segunda-feira, dezembro 31, 2018


Aqui no desrazoado da inação ando a capengar no mofo.procuro na luz troncha , alguma molécula de entendimento .


Wilson Nogueira.


segunda-feira, dezembro 17, 2018


A escuridão da madrugada esmaga o grão humano de areia em seu nada absoluto que domina a vastidão de seu anonimato .O som seco de seu ser, sinaliza uma existência que luta para ser vida, a ser Pessoa , a ter um Eu potente que ilumine nessas horas sinalizando possibilidades , escrutinando horizontes. O excesso de cores produziu a aparência da ausência . Tudo ao redor ou aponta ao precipício ou cega pela luz sem vida .

A poeira das horas afogaram as semanas e agora mais um ano se passou na escuridão . Aprendi a ler os odores e reentrâncias das trevas  . A angustia  e o peso da existência não me obrigam mais a senti-los  como açoites . São companhias de viagem

Outrora vi imagens de devires na forma  de fotos , sorrisos e olhares em uma foto, lembranças de uma época que ficou rasgada pela metade . São imagens em alguma gaveta que não se permite empoeirar.

Wilson Roberto Nogueira .

Medo de viver a saga de um fracasso


A paralisia do fraco, impotente diante de tudo e de todos. Esmagado por um gigante chamado medo.  Sujeito que deserta de seu destino e é conduzido com a canga que ele próprio colocou, servil voluntário sombreado  pelo vulto do poderia ter sido que o prende numa cela onde jamais entrará um raio de sol. O suicídio social que cometera  será projetado noutro sem dar conta o espelho que é . Atirará pedras nos outros e em si próprio estarão os cacos a cortarem suas vísceras.
Sempre pairando uma nuvem negra carregada que apesar das trovoadas jamais deixará cair água e o solo seco, rachado , árido queimará os pés e servirá de leito as alvas carcaças .Em meio a companhia de outras carcaças que jamais revelaram suas histórias.

Wilson Roberto Nogueira.

Povo ! povo infeliz ! Povo, mártir eterno,
tu és do cativeiro o Prometeu moderno ...

Castro Alves

A caixa vazia




Alí estava aquele aluno, escarrapachado na primeira fila ; andrajoso em suas calças puídas , a camisa amassada, os dedos querendo fugir do maltratado chinelo, os braços tais quais galhos secos cruzados sobre o adiposo abdome , o rosto amassado escondido sob uma roça mal cuidada com uma expressão que misturava um olhar severo e uma cicatriz que parecia um sorriso ocultando dentes tortos .
Passava o tempo  oculto, imerso  sob os livros. Quando lhe dirigiam a palavra respondia laconicamente , a não ser quando pediam explicações sobre  assunto que  dominasse ,daí  era possuído pelo  espirito de um professor , era reputado como intelectual batizado pela massa aprendiz com a alcunha “O Crânio “ . O crânio tinha a voz monótona de locutor de “a voz do Brasil “, quem a ouvisse dormiria no ato tal seu poder soporífero.
O Crânio era aplicadíssimo nas aulas de humanas, passava o tempo todo a inquirir e tecer comentários com os professores e professoras sobre as matérias ; o programa de uma aula se estendia a três , o que irritava os demais alunos , os quais tornavam –se conspiradores contra aquilo que supunham ser interferência indevida no andamento normal das aulas .
Entretanto nas aulas de química e biologia o Crânio era acometido pela doença do sono enquanto as portas do inferno se abriam nas disciplinas de exatas onde o mesmo sentia o sofrimento e a angústia de estar fritando nas grelhas de satanás .
Pobre alma sua existência era uma contradição e sua alcunha ria a larga de si própria.

