sábado, setembro 04, 2010

Urbe Bárbara

Os carros bufam enquanto as palavras agonizam nas bocas

 e a cólera em cólicas despeja rubra hera incandescente

Nas pausas malabares equilibram sonhos e sofrimento.


Num largo sorriso por um níquel de alívio;


vidros ocultam desprezo e revelam medo

medo da sombra que açoita e denuncia

no dia a noite das almas.

corre um negrinho, mas a bala perdida o encontra.


as bolas de plástico correm e se escondem nas bocas de lobo.


Um trovão no céu não lava de luzes a cidade

cilada sitiada soterrada de sombras

na selva de prédios e cavernas feéricas de consumo

vagam zumbis e feras insaciadas e cegas

entre um barraco e outro desmoronam ruínas

restos de barro renascem em novos vasos de humana forma

em mutirões de esperança bíblica e fome de seguir as pegadas

que morrem a cada criança que se perde da infância no tiroteio

da sobrevivência.



Um trovão no céu não lava de luzes a cidade

isolada,calada, dominada

minada

Nada a declarar .



Wilson Roberto Nogueira jr

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