domingo, setembro 26, 2010

Dentro daquelas dançantes chamas frenéticas


vejo o sorriso louco de outras eras

ao som somatizante da tragédia

anunciada e patrocinada

animada pela animalada

a morte lucra alucinada

nas babas da imprensa insana

insaciada germina na gente sem nome

calcinada o ibope de uns e o desprezo de outros

Multidão de nadas . Ora não votam mais!

Wilson Roberto Nogueira
salvo na safra


de saravás

com a alma lavada

de ebó.

Wilson Roberto Nogueira
Azúcar!!


Prefiro o sal das arenas

de Cuba

O seu açucar

me envenena

de diabetes

Prefiro as noites ao run

ao Son de la Isla linda!

Wilson Roberto Nogueira
O son de cuba abarca com calliente brisa de huracan a doçura del azucar e a ferocidade da machete caindo sobre o caule da cana a cortar a alma do Caribe.

A rasgar as costas da ilha a cicatriz da escravidão encobre-se de sol com la sonrisa de sua jovem guajira.

A tempestade beija com ardor as velas do pescador que persegue com tempera de aço seu marlin azul.Seus sonhos sua fortaleza contra los buccaneros da desditosa vida sem guarida,a dignidade percorrendo de lavas as veias da alma contra os abutres que lhe devoram as entranhas e os tiburones que predam sus soños.

Wilson Roberto Nogueira
Araucária-100807.
Vou continuar seguindo sendo como sou,


sem vernizes nem perfumarias.

Pergunto o nome quando a empatia

resolve dar as caras,caso contrário

saber como se chama a pessoa,não

passa de estabelecer elos com personas

em um teatro que descaresso entrar.

Sim é o diagnóstico do mau-humor

da alma mal-educada ou edulcorada.

Wilson Roberto Nogueira

080807.Araucária-Pr
Maloqueiro;


maloca criola.

Crise de sentido

esse sentimento invadido

na prestes presença do colorido ausente,

tateando a dor nos olhos do casebre

insalubre vida de um rio sêco

arrastando os arrasados pés

no barroco barro do ser,

pó preso a sentença do chão;

pé sem vento para livre fugir

ou para diluir a si nas águas do sonho.

Não esquece a sede ;

não sede a sêde

até o esqueCimento chegar.

Pá de cal,

pegada

pá pesada sobre o ódio.

Carece não desatar o nó

vai que cai uma espada na cabeça

quebrando a cabaça da alma do pensamento.

Prendendo ainda mais o desinfeliz

ainda mais a rede das moléstias

que grudam na alma e sugam a seiva do viver

tornando a existência ôca e parasita

entrevando os ossos dos braços;

cortando com fina lâmina as visceras

enquanto os olhos permanecem cegos

à imagem denunciada no olho da água

A água breve em breve chuva

desapercebida chega e a sêde tamanha

não é mais do beber é viver.

Mas como encontrar a picada na caatinga

sendo que nunca apreendera nas lidas

a linguagem das cores tanto das negras e pardas

quanto das verdes e douradas?

a vida tornara um fantasma refletido pelas meninas

dos olhos órfãos da alma.

Wilson Roberto Nogueira

Paradoxos do ódio

"Judeu russo neonazista espanca falacha"






Não suje a sola da bota com o sangue do teu irmão,

dê-me a sua mão limpa em penhor da paz.
A cada minuto de tosse escarra uma mentira

o silêncio nutre a lâmina da adaga da alma no só

sorriso de seu brilho.

É só uma fagulha furando a noite

um cigarro entre os dentes podres

drenando o pesadêlo para as vísceras da idéia

sem a mão da assassina

assim natura.

A noite adormece inocente mais um dia amante

do caos organizado da violência urbanicida

e sonsa sonha sanidade salubridade humanidade.

A noite adormece , mais um dia

até o próximo desvelamento no espelho do olhar

onde a morte legou seu estigma .

Em pesados passos pegadas de sangue

de pés rasgados.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, setembro 25, 2010

Os Incompreendidos

Les quatre cents coups

No livro da vida


dela

ele preenchia

meia página

vivida com tinta

invisível.

Sobre a alvura aparente

ela escreveu outro nome

vivendo tinta rubra

em outra vida mais sentida

sentia pulsar a escrita enfim

cansada virou a página

vivendo até acabar a tinta.