Wilson Roberto Nogueira . Piraí do Sul. 26/12/1995

Vestibular 1996




O dia mal desperta e o rádio relógio explode acordando o mundo , é hora de abandonar o reino dos sonhos e ingressar na realidade.
Um banho gelado  , desperta defunto anima o vestibulando que paramenta-se para o combate- Aos exames ! – brada o guerreiro que armado de seus conhecimentos requeridos pelas provas sai destemido, à mão leva apenas caneta, lápis , borracha e os documentos – carteira de identidade e a inscrição.
Abanca-se num bloco de pedra colocado perto do ponto de ônibus, o coletivo demora minutos que parecem eternidades. Enfim estaciona o monstrengo, estava vazio. Meia hora de percurso até o supermercado Real da rua Y, vazio que estava a jardineira colhera muitas flores e muito mato pelo caminho, depois vomitou o vestibulando.
Contornando o Círculo Militar pôde observara imponência do Estabelecimento no qual seus conhecimentos serão avaliados  o suntuoso e tradicional Colégio Estadual do Paraná.
O pátio do Liceu estava tomado por uma chusma. À porta alunas de cursinhos distribuíam sorrisos, jornais estudantis e copos plásticos de água mineral. “Boas Provas !”
Acusava sete horas quando permitiram entrar. “Que palacete !”.O número da sala era o 670 da seção 1. (um ).Entramos, subimos dois lances de escadas, seguimos por um corredor  onde , pendurado, um olho de gigante nos observava, era um relógio imenso. No final do corredor à direita uma sala estreita onde 32 cadeiras estavam dispostas esperando.

Wilson Roberto Nogueira . 1996


sexta-feira, dezembro 14, 2018

navega a vaga na voga a apagar na luz o passado
que renasce batizado no afago do fogo que liberta
da carne a alma das eras no olho da fera feerica
ferida que baila sobre os saberes de sabres
na entranha da guerra que tece a teia na malha de aço
que envolve a mais doce borboleta.


Wilson Roberto Nogueira
flanando na flagrancia de Jasmin
Flor solar olhos de oceano flanar
fogos estrugem dentro da noite sem abalar
seus segredos de amar em ondas
aos arrecifes muitos navios a naufragar
flanando na flagrancia de Jasmin
Sereia onde andas nas ondas
de seus cabelos , seios e seiva.

Wilson Roberto Nogueira. 10/02/1994

A violência

Todos nos sofremos algum tipo de violência em nossa vida desde que acordamos até a hora em que vamos dormir.
Esperando em filas caudalosas ; no recebimento do SALário, no pagamento de impostos que nos retiram o pouco que temos para cevar os cerdos do sistema ; expremidos em coletivos de empresas que tratam o povo como números de seus cifrões assaltando nossa dignidade de pessoas e cidadãos até as violências sem máscara ,como outras formas tão banais quanto  como assaltos , homicidos ...
O abutre da miséria abre suas asas sobre as carcaças dos trabalhadores arrancando os restos de suas carnes , o povo no silêncio de suas passadas esmagam seus sonhos .
A violencia existe nas práticas e nas consciencias  das classes e estamentos que sugam o valor extraído pelo proletariado em  todo o sentido do termo e vampirizado pela classe dominante , parasitária e rentista, suína à medula .

Wilson Roberto Nogueira .

O pleito



As eleições servem como uma prova de fogo para os políticos , todos correm  em busca de votos, porque o que está em jogo é o poder e uma rendosa profissão com pouco trabalho.
Nesta época , o matreiro raposa velha usa de mil artifícios para convencer a galinha , que não vai entrar no galinheiro para  comer os pintinhos, ovos e galinhas. O demagogo mente com tal convicção que o dono do galinheiro abre as portas do galinheiro para a raposa se locupletar.
Alçado ao poder pelos votos dos iludidos, compradas pelos sofismas e pela embalagem, os políticos começam a trabalhar em proveito de seus bolsos e apadrinhados
O povo que espere acordado o dia em que promessas plantadas em campanha eleitoral deem como frutos, resultados satisfatórios aos cidadãos de menor poder aquisitivo que mantem o pais funcionando e são o sal da terra.
Existem homens públicos como também mulheres publicas competentes , que não fazem somente conchavos, não são venalmente corruptos ou simplesmente velhacos , as maçãs podres que conhecemos são muitas, mas elas estão lá porque os elegemos, mantendo-os ‘ad infinitum ‘ por nossa própria irresponsabilidade como eleitores.
Tantos casos de podridão lançados aos nossos olhos pela imprensa , tantos políticos de almas civis pútridas nos fazem crer ,ou melhor descrer dos nossos (supostos ) representantes , cobrem a nós de vergonha com as decisões fabricadas nas vísceras  de um sistema em ruínas .Aqueles alçados ao poder acabam tornando cumplices suas futuras vitimas , para isso entorpecem  e envenenam  a ética e a moral de um povo, com a miséria e a ignorância que fazem fermentar na massa o molde que bem entendem .
O povo diante deste abominável quadro  deixam de conferir , de dar aval através do voto o poder para legitimar a continuidade desta exploração , deste saque  que massacra a ideia de um governo do povo pelo povo. Ao não votar acabam permitindo que outros escolham , pessoas que exercem com plenitude sua animalidade politica.
Inquirir o candidato sobre sua plataforma de governo, pesquisar a vida pregressa do politico para a esmagadora maioria do povo brasileiro, cada dia mais despossuído é arar no deserto na esperança de uma super safra.
Sabemos da existência  de alguns honestos políticos , cada vez mais escassos , estarão extintos ?

