Está claro para nós não racistas ou racializadores que os negros (descendentes
de negros que foram trazidos da África escravizados, da diáspora africana
caribenha-também pelo genocídio e coisificação do outro como fonte de produção
de mais valia -escravidão como também o foram os haitianos- que se sublevaram e expulsaram o
opressor e serviu de farol de esperança dos negros e abolicionistas de toda a
América, refugiados africanos frutos do desmantelamento de seus países pela
rapina derivada do imperialismo e dos interesses capitalistas transnacionais
aliados a elites corruptas, árabes (Libaneses, sírios, palestinos ),judeus
(vindos da Europa ou Oriente Médio),asiáticos (japoneses , chineses e coreanos
)Os japoneses que vieram para aqui e que foram perseguidos durante o período da
segunda guerra pelo governo ou por organizações que se recusavam a aceitar a
derrota do Japão estão suficientemente bem apresentados e não precisam de
órgãos públicos para mostrar sua importância para a formação do nosso povo e
para a economia de nosso estado. A imigração chinesa é relativamente recente e
está se organizando e melhor se estruturando. Os árabes possuem jornais,
centros beneficentes, estão bem inseridos no dia a dia da nossa cidade , já
foram matéria de nosso jornal de maior circulação estadual. Acredito que a
comunidade afro descendente também tem o seu espaço embora concorde que ainda
não o tem em sua dimensão contributiva .
Os índios também merecem o mesmo espaço. matérias nos
jornais não são suficientes para dar visibilidade .
Podemos pensar sobre projetos que deem visibilidade a
situação dos imigrantes africanos e haitianos no Paraná por que não. Projetos
que não fiquem restritos a militância e sim a toda a comunidade .
Leve suas criticas e encaminhe projetos pros órgãos
públicos. Mas não recuse aos descendentes de polacos, russos, judeus,
nordestinos (caboclos ou negros ) o direito de se expressarem e terem orgulho
de suas origens. Somos brasileiros fruto da união de diversas etnias. è aí que
está nossa singularidade e nossa riqueza. Não na segregação ou na politica do
desenvolvimento igual mas separados. (importar idéias racistas dos EUA ) estou
fora.
Apoio as cotas com forma de resgate histórico por que sei
que existe critérios sérios que não são bem divulgados para as massas daí , da
ignorância sobressaí preconceitos.
No norte e centro oeste onde a população indígena e cabocla
é maior , a cota para indígenas ; no Nordeste, sudeste e sul de Negros.
Aqui em Curitiba além dos alunos convenio vindos da África
lusófona , dos haitianos (que possuem uma estação de rádio em Cascavel em
creolle, francês).Temos em Curitiba um clube que mantem a história da
contribuição negra .Centros de militância do movimento negro e nas escolas
públicas de ensino médio o dia da Consciência negra(ainda falta muito ).Os
haitianos geralmente são respeitados( está claro para muitos curitibanos que
conheço, que são imigrantes honrados e trabalhadores como nossos ancestrais .
Atitudes racistas violentas como a que se assiste em vídeos em São Paulo aqui
não são frequentes) não que não haja caso de racismo e abusos de patrões. A
comunidade árabe , sua cultura é parte do curitibano , muitos casamentos mistos
de árabes cristãos com outras etnias portugueses ,poloneses... assim como
jornais da comunidade árabe podem ser adquiridos por não árabes . Existe em
Curitiba uma sociedade beneficente muçulmana ao lado da mesquita bem próxima da
Sinagoga.
Aqueles os quais mais discriminamos aqui são os ciganos , ( com
preconceitos que foram introjetados e naturalizados desde o berço de nossos
avós ) e os índios não sofrem preconceitos por que não são se quer vistos
.Fazem parte da mobília urbana nas feiras de artesanato .A invisibilidade é
mais dolorosa para eles . Uma forma mais perversa é ignorar a presença isso
acontece com muitos em situação de morar nas ruas.(preconceito de classe de uma
burguesia aristocratizada não ilustrada e de pessoas acorrentadas a sus
necessidades imediatas de sobrevivência que naturalizam o padecimento do outro
como algo natural da vida urbana como o centro histórico que deve abrir espaço
aos grandes templos do consumo e as vias privativas dos condomínios
enclausurados na riqueza.
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