Wilson Roberto Nogueira
banzo zonzo


saudade sonsa

salobra ladra

solitária

memória do coração

Wilson Roberto Nogueira
Fico prosa quando a rosa ri


perfuma o vento...

mas o vento

feliz

perde-se em nada.

Mais feliz é o siri

antes de cair na moqueca

lá em São Luis.

saudoso ele se ri

e sua lágrima

transforma-se

em cristal

donde a flor bebe

o beijo da vida.

Wilson Roberto Nogueira

1versão
Um passo solitário


Uma pegada

na calçada

calcinadas passagens

de uma escrita enigmática

de quem escreve

o próprio caminho

ao caminhar

nas pedras do verbo.

Wilson Roberto Nogueira
onde o olho olha


na onda da luz

que se afoga

no afago

do teu coração.

Wilson Roberto Nogueira
Um toque


e as folhas das

mãos queimam

de rubor;

Sol escondido

roubando gotas

de vida

infância descodorida.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, setembro 23, 2010

Chove cinzas quentes;


caminho no carvão,

brasas assam minha paixão

-meus pés dormentes dormem com a minha solidão.

Preso aos dormentes do caminho férrea vontade

apressa o opresso passo.

Voam as esperanças lactantes no néctar da utopia de aluvião.

Wilson Nogueira

Com o frio à porta , caiu a lembrança.

Saiu às cegas, abandonando a solidão.

Na borda do bordel pensou na prova,

a sua sorte torta

e recuou para dentro de seus medos.

No rascunho de uma vida

mal traçadas linhas

lâminas equilibrando-se no gelo fino.



Wilson Roberto Nogueira
Com que ousadia pré combinada


aquele sorriso descortinava

ameaças de amor.

Na rosa mais pura daquele prostibulo.



Wilson Roberto Nogueira
Quando a petite poutain


do solitário brilho doirado

de seu sorriso,doloroso,

se desarmou,uma flor

sem pétalas ,

ainda com perfume,

feneceu.

feneceu de nojo

lhe cuspira o chicote de seu patrão.



Wilson Roberto Nogueira

Bares

As risadas saltavam das bocas


e caiam nas poças das incontidas

lágrimas ébrias.



Wilson Roberto Nogueira
O que respondo à flor dourada de pétalas prateadas


meu caule de carvalho velho curvou-se ao seu olor

Quão breve brisa soprou alento ao tronco enrugado

dores de juventude hoje não pesam na nova morada

amores de esquilos na alma inquieta

tronco grávido de felicidade na madeira velha

a qual não se curva ante a tempestade...

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, setembro 21, 2010

A Tentação de Santo Hilário

segunda-feira, setembro 20, 2010

No Maranhão ou no Ceará
São Pedro  errou  na mão
fez mortos abrirem o caixão
para não remorrerem afogados.
É muita missa e procissão !
Não aguentava mais não !
Lá em riba .De dívidas sobrecarregados
os funcionários de São Pedro arregaçaram
as porteiras e as manadas de águas furiosas
foram procurar capim nos pulmões dos afogados.
CPI ! Pede a oposição!É o Demo acusando Pai do Céu !
Wilson Roberto Nogueira
Quando te vejo acordo,
a corda que me  prende a ti
me liberta.

Wilson Nogueira

sábado, setembro 18, 2010

Partindo do presente


morre minhas singelas

finas finanças

Sub escrevo com a última gota rubra

a eterna herança de débitos

com o gérmen da semente da mentira maldita

semente plantada na cova rasa do deserto

O vento levará o pó empodrecido para queimar

no sol.Caso cresças de tal ignóbil despropositada

vida oca,não legará herdade nem traços de presença

Qual vil verme invisível .És menos do que tal.

Nem bem nem mal,morna e medíocre existência afinal

Faleci nas minhas posses antes de meus ossos enfim

descansarem.

Terei que labutar no inferno pra ver se me liberto

do peso do sobrenome sobre a ossatura dos escombros.

Wilson Roberto Nogueira
na boemia...ainda?


na estrada do verbo

nas quebradas da vida

na violência do silêncio

depois da tempestade

dor é realidade.

É diante da morte

que se dá valor a vida.

Mas se vivessemos para sempre

valor a ela daríamos?

Bons dias e noites!

Lembre de seus bons sonhos

e delete os pesadelos!

Wilson Roberto Nogueira
A noite ceifa mais um exaurido dia em meio ao caminhar gélido de formosos cadáveres ,


que correm para chegar ao açougue ; ansiosos manequins para o deleite dos cães.


