Os carros bufam enquanto as palavras agonizam nas bocas
e a cólera em cólicas despeja rubra hera incandescente
Nas pausas malabares equilibram sonhos e sofrimento.
Num largo sorriso por um níquel de alívio;
vidros ocultam desprezo e revelam medo
medo da sombra que açoita e denuncia
no dia a noite das almas.
corre um negrinho, mas a bala perdida o encontra.
as bolas de plástico correm e se escondem nas bocas de lobo.
Um trovão no céu não lava de luzes a cidade
cilada sitiada soterrada de sombras
na selva de prédios e cavernas feéricas de consumo
vagam zumbis e feras insaciadas e cegas
entre um barraco e outro desmoronam ruínas
restos de barro renascem em novos vasos de humana forma
em mutirões de esperança bíblica e fome de seguir as pegadas
que morrem a cada criança que se perde da infância no tiroteio
da sobrevivência.
Um trovão no céu não lava de luzes a cidade
isolada,calada, dominada
minada
Nada a declarar .
Wilson Roberto Nogueira jr
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