Wilson Roberto Nogueira .Em meados dos anos 2000.

segunda-feira, dezembro 10, 2018

CIDADÃO DO MILÊNIO



                     I

O rosto é esconso pela avenida
feroz o cinza nos dentes da rua
atroz o jazigo de encoberta vereda,
sombrio o raio,sombrio o transparente.
O triunfo cruel dos pés
no leito raso,catres de chumbo
grande o fosso de cérebros;
algoz a vereda ,raio mudo;
dedos confrangem a lepra cidadã
envilece num cofre assassino
empedernido sangue do século,
pare nas ventas de monitores
o bastardo filho do século.
                         II
O rosto é a pele do concreto
resvalado no cais de cada esquina
nesta pele que se esconde
o libélo do entardecer
epiderme esquiva,apátrida,
as veias de quiméra
escondem a avenida
irrompe beco e estrada!
caminho esconso daquele rosto
que tremeluz o atalho no semblante,
o sobrevir das vastidões
malha desmedida no apontamento
de palavras e letras que me fazem
para um viés de futuro
carpido nos munturos
o rosto recôndito da rua,
escrito e esconso pelas avenidas.

                                                 Tullio Stefano

Obs:Este poema foi composto em duas partes,a primeira em Curitiba e a segunda  no RJ.       

O EMUDECIDO


  
> 
> Assistindo o emudecer  penoso dos dias,
> procurando crer e descrendo de tudo
> saio a percorrer o enlêvo do chão
> este chão movediço e trêdo;
> leio anátemas que vão da pedra ao néctar,
> é a humanidade a sangrar páramos
> onde a besta jacta e crua passa
> levando em bocas vadias
> o olhar  de cacto peçonhento e rudo.
> Rolam crânios de aço
> e transformam-se os ideais em armaduras
> para o emudecido e incurso vão,
> que anuncia em risonho ranger
> deste arado caos o hosana do porvir.
> -Ó vozes glorifiquem o pesadelo!
>                                              Tullio Stefano
>                                               Curitiba-Pr,16 de maio de 2005.
> 
> Ps:Este foi o segundo poema q escrevi nesta minha aventura ofídica,foi o título e o espírito da poesia inspirados no poema'Aos emudecidos'(An die Verstummend) de Georg Trakl,que tanto me marcou ao inicio de minha navegação no tempestivo oceano da poética.

FUTURO


               
Verdes linhas do invisível outono,
entre réstias de esperança incinerada
um filamento áureo
revivido e decantado nos porões
de memórias obsecradas.
Polém da legendária semeadura
história,da história,da história
rezam nascituras horas.
Fito o secular destino
faminto de futura caminhada
onde corteja o esquife do não nascido;
vanguardas espreitam o futuro dos
dejetos e reacendem fetos sob o cinza,
no pó a verdade fermenta,
o futuro é apenas uma cinza.