Wilson Roberto Nogueira
Existem os que plantam prantos


prantos planto eu também

contudo preciso plantar


Para Viver

porém

plantar gotas de sol



sementes de flores na calçada.

Wilson Roberto Nogueira
O que está havendo ?


Estou vendo o vento

em seu lamento!

Wilson Roberto Nogueira

Rótulos nas embalagens de carne deteriorada

Privatizaram a alma


colocaram preço

no pensamento

compraram consciências

etiquetaram personas

peças de carne pro abate

no açougue das ilusões

alimentando vanalidades

das potestades de pés de barro.

Wilson Roberto Nogueira
Surtos mudos


inundam

as surdezes

da cidade.

Wilson Roberto Nogueira
Ele o ser supérfluo.Depois de tanto inflar a si o superado ADônis.


A vida lhe dera um lago translúcido a refletir a lua anoitecida de solidão.

O peso da sombra tênue da solidão tenaz no rosto ausente lunar

Pesada canga nas suas costas estreitas abandonadas de certezas

que o desertaram o deserdando para o deserto

(Afastando-se seguido pelo fio fantasma de sua ausente carne)

Curvado qual um proto-humano narciso sem o espelho da lâmina lacunar

Lago seco de luz .

Perdido em labirintos de dunas volúveis inconstantes amantes do vazio.

Lago vaporoso se evaporando na miragem.

Olhos lagoados de afogado

súplica onde apenas lembranças ficaram como heranças

de sua negra pedra que cegara seu deus interior.

Wilson Roberto Nogueira

Colheita de adagas

Tu tens medo do medo

O medo cego faca cega

mata em meio a escuridão

apunha-la a razão

Por isso é a arma branca

do dissimulado Poder

nas sombras da fé.

Wilson Roberto Nogueira

Maldições sem rosto

A extrema volatilidade da vida diante da violência de uma bala perdida

vida bandida

da vida diante da violência de uma bala tonta e sedenta

viciada

embriagando-se de sangue doce de doces crianças e tenras mulheres

em flor arrancadas

Em brigas nos botecos da vida nas estradas e nas calçadas

em qualquer parte

a cultura da violência sequestra os cérebros e vicia a alma

desarma de bondade

desalma

Uma bala tonta bêbada de sangue doce da amarga vida que se esvaziava

tendo como testemunha as pedras da calçada


as pedras da calçada

que gritavam no silêncio

Maldições sem rosto.

Wilson Roberto Nogueira
O dia desnutre-se


empalidece impávido

e diante da noite morre.

Chega a treva conquistadora

para tomar posse com suas hordas

de orgias e desgraças

a barbárie do oculto se revela

lá na curva do destino

onde uma alma é driblada

em sua boa fé.

Wilson Roberto Nogueira

Ansiedade

sexta-feira, setembro 17, 2010

Na estiva do conhecimento ,o professor proletário do saber acaba em trapos pedindo esmola de frente ao poder.Impotente para edificar o cimento da nação com as bases da educação embora sue sangue;se deseduca ao comer as sobras das mesas dos orçamentos .Deseducado na caduca lei tornada tradição de ruínas de pátrias sem alvoreceres nas cores cinzentas de signos débeis e anquilossados das elites sugadoras ao amparo das sombras das ossadas dos códigos gagos.Carta Magna amarelenta de fezes e estremecimentos de gafanhotos.Livros voam inférteis nas mãos de analfaespertos amorais.



Wilson Roberto Nogueira
Olho o cisco rir no Olho


Aqui não poeteio,

pois não sou poeta,

disso não receio.

Para outro planeta

leva-me a musa cega!

Agora a rima desertou,

a Musa por ter sido chamada de cega,

não gostou.

Wilson Roberto Nogueira
Voltar para casa às portas de um novo dia à vedar qualquer lodo das frestas da memória.Mas o odor sórdido invade os poros da madeira desta porta decrépita que se permite sondar pelos olhos das baratas. Voltar para casa às portas de um novo dia, ainda encoberto pela noite e pela dúvida, se existe esperança...A Lua mal aparece e só aquela velho calçado companheiro que apodrece junto as meias encharcadas.Qual o pagamento, o torpe salarium? Mais um dia e uma noite a cozinhar o inquieto descanso, na gagueira da alma , no inquisidor silêncio ,a procura de um idioma comum para se fazer ouvir.Sem língua ainda pensa gritar no desespero das vísceras,víboras insanas a se devorarem.

