sexta-feira, setembro 03, 2010

O vapor invisível suga a água dos cântaros de carne,gota a gota até mumificar os olhos que rastejam


até alguma miragem, até a morte da jornada a jorrar água salobra e fétida dos poços do desengano.



Bebem desespero e seguem arrastando suas carcaças condenadas a sombra fugidia do último descanso.



Uma canção quando desce o pano rasgado de estrelas



nada além do cheiro nauseabundo das frituras nas secas gargantas gárgulas de sonhos.


A derradeira gota de lágrima secou na última gota de café.

(ao som de "Una furtiva lacrima..." )

e o calor garroteando continua cozinhando e saqueando a água vital.


Nenhum hidrante.

Todas as fontes,

Todas as torneiras,

Tem donos de dentes de aço e coleiras de diamantes.
Apressando o passo até o amanhecer,até a próxima página do pesadelo.




Um dia após a privataria de toda a água serão decantados os resíduos da sociedade.



Wilson Roberto Nogueira

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