             Tullio Stefano
Rio de Janeiro-RJ,2007

REFUGIO E TORMENTA




Aqui deixado num violeta crasso de tormentas
buscando ouvir o som da porta a se fechar,
ver o brilho estacado e o fantasma da luz
pela parede,sem rumor,a deslizar;
enquanto por forças implacáveis
que me focaram devagar,
eu gritava e ninguém respondia o que preluz.
Berrantes,minhas esperanças me voltaram
do patamar enegrecido em que minha face alumiada
olhava as trevas e era vista,sem ver nada.


             Tullio Stefano

Rio de Janeiro-RJ,2007

domingo, outubro 07, 2018

Balas traçantes




traças que rasgam o céu comendo a vida

no breu cinzas quentes nos olhos da verdade

lama movediça sugando o sol de uma flor

Uma vela na ruela . No carrinho de mão a morada

vazia um cadáver verbaliza mais uma história  amor

daçada livre enfim voando na fumaça.

na poeira da calçada o sangue ainda quente

imprime a digital da violência

Assinatura de um crime na farda o gatilho do

Estado terrorista negociando almas supérfluas pro capital.

Direitos humanos só para a gente de bem que a bala perdida

não encontra       só o joão ninguém que nessa vida bandida

é inocente mas não tem guarida.





Wilson Roberto Nogueira


sexta-feira, setembro 28, 2018

quinta-feira, agosto 02, 2018

O animal estimado

No quarto onde dorme uma gatinha perscruta silente e pensativa a molhada paisagem da cidade impregnada de orvalho , olha e resmunga através das grades da janela entreaberta . O dia desmaia num entediado miado . Entronizada naquela surrada poltrona ela, languidamente se espreguiça , um vento cortante lhe passa pela espinha fazendo-a  se arrepiar . O móvel encostado à parede , que no passado  não muito recuado era alvo como suposta pura neve, agora entrementes estava abandonado , aquecido pelo conforto que brindava as caricias daquela siamesa curiosa pelo voo do pardal riscando os céus daquela estranha urbe humana.

Wilson Roberto Nogueira
Como poderei  ser um bom pai, querer ser aprovado e aprovar meu filho , se eu , mesmo sem ser pai fui sempre um filho reprovável. Falta-me aquilo que não faltará a minha semente -ao meu filho- a presença e os cuidados , a sabedoria dos meus grâo pais meus avós , por não ter vivido e vivida  convivência não ter existido entre eles meus pais.

Hoje sinto-me ressentido comigo próprio por não ter me alimentado da amizade e do amor dos meus pais.

A culpa maior porém cabe-me, não consegui galgar o cume das expectativas, não consegui cimentar em concreto a esperança , luz que em mim meus pais tinham focado.

Roubei as esperanças que depositaram meus pais no meu banco, banco de areia, frágil, desmanchado pelo vento.

As falhas não serão a herança podre para meu fruto , fruto que germinará dando origem a frondosa árvore _meu renascimento e meu orgulho.

Wilson Roberto Nogueira
As imagens das palavras não são nada comparadas a eloquência dos  fatos concretos .
Em suas pegadas  claudicam fatos nas pedras das versões do espírito do tempo e das conveniências.
Sem folego para a crueza , muitas vezes fétida dos fatos perdem-se no vazio.

Wilson Roberto Nogueira.
A memória nada mais é do que uma lembrança enlatada .

Jô Soares.
Tudo muda tudo passa neste mundo de ilusão
Vai para o céu a fumaça fica na terra o carvão.

Até nas flores se nota a diferença da sorte
umas enfeitam a vida outras enfeitam a morte.

versos citados por Anália Kolodycz Tonon.
A prova de que a natureza é sábia é que ela nem sabia que iríamos usar óculos e notem como colocou nossas orelhas.

Max Nunes.
Basta ir ao fundo de qualquer acontecimento histórico, noutras palavras , da atividade de toda massa de homens que tomaram parte no acontecimento , para se convencer de que a vontade do herói histórico não somente não dirige as ações das massas , mas que ela mesma está sendo constantemente dirigida . 