Voltar para casa ,um porto seguro, para quem ? Só os cães vadios me saúdam- me como a um igual e, troco pulgas fraternalmente. Mais um dia neste vasto mundo; minha casa esta em qualquer canto sob esse céu !

Wilson Roberto Nogueira



quarta-feira, setembro 15, 2010

A vida é mole para quem é duro


pedra de amolar

pedra vazia de sonhos

pedra de caminhos

pedra que fundamenta o lar

pedra que apóia o poder

o poder de poder foder

sem pensar posto pedra é

pedra sobre assuntos tontos

como o sentimento e o vir a ser

humano.

Se pedra para sobre viver.



Wilson Roberto Nogueira
Ente etéreo flanando na névoa


estou fantasma de mim

o vento a vida me leva

as vezes sou eu que a sopra para

longe

"Como era verde o meu vale..."

Nada

como a cova que se abre ás nossas

passadas

ditando o destino do nosso último pesar .

Wilson Roberto Nogueira
qual é a soma dos seus dissabores ?

o insípido sexo sorrateiro e seus odores.

Mais um front para fracassar.

Ô coitado , o coito estirado morto.Vai passar...



Caminhando na paz te abrasa a cólera

te abraçando e te pondo a coleira;

um passo e você já era.



Wilson Roberto Nogueira
Ela tinha uma bundinha!


E ela falava ?!

Só quando comia repolho .



Wilson Roberto Nogueira
Aquele professor nunca sentira-se tão inteiro


no oco de seu ser do que, quando

entrava naquela sala de aula.

Tão livre quanto um morto.



Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, setembro 14, 2010

Forçando o olhar para encontrar outros símbolos nas letras tortas da folha de sentimentos em branco.A página de papel revela-se espelho do atropelo da alma bêbada que quer cair para ver se ainda é capaz de sentir dor.Quebrou-se e nada sentiu; queimaram-lhe o cabelo e teve que cortá-lo daquele jeito hitlerístico que nada tem de sEu.Por isso força os olhos da alma no papel que lhe rejeita.


Wilson Roberto Nogueira
Qualquer frase o punhal


por isso ela se cala

prefere oferecer um cálice

de sangue no cristal.

Tão doce e de vermelho suave

a viver no aroma matizado do desejo.

Wilson Roberto Nogueira
sonhou com o teu sonho


com o teu sonho azedaram juntos ao acordar


no olhar o recheio já não era mais aquele


de creme ou de doce-de-leite

O deleite acabou no primeiro suspirar do sol

e eis mais uma uma noite escondendo a dor

remoendo di sabores o sol revelou


os odores do doce da rodoviária

um adeus descendo pela privada

Cadê o papel !

Wilson Roberto Nogueira
Arremessando medos


arremedos de remendos

remembrando remorsos

na membrana insana

à remoer na moenda

medos sonhados ou vividos

nas dores da morgue gregária

das almas ezangues das dores

infinitas da memória.

Nos dias que escorrem

lavam a escadaria dos dias

ou da duvida debitada na memória

driblando o fato pelo boato pelos ruídos

das elétricas descargas

a livrar a alma do mero experienciado

projetando a sombra da chama da vela vital a meia-luz

luciferando novas maldições.

Wilson Nogueira
Aqui a semente caiu na rede,moinho de vidas que não nascerão.



Que é isso Moische?



Prostibulo de portas abertas

abertas as chamas frias cobertas

de penugem e feridas sangrando

quietas em seus corações sonhando

doçuras quando amargo é o mel do sexo

sepultam a si mesmas em teatros...



Moische ,Moische, já sei pensou na Sarah e ...bro...



Broa de centeio e azeite virgem vamos comer.



Wilson Roberto Nogueira

No Beco da Facada uma Escola às Escuras

Procurando ao redor das cadeiras algum papél;


se os restos que encontro é o que procuro,

nos silêncios das folhas rasgadas documentos,

de vozes tortas nas bocas sujas de almas sebosas;

leio nos símbolos várias expressões , as quais só explodem

por serem disparadas de vigor envenenadas

sem direção ou valor organizadas.

Desatino no desalento encrispadas nos olhos espadas

rasgam a noite o bando em loucas risadas chutando o vento

ignorando espaço e tempo queimando a consciencia

O princípio da responsabilidade surdo e cego,velho, vaga no lamento

enquanto o prazer reina escondendo no útero acéfalo o feto do futuro.

A semente da utopia agora vazia oca plena de eco de pesadelo e agonia.

