, o líquido amniótico é o nosso quente mar onde os humores do afeto nos chegarem vibrações acariciantes ou em ondas revoltas dependendo da mãe terra onde estamos germinando. Assim é entre a Lua e os mares, do oceano e de nossas formosas fêmeas.
Chega que estou ficando diabético.
Para comer uma portuguesa lá na esquina o caminhante pára, e o pizzaiolo sem precisar que o freguês solicite, já sabe e diz: “- É pra já doutor em dez minutos a pizza portuguesa com borda recheada de catupiry estará pronta”. Ouve, porque ouvir não pede licença, a voz das ruas, uma esganiçada, outra, que exigiu toneladas de nicotina para produzir aquela voz cancerosa que causa arrepios nas cordas da harpa sensível de Grisette.
Nada como uma catástrofe colossal para que se extraia do ser humano o que ele tem de melhor, e de pior, praticamente toda a grande potência se mobilizaram para levantar recursos aos países afetados pelo “Tsunamis”, os artistas, o Schumacher endinheirado, os povos do planeta estão fazendo doações até o Timor, que é um país pobre doou o que não tinha, proporcionalmente doou mais do que os sovinas EUA do Bush, que prefere gastar para destruir, matar e saquear, deixe quieto, os americanos verão cortes na previdência, ensino público mas continuaram votando na quadrilha dele, porque quem elege nos EUA é o capital, que comanda a economia dos estados mais poderosos, com mais votos no colégio eleitoral deles, nos pequenos estados ele também tem voto, lá também tem os grotões como aqui, com mentalidade pré era da razão. Os Estados Unidos percebeu que perderia a corrida para japoneses, alemães e britânicos o quanto não lucrariam reconstruindo os resorts, abrindo financiamentos e de quebra puxando o tapete da influência chinesa, cada vez mais percebida como superpotência emergente, mas vieram os caipiras canadenses e atravessaram o samba com uma idéia estapafúrdia, de perdão da divida dos países como Sri-Lanka, Índia, Indonésia, Tailândia, Maldivas, Seychelles. De vagar com o andor, os banqueiros achariam esbanjamento de bondade, uma moratória de cinco anos, e claro haverá compensações para os tubarões e não só aos cevados tubarões do Índico, àqueles de Nova Iorque, Londres, Zurich.
Banqueiros não fazem caridade e o Tio Sam se apressou em declarar que não haverá um Plano Marshall para a região (nem um Plano Colombo como houve para o Japão). O Brasil mostrou presença e a ponte aérea da FAB levou o coração do nosso povo fraterno para minorar os sofrimentos dos flagelados, nossos irmãos asiáticos, doando remédios, alimentos não perecíveis, água potável, roupas e é claro de contrabando algumas urnas para os votos dos sul-asiáticos para as pretensões do Brasil ao assento no Conselho de Segurança da Onu, o que supostamente nos conferiria um status de potencia com direito de vos e vez através do veto. Pena que não tínhamos aviões suficientes para levar os mantimentos, isso requeriria algo além do discurso, para sermos uma potência precisamos nos impor também com o que temos para não pagarmos mico. Tomara que sobre uma oportunidade de negócios para a Petrobrás, Odebrecht, Gerdau.
O vizinho da mesa não só tem de podre o hálito, cuja fumaça chega ate aqui, invisível e nauseante, mas o quanto de falso há no que disse?
Finalmente a gostosa chega e dá-lhe Gallo. E a noite chega com um choro soluçado de uma garotinha de olhos verdes afogados em lágrimas, com a mão suplicando uma moeda, o desconhecido deu um pedaço de pizza para ela e embrulhou outro em um guardanapo para que ela o levasse para casa, ela coçou o nariz deu um sorriso e foi embora, apareceu um guri e ela deu o outro pedaço para ele.
Pensou. Chaplin outra vez, a cidade tem sua canção, sua poesia basta ter olhos para ver, pena que haja tanto tempo escasso em pressas viciantes de escravos voluntários. Pressa que consome uma vida objetivada em coisa, em máquina o homem, peça de uma engrenagem sem finalidade, estéril semeadura de clônica mediocridade cotidiana.
Falou o filósofo. Do que uma vodka não é capaz. O álcool abre a porteira para a boiada do imaginado, do irrefreado adquirir substância no real sem fronteiras dos atos valentes na verborragia cachoeira de grunhidos gritados como orquestra de um homem só, desafinado e desafiador desalinho e abandono de si como aquela garrafa voando ou aquele que dorme em meio aos produtos de seus intestinos extrovertidos a cantar. Enfrentar sóbria a vida requer fibra e coragem o que não é fácil. A vida ela própria age como uma mãe bêbada ou um pai, progenitor que violenta a filha como se quisesse fazer-lhe um carinho mas a marca para o resto da vida.
 O caminhante com seus passos tropeças em suas próprias pegadas, se perde e perde-se  nas sendas, nas clareiras enganosas da floresta que pensou transpor, segue intuindo o caminho na confiança cega de um rio, que mais uns metros dentro da escuridão seca, secando a esperança de sair dali. Dorme na madrugada eterna nem um pio de coruja ou uivar de lobos, nada além do silêncio. Está morto, a morte é o vazio onde ele permanece na escuridão. Será o inferno ou ele estará no sonho de alguém, estará ele sonhando?
Caindo, caindo a queda sem fim, escuridão, onde estará, um eco seco na garganta, angustias, uma súplica ao sorriso da sorte, de encontrar enfim o fundo, o fim, que seja agora, mas apenas a vertigem eterna dos condenados, pesadelo, qual é a saída, e, sair do que, do vazio.
- Você já acordou com a sensação de se estar caindo? Fugindo do inferno de existir, voando por cima de si olhando a carcaça apodrecer.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, junho 05, 2015



Evangélicos urinam e depois queimam imagem de Nossa Senhora na região de cajazeiras.
Portal do Amazonas.( 05/06/2015)


Intolerância religiosa fundamentalista onde não há espaço para a compreensão do outro. estão mais preocupados em edificar nada edificantes muros do que pontes. Não são cristãos na acepção primeira da palavra . não interessa para os mercadores da religião algo que extrapole as vísceras do egoísmo , da soberba, da usura, da mesquinhes, da ganância e da ambição desmedida pelo poder a posar de falsos profetas os lobos disfarçados da pastores conduzem seu rebanho para que no caminho percam suas almas cristãs e adiram ao discurso do ódio e da cupidez.
Dentro do próprio seio da família cristã Cristo não chegou só molhou a superfície de almas fósseis. è mais fácil manipular as massas ignaras através de um sentimento aglutinador como o ódio onde alimentado por multifacetadas insatisfações só precisam de um alvo e de uma palavra de um bom orador. Isso aconteceu na Alemanha dos anos 30 e 40, nas guerras religiosas e desejamos todos que com fé isso , o uso desse sentimento réptil tão ancestral, primitivo e traço de nossa humanidade( que o diga Primo Levi e Elias Canetti)se naturalize na expressão cotidiana de nossa (in)civilização.

Wilson Roberto Nogueira