sábado, setembro 04, 2010

Empregado da Grande Imprensa

A mídia joga luz sobre o que explode-a violência,escândalo,polêmica,sangue rubro da notícia.onde não existe sangue sangra-se na corrida pelo furo ,atropela-se a verdade factual apelando a comodidade da replicação ordinária,internética,não se aprofunda na investigação corre na presunção da certeza( o fragmento consumido frio,não traz substancia e facilmente se evapora da memória do leitor) e estatela-se no erro sem desmentido a altura do agravo.A Ética moribunda jaz(zz).No deserto insalubre dos fatos o tempero venenoso da versão,geralmente fornecida pela impávida opacidade oficialista,lustrosa de dourada impostura,fontes pelando proximidade do poder,das chamas de Mephistofeles onde toda alma tem um preço.

O que deveria ser regra è exceção,fóssil certeza da dúvida, busca pelo aprofundamento,humildade e generosidade intelectual foram esmagadas pela arrogância de “especialistas em generalidades “.Carrega o ego `as costas como Atlas,arroga-se onisciente acima de sua real condição de lâmina tão plana mas afiada na intriga mas tão chã,banal e medíocre,tão atenta a forma quanto negligente ao conteúdo.

Confortável na condição de mamulengo ignorante ou voluntário do Poder Econômico e ou político, quando ambos não são uno conforme os interesses da Empresa Jornalística.

A empresa jornalística, a corporação è a determinante do viés da imprensa,não è o arvorado Quarto Poder è parte do Capital e seus interesses são os mesmos da classe dominante,seus anunciantes o Sistema Financeiro e Industrial.Seus empregados j-o-r-n-a-l-i-s-t-a-s são funcionários privados da hipocracia não paladinos da verdade do antigo foca idealista,nefelibata.


Há de se Ter em conta contudo a necessário ressalva,enquanto as empresas jornalísticas estiverem nas rédeas dos sobrenomes Mesquita,Frias,levi...a luz de velhos ideais liberais ainda deitaram uma luz de vela de valores éticos não somente mercadológicos,mas cada vez mais se oferece menos as massas,as quais vão se acostumando a se alimentar do lixo rápido,resumido,mastigado, a luz está se apagando e o povo está comendo merda pensando estar se fartando de caviar.

A prova è o cadáver insepulto dos cadernos culturais(?) se comparados àqueles de vinte anos atrás.Problemas econômicos?O povo não se alimenta de cultura,prefere algo que não exija mais de dez minutos(tudo isso !)de atenção,Ter que ativar um cérebro cansado depois de horas diante da Caixa de fazer idiotas -os canais abertos ,comerciais e,cada vez mais os pagos também)onde o homem e a mulher são conduzidos a condição de legumes,repousando nos olhos desligando o cérebro e ativando os dedos zapeantes.

Cada vez mais o jornal,que se propunha ser a foto do fato mais trabalhado,e o telejornal a chamada para o jornal impresso,os tempos informacionais diferenciados tornam a Televisão,com suas noticias editadas,ancoradas transmitidas por um encadeamento de filtros e ótica shownalistica mais assimilável a esse processo de empobrecimento-Quando você vê,basta a imagem,redime os outros sentidos,não se percebe a imagem como a construção de uma peça ideológica ,do olhar de quem foca a lente.


Do outro ponto, a imagem invade o domínio da escrita e o papel da escrita,ora marginalizada “o papel aceita tudo “ora sacralizada como emanação da verdade pura cede a fuga escapista dos leitores cada vez mais sedentos por informações leves,cotidianas que sovem de pão e circo e seja tão dinâmica na estética quanto a televisão.

O jornal ganhou espaço no supermercado como mera mercadoria menor,quantos pãezinhos quentes saídos da gráfica você vê pessoas comprarem?Papel- jornal as gôndolas dos jornais deveriam estar mais próximas às de higiene pessoal ou para embrulhar peixe.

O jornal contaminado pela linguajem televisiva e o texto de fácil digestão e pouco nutritiva tornou-se um arremedo da mídia TV naquilo que ela a TV sabe fazer de melhor shownalismo.

As empresas jornalísticas a anos deixaram de lançar uma luz brasileira sobre as noticias,o empobrecimento geral das redações levaram a demitir jornalistas experientes e fechar sucursais no estrangeiro,agora os jornais são meros replicantes dos oligopólios das agências internacionais AFP,EFE,REUTERS,...Os chamados anos de chumbo inocularam o vírus da síndrome da aversão nacional dos fatos,o enfoque a partir dos interesses nacionais ,da nossa identidade(,assim como existe nos EEUU,na imprensa francesa(com as devidas nuances ideológicas)),.Nós abrimos mão de pensarmos a nós e o mundo, para procurar não no outro a nossa imagem mas a imagem que o outro constrói sobre nos,assim introjetamos valores e preconceitos sobre nos mesmos forjando uma identidade torta,débil,tal como o racismo assimilado pela própria vítima do preconceito, cego a riqueza de sua riqueza cultural.

Mais uma vez exige-se que se registre, que o século XXI está inundado pela imprensa segmentada,inclusive voltada para os leitores sem teto,democratizando o conhecimento,endereçada a interesses ideológicos e comportamentais específicos ,de tiragem reduzida porem constante.Alem dos jornais virtuais,dificilmente dimensionáveis assim como as comunidades virtuais,muito embora continentes inteiros estejam no escuro a este respeito,não consomem por isso não são cidadãos.Comunidades virtuais,há uma anarquia informacional onde tudo se converte em nada ,tanta informarão sem disciplina e método do leitor perde-se como areia entre os dedos .

Vemos , não apenas nas redações dos jornais convencionais mas em frente ao computador da faculdade,da biblioteca milhares de informais “especialistas em conhecimentos gerais’ como o burocrático empregado privado jornalista alienado de si e de seu em torno.

Wilson Roberto Nogueira

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