Amanhã a rebeldia polimorta encontrará na revolta o retorno a razão

direção,sentido aí estaremos de fato perdidos.



Wilson Roberto Nogueira
Atrás de um arbusto deitado sob a calçada


dorme uma sombra com um par de tênis Nike.

a manhã estava descalça.

Wilson Roberto Nogueira

domingo, setembro 12, 2010

Eu leio para apreender a ler  almas


que as pessoas ocultam com as palavras


e descobri que algumas são personas


não tem almas só persianas

partes de superficies opostas.

Personas sob a máscara de pessoas


 
Trocam de rostos Todos os dias

N-o-v-a  p-e-s-s-o-a !

e todos os dias

novas outras pessoas

as aplaudem em

teatros jogando em frases esfarrapadas


 pedras despalavradas


Wilson Roberto Nogueira
Nas sombras onde me encontro


me encontro contra mim mesmo

caminhando a esmo,

caio no precipício e enquanto caio


gozo a vida e ela me glosa



nadando  até o fundo no nada

Wilson Roberto Nogueira
Ela se despiu dele


casaco que

não mais aquecia

pele vulgar

no baú a noite

do desprezo com

uma lâmina de sorriso

um corte

na textura do sentimento

pele suja no chão

num adeus suspenso.

Wilson Roberto Nogueira
uma gota da tua boca


provei o mel

e passei daí

a embriagar-me de fél.

Wilson Roberto Nogueira
O que voce vê está em ti 


Tua vóz voa na verve doce



de ventania soprando bolhas de sabão
película de pífia poesia

efêmera fantasia.

E você vá lamber salmão!

Wilson Roberto Nogueira
As folhas caem em silêncio sobre a grama queimada do céu.



inverno nos corações

Espadas quebradas

pedaços de piedosos panos

lágrimas voam no silêncio




a voz da Tempestade cala

para que  a paz colha cadáveres.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, setembro 11, 2010

O pardal voou


pousou

e ficou olhando a folha

presa na roupa.

O vento sopra para

longe a folha

seca.

Wilson Roberto Nogueira

Sentado no banco da praça

O ancião volta à juventude ao construir a memória com o reboco do imaginário,imagens de valsas ao som do amor...lá diante do coreto da praça.


Finalmente imperador do próprio tempo -roubou de Kronos a coroa.Aguarda plácido quando suas lembranças tornarem carne no paraíso.

Wilson Roberto Nogueira
A ruína de um sorriso no rosto pálido



olhos inquietos.A voz fugitiva esgueirando-se

no surto inquieta musica

música agonica da flor deflorada

suando ácido de gozo  acre

ditar críticas em espinhos ocos

da louca vingança babando fel.



Wilson Roberto Nogueira
Essa chuva de água suja impregna toda a folha que recebe o liquido fétido da tua escrita.


 O liquido evapora-se mas o fedor permanece.

Na esperança de um dia de tempestade te limpar a alma e  levá-la para longe

para o inferno onde Fyodor renasce a cada esquina escura ou casebre no brejo das almas

escurraçadas do Paraíso.

Aguardo-te lá !

Wilson Roberto Nogueira

domingo, setembro 05, 2010

carregou o mala


abriu

a mala-suerte

lhe sorriu.

Wilson roberto Nogueira
Um olhar nos olhos


de quem chora

apaga a vela

de qualquer pranto.

Wilson Roberto Nogueira
Ela assistia a tv


quando sentiu uma

mão quente e pesada

sobre seu ombro

virou-se

e a solidão lhe deu

uma dentada no coração.

Wilson Roberto Nogueira
Passou a mão no telefone


à procura de um coração

do outro lado atendeu

um espelho refletindo

o diálogo opaco

de sua angústia.

Wilson Roberto Nogueira
Só o lamento do lamacento mormaço solapa a sola do pesado caminhar.


Ela , que não gosta de andar, a andar obriga-se.

O absesso dessa obsessão tormenta de receios

em seus devaneios suspira pétalas de seda a flutuar


com o vaporoso hálito de uma alma sem destino.

morna natureza lhe impregna e lhe foge nos poros

suor respirando a manhã.Em meio ao limbo a nuvem passa ,deita

e num mar de tépidas lembranças enquanto  caminha ,abrindo novos pergaminhos em sua pele




em seu destino vidas superpostas onde em meio ao receio ao recreio leio


em cada palavra uma esfinge geme enigmas e finalmente deita



e finalmente morre.


