O vapor invisível suga a água dos cântaros de carne,gota a gota até mumificar os olhos que rastejam
até alguma miragem, até a morte da jornada a jorrar água salobra e fétida dos poços do desengano.
Bebem desespero e seguem arrastando suas carcaças condenadas a sombra fugidia do último descanso.
Uma canção quando desce o pano rasgado de estrelas
nada além do cheiro nauseabundo das frituras nas secas gargantas gárgulas de sonhos.
A derradeira gota de lágrima secou na última gota de café.
(ao som de "Una furtiva lacrima..." )
e o calor garroteando continua cozinhando e saqueando a água vital.
Nenhum hidrante.
Todas as fontes,
Todas as torneiras,
Tem donos de dentes de aço e coleiras de diamantes.
Apressando o passo até o amanhecer,até a próxima página do pesadelo.
Um dia após a privataria de toda a água serão decantados os resíduos da sociedade.
Wilson Roberto Nogueira
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