Lev Tolstói

quarta-feira, maio 30, 2018


segunda-feira, maio 28, 2018


sexta-feira, maio 25, 2018






quinta-feira, maio 24, 2018











quarta-feira, maio 23, 2018


Pego um livro e leio nas bordas outras vidas  ,
em letras ora miúdas como mexilhão no coral ,
ora  octopode  oculto na tinta de seu corpo evaporado na fuga
e me pergunto se velhos fantasmas
transaram no silêncio dos sonhos ;
outras vozes em mares revoltos ou na calmaria,
onde barcos pensam
outros destinos em outros mundos,  portos a conhecer.
Veias  em alva pele, macia ou já amarelada, não importa ;
continentes ocultos que lançam sombras luminosas
na orla da praia das sensações .
Uma simples leitura mergulha em mares profundos,
onde em cada nível, novas leituras são possíveis.
Quando o fôlego não deserta para deixar ao sol,
nosso cadáver naufrago.

Wilson Roberto Nogueira


Tente e retente que a tinta sairá do cuore ou do cérebro ou das cicatrizes ou da sombra
penso :equilibrar-se sobre um fio no alto do circo não tendo rede embaixo e ser franco e honesto consigo mesmo e com a morte.Usar o discernimento e o bom senso sempre senão cataplaft...
pode não ter nada a ver com a gíria parece uma erupção sem barulho de algo que assisti nas sombras dos sonhos.
levantar peso, a vida já faz; lançá-lo à distancia meu rapaz é o que satisfaz.A jóia do saber viver é aproveitar os detalhes da vida , focar na claridade sempre , mesmo no escuro...
preciso de drágeas de auto-engano para convencer a sombra que sou que sou sol
só sabendo ler na sombra que sou que existe sim a possibilidade da luz.

Wilson Roberto Nogueira.


a alma não ocultara a si diante do opaco espelho das opiniões
o caráter delineara mera sombra no empoeirado espelho
pálida vida velada de luares invernais sobre ruínas que prometiam sonhos
alicerces de nuvens
vidros partidos de janelas que não vêem o branco dos olhos dos dias
parindo da dilacerada visão cores onde apenas bruxuleiam fantasmas
janela aberta ao deserto nos olhos do abismo.

Wilson Roberto Nogueira


A cada dia, caía-lhe sobre os ombros pesados casacos de agonia
tão pesados, que os passos das horas eram grilhões a apunhalar
as veias da vontade de ser livre enfim .
Assim provava o sabor de saber-se vivo.

Wilson Roberto Nogueira



Alguns compenetrados, outros vagando pelos quadrantes da sala a consumir o tempo em lenta lenta agonia ou olvidando por completo os insondáveis caminhos das matérias .Outras personas a paisagem do teatro interpretando?Interpretando saberes e seriedades; outras profissionais catando códigos na busca por peneirar pedras preciosas de algum edital.Mais adiante zanzam a procura do que desconhecem, apenas flanando nas veias expostas de cidades imaginárias .Naquele canto alí , a natureza morta dos gestuais de sapiência dos abancados."Oito horas a Biblioteca fechará suas portas . "Os livros ficaram presos e dentro deles leitores fantasmas.Essa catedral não recebe sem tetos e suas correntes de pedras.

Wilson Roberto Nogueira.2009/19/09


tateia o tempo o coração da memória
com espinhos a escrever uma nova estória.

Wilson Roberto Nogueira


Naquele café esfumaçado bebia a si próprio , a cada gole ,enquanto o tempo passava .Impreciso caminhar."Que horas 'serão' , será noite ou dia ?Não importava mais, sua juventude se fechara e só restara uma lâmina de luz cortando os pés da porta.

Chegou em sua sórdida morada embora não tenha lembrança de haver caminhado até lá .Pôs-se a descamar-se de suas roupas e a medida que se aliviava delas , não encontrava sinal de si.A sombra que o perseguia , perseguia o sobretudo que ora o cobre de seu derradeiro inverno .

Agora entre o pó e as teias de seu quarto tornara-se o vulto translúcido de seu trincado espelho.

Wilson Roberto Nogueira


cada frase franze a testa do verbo abrindo sulcos
cicatriz do tempo a germinar rosas entre as pedras.

Wilson Roberto Nogueira


Ler no braço toda uma história - as placas de gordura , as pelancas, as casquinhas do ressecamento; tudo marcado pelas vírgulas das cicatrizes;cada letra com o devido pingo de sarna.Um pergaminho de deterioração, degeneração a espera do ponto Final.