Wilson Roberto Nogueira

sábado, setembro 04, 2010

Crianças famintas

Urbe Bárbara

Os carros bufam enquanto as palavras agonizam nas bocas

 e a cólera em cólicas despeja rubra hera incandescente

Nas pausas malabares equilibram sonhos e sofrimento.


Num largo sorriso por um níquel de alívio;


vidros ocultam desprezo e revelam medo

medo da sombra que açoita e denuncia

no dia a noite das almas.

corre um negrinho, mas a bala perdida o encontra.


as bolas de plástico correm e se escondem nas bocas de lobo.


Um trovão no céu não lava de luzes a cidade

cilada sitiada soterrada de sombras

na selva de prédios e cavernas feéricas de consumo

vagam zumbis e feras insaciadas e cegas

entre um barraco e outro desmoronam ruínas

restos de barro renascem em novos vasos de humana forma

em mutirões de esperança bíblica e fome de seguir as pegadas

que morrem a cada criança que se perde da infância no tiroteio

da sobrevivência.



Um trovão no céu não lava de luzes a cidade

isolada,calada, dominada

minada

Nada a declarar .



Wilson Roberto Nogueira jr

Empregado da Grande Imprensa

A mídia joga luz sobre o que explode-a violência,escândalo,polêmica,sangue rubro da notícia.onde não existe sangue sangra-se na corrida pelo furo ,atropela-se a verdade factual apelando a comodidade da replicação ordinária,internética,não se aprofunda na investigação corre na presunção da certeza( o fragmento consumido frio,não traz substancia e facilmente se evapora da memória do leitor) e estatela-se no erro sem desmentido a altura do agravo.A Ética moribunda jaz(zz).No deserto insalubre dos fatos o tempero venenoso da versão,geralmente fornecida pela impávida opacidade oficialista,lustrosa de dourada impostura,fontes pelando proximidade do poder,das chamas de Mephistofeles onde toda alma tem um preço.

O que deveria ser regra è exceção,fóssil certeza da dúvida, busca pelo aprofundamento,humildade e generosidade intelectual foram esmagadas pela arrogância de “especialistas em generalidades “.Carrega o ego `as costas como Atlas,arroga-se onisciente acima de sua real condição de lâmina tão plana mas afiada na intriga mas tão chã,banal e medíocre,tão atenta a forma quanto negligente ao conteúdo.

Confortável na condição de mamulengo ignorante ou voluntário do Poder Econômico e ou político, quando ambos não são uno conforme os interesses da Empresa Jornalística.

A empresa jornalística, a corporação è a determinante do viés da imprensa,não è o arvorado Quarto Poder è parte do Capital e seus interesses são os mesmos da classe dominante,seus anunciantes o Sistema Financeiro e Industrial.Seus empregados j-o-r-n-a-l-i-s-t-a-s são funcionários privados da hipocracia não paladinos da verdade do antigo foca idealista,nefelibata.


Há de se Ter em conta contudo a necessário ressalva,enquanto as empresas jornalísticas estiverem nas rédeas dos sobrenomes Mesquita,Frias,levi...a luz de velhos ideais liberais ainda deitaram uma luz de vela de valores éticos não somente mercadológicos,mas cada vez mais se oferece menos as massas,as quais vão se acostumando a se alimentar do lixo rápido,resumido,mastigado, a luz está se apagando e o povo está comendo merda pensando estar se fartando de caviar.

A prova è o cadáver insepulto dos cadernos culturais(?) se comparados àqueles de vinte anos atrás.Problemas econômicos?O povo não se alimenta de cultura,prefere algo que não exija mais de dez minutos(tudo isso !)de atenção,Ter que ativar um cérebro cansado depois de horas diante da Caixa de fazer idiotas -os canais abertos ,comerciais e,cada vez mais os pagos também)onde o homem e a mulher são conduzidos a condição de legumes,repousando nos olhos desligando o cérebro e ativando os dedos zapeantes.

Cada vez mais o jornal,que se propunha ser a foto do fato mais trabalhado,e o telejornal a chamada para o jornal impresso,os tempos informacionais diferenciados tornam a Televisão,com suas noticias editadas,ancoradas transmitidas por um encadeamento de filtros e ótica shownalistica mais assimilável a esse processo de empobrecimento-Quando você vê,basta a imagem,redime os outros sentidos,não se percebe a imagem como a construção de uma peça ideológica ,do olhar de quem foca a lente.


