Como um fantasma vaga na epiderme da poesia
que é a própria alma a escorrer sem fronteiras
esta tapeçaria de nervo da surbe bêbada.
Como uma fumaça invade a treva sem ser vista
sem ser vetada pelas ventas dos ventos
segue flanando insone zanzando
sonhando vai sondando os sons silenciosos de outras almas
que saltam das esquinas com seus punhais de prata
no peito de outras calmas sangrando verdades oblíquas
nas reais veias da enrugada pele da cidade
espalhadas nesse arquipélago de carcaças
aí aos seus pés nos bairros de barro e trapos
da urbe oculta pela banalidade
essa violência cristalizada na paisagem.
Wilson Roberto Nogueira
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