Do outro ponto, a imagem invade o domínio da escrita e o papel da escrita,ora marginalizada “o papel aceita tudo “ora sacralizada como emanação da verdade pura cede a fuga escapista dos leitores cada vez mais sedentos por informações leves,cotidianas que sovem de pão e circo e seja tão dinâmica na estética quanto a televisão.

O jornal ganhou espaço no supermercado como mera mercadoria menor,quantos pãezinhos quentes saídos da gráfica você vê pessoas comprarem?Papel- jornal as gôndolas dos jornais deveriam estar mais próximas às de higiene pessoal ou para embrulhar peixe.

O jornal contaminado pela linguajem televisiva e o texto de fácil digestão e pouco nutritiva tornou-se um arremedo da mídia TV naquilo que ela a TV sabe fazer de melhor shownalismo.

As empresas jornalísticas a anos deixaram de lançar uma luz brasileira sobre as noticias,o empobrecimento geral das redações levaram a demitir jornalistas experientes e fechar sucursais no estrangeiro,agora os jornais são meros replicantes dos oligopólios das agências internacionais AFP,EFE,REUTERS,...Os chamados anos de chumbo inocularam o vírus da síndrome da aversão nacional dos fatos,o enfoque a partir dos interesses nacionais ,da nossa identidade(,assim como existe nos EEUU,na imprensa francesa(com as devidas nuances ideológicas)),.Nós abrimos mão de pensarmos a nós e o mundo, para procurar não no outro a nossa imagem mas a imagem que o outro constrói sobre nos,assim introjetamos valores e preconceitos sobre nos mesmos forjando uma identidade torta,débil,tal como o racismo assimilado pela própria vítima do preconceito, cego a riqueza de sua riqueza cultural.

Mais uma vez exige-se que se registre, que o século XXI está inundado pela imprensa segmentada,inclusive voltada para os leitores sem teto,democratizando o conhecimento,endereçada a interesses ideológicos e comportamentais específicos ,de tiragem reduzida porem constante.Alem dos jornais virtuais,dificilmente dimensionáveis assim como as comunidades virtuais,muito embora continentes inteiros estejam no escuro a este respeito,não consomem por isso não são cidadãos.Comunidades virtuais,há uma anarquia informacional onde tudo se converte em nada ,tanta informarão sem disciplina e método do leitor perde-se como areia entre os dedos .

Vemos , não apenas nas redações dos jornais convencionais mas em frente ao computador da faculdade,da biblioteca milhares de informais “especialistas em conhecimentos gerais’ como o burocrático empregado privado jornalista alienado de si e de seu em torno.

Wilson Roberto Nogueira
Dentro da leveza uma jóia de viver


mas não deixe de fazer um tour na favela

com direito a falar com um dealler local

por somente cem euros.

Evite os mosquitódromos e procure

 diluir-se  na pastosa multidão

não parecendo tão gringo.



Wilson Roberto Nogueira
Cai o pano sobre o pranto;


cobre de dentes a ausência

de sol  no sorriso.



Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, setembro 03, 2010

Tantas fechaduras


e uma única chave

olhar velado

desespero

é a tua herança.

Wilson Roberto Nogueira
Embaixo das pedras


a espera de uma lágrima do céu

sede de esperança.

Wilson Roberto Nogueira

O cigano e seu cavalo

carrega a mala


da mala - suerte

que te sorri

e te morde a má consorte.

Wilson Roberto Nogueira
As caveiras sonham


paz de porcelana

quebradas

por alcatéias

de condenados e vulturinos

homens à despojar os

cadáveres de suas lembranças.



Wilson Roberto Nogueira jr
Curto o tédio de morrer um pouco todos os dias


Quisera ser nuvem movendo pesadelos movediços.

Desses dias que são tão longos quanto curta é a vida.

Saio da couraça e corto-me com uma pena da asa.

Sangra o espírito.



Wilson Roberto Nogueira
O vapor invisível suga a água dos cântaros de carne,gota a gota até mumificar os olhos que rastejam


até alguma miragem, até a morte da jornada a jorrar água salobra e fétida dos poços do desengano.



Bebem desespero e seguem arrastando suas carcaças condenadas a sombra fugidia do último descanso.



Uma canção quando desce o pano rasgado de estrelas



nada além do cheiro nauseabundo das frituras nas secas gargantas gárgulas de sonhos.


A derradeira gota de lágrima secou na última gota de café.

(ao som de "Una furtiva lacrima..." )

e o calor garroteando continua cozinhando e saqueando a água vital.


Nenhum hidrante.

Todas as fontes,

Todas as torneiras,

Tem donos de dentes de aço e coleiras de diamantes.
Apressando o passo até o amanhecer,até a próxima página do pesadelo.




Um dia após a privataria de toda a água serão decantados os resíduos da sociedade.



Wilson Roberto Nogueira
Olho dentro do olho de kalimisos


E não encontro mais o brilho da chama.

Olho e vejo no olho de kalimisos

A imensidão negra do precipício,

Onde estará aquela criança que sorria

O sorriso da alma no olhar?

Que nadava nas águas de um amor pura chama.

Águas secaram chamas se apagaram.

Sal e fumaça ,um eco de um corpo sem vísceras,

Sem viço, sem vida.

Estará viva na vida que a violentou?

Restos rasgados de um olhar de penumbra

Num cântico de mortalha

Espírito partido do olhar estilhaçado,

Cacos de vida.

Amor para quê,qual a razão?

Não existe razão ou significado

Dor compartilhada,

Comer da mesma solidão

Lamber as cicatrizes sem nojo,

Ver no outro olhar uma lagoa

Refletindo o vidro opaco de sua existência.

Nada um imenso nada,

Vidro na água invisível de si

Olho dentro do precipício e não a vejo,

Não adianta tatear na escuridão de seu olhar

Qualquer sinal de Kalimisos.

Wilson R. Nogueira
a verve do verbo


sua sangue no verso

solitário no silêncio

grita para o griot

cante a minha saga

às areias que correm

o mundo.

Wilson Roberto Nogueira

quinta-feira, setembro 02, 2010

Como um fantasma vaga na epiderme da poesia


que é a própria alma a escorrer sem fronteiras

esta tapeçaria de nervo da surbe bêbada.

Como uma fumaça invade a treva sem ser vista


sem ser vetada pelas ventas dos ventos


segue flanando insone zanzando

sonhando vai sondando os sons silenciosos de outras almas

que saltam das esquinas com seus punhais de prata

no peito de outras calmas sangrando verdades oblíquas

nas reais veias da enrugada pele da cidade

espalhadas nesse arquipélago de carcaças

aí aos seus pés nos bairros de barro e trapos

da urbe oculta pela banalidade

essa  violência cristalizada na paisagem.

Wilson Roberto Nogueira
Correm os soldados

atrás do latido do cão

era só um osso sonhando

ser carne

Wilson Roberto Nogueira
Procura o cura a cura à doença da alma.

Alma que clama por mais chama

e menos sermão de saliva benta.

Wilson Roberto Nogueira
Dói a asa do pensamento


saudade doma o sofrimento

idade de tormento!



velhice

senil,ausente vigor

sandice,

se mil ais sente à rigor

um prego no ego.

a medonha morte

risonha e forte

rirá por vós o esquife infeliz

parvo pescado por uma meretriz.

Wilson Roberto Nogueira
Bimbalam os sinos nos corações


corações de surdos caminhos.



Wilson Nogueira
Silenciam os tiros


è hora de plantar

um cravo crava

esperança

como uma lança

no coração da guerra.

Wilson Roberto Nogueira
medo das sombras


brincam os fantasmas

a criança grita

o gato pula

eriçado miado



É só alegria.

Wilson Nogueira

quarta-feira, setembro 01, 2010

Na lâmina do lago


pousa uma lágrima.

A flauta celebra o sol

caminho dourado.

Wilson Roberto Nogueira
Sabe o sabre no frio fio cortante

corta o tenro trigo na semeadura

o aço prova o sabor doce

de mais uma geração.

Wilson Roberto Nogueira
Enganar a tristeza subornando o estomago com alimento para o corpo.


Afastar do espírito o maná da reflexão a qual se nutre da dor

e do sofrimento.Labor da vida

garrida , mais engajada à lançar o ser no escuro escrutínio do Vir a Ser.



Haja chocolate amargo com montilla.



Wilson Roberto Nogueira
O sol corre para dormirantes que a morte impeça seus passos,


antes que ele se perca.O tempo corre,escorre o relógio dos dias.



escorre

o
melado na mesa do café

vaporoso no copo.

A chuva passa a cobrir de fino lençol


vapor da tarde

um beijo na face

Só um sol sem calor.

Wilson Roberto Nogueira
Na sombra

braços ao céu
uma árvore clama
socorro !!

Wilson Roberto Nogueira