O olhar perdia-se no opaco enredo de u'a estória de desenganos.

Wilson Roberto Nogueira

Comprara livros .Lia ?Eram vidas que o mantinham em pé.De si só vidas dos outros.Pensamentos-velas e idéias âncoras munição para o espírito.Até o jogarem no arquivo morto da repartição.

Wilson Roberto Nogueira


Um pequeno sol escurecendo a visão.
Na escuridão do quarto o olho cego de uma lanterna.
A porta arrombada de uma morada.
Um sórdido quarto de pensão
testemunha a prisão de um insone ladrão
de sonhos.

Inocência ausente desertora precoce
prece silenciosa diante do abismo e seu sorriso.

Porta aberta sangrando histórias que só as sombras sabiam.

Sob o colchão mofado acorda como quem se livra de afogar-se
o morador da pensão olha no olho da lanterna
o cano de uma arma.

Esteja Preso !

Wilson Roberto Nogueira.


É assim mesmo, a foto vai se apagando ou vamos dia a dia passando a borracha, virando a página...Viver é conviver ,fazer vínculos caso contrário é só existir. Se penso já tenho companhia. Embora seja tal um porre de vodka de fundo de quintal. O rato só aproximava-se da luz de suas lembranças para melhor conduzir as letras em suas fracas patas sujas de tinta e mesmo assim conseguia produzir um modesto verso que lhe agasalhava de sombras e sonhos.

Wilson Roberto Nogueira


só o que sobrou do sonho
é essa sombra no teu olhar
o pesadelo trêmulo no teu caminhar
é o vacilar dançarino do demônio risonho
a busca por algo invisível que a razão não alcança
são os passos incertos dessa dança.
letras incertas qual chuva de prateados
gafanhotos
afastam chateados garotos abreviados
de sonhos de proletária vida
a morte renasce em cada sonho que assassina
essa é sua sina.
a sombra no teu olhar
é a alma que desaprendeu a dançar.
tua seda sua sem amar
o mar te convida mas
mas não há mais nada
nada sobrou do sonho
na razão do teu amar.

Wilson Roberto Nogueira
2009


Cumpre o rito
sumário
a soma de uma vida
um grito ordinário
numa cópia rasgada
de Munch.

Wilson Roberto Nogueira
2009


Cai um pingo de tinta
e a palavra se cobre
de mistério.

Nada tema com o trema
não trema com a reforma
da Língua
Ela é carne viva
e não é só portuguesa
brasileira
afrolusobrasilofona
deixem morrer de fome
os cães de pedra da tradição
tais jazem no chão.

só o sombra sabe
onde desabrolhou
feliz Deisi.
Está deisiando olor alí
aqui agora acola
lelé legal
tri humus do humor.

Wilson Roberto Nogueira


Não lamenta

Não olha para trás

Não para

segue avante
Atrás caminha a Noite
a desenhar as curvas da alma.

A lembrança moribunda
seguir-te-á a serpe até o anoitecer
dos teus olhos.

Wilson Roberto Nogueira
2009


Noventa novenas para a névoa em forma de sombra
sobras de uma vida que dançava na tempestade
sonhando ser água pura fervendo no asfalto
marcas do silêncio no caminhar maldito da memória.
reza a estória que o fantasma sem nome alimentava-se
da fome, da guerra e da peste.
Faminto de fome não passou
da guerra bebeu todo o sangue
a peste sua assinatura nas crianças que não nasceram.
O espectro do esqueleto imortal perseguia a bruxa,
a macróbia camponesa pelos campos radioativos e rios
que suplicavam água para viver.
Voraz silêncio depois da chuva de metal
semeando campas em aldeias- lápides
só o fogo iluminando a lua ausente ao entardecer.

Wilson Roberto Nogueira
2009


deves deixar de ter as entranhas expostas
no açougue

falar em voz baixa para que meu coração
apenas seja ouvido pelas vísceras.

O coração é a luz intensa que dita os passos
da razão
É a luz que encobre as pedras dos ocasos
é a ração
diária de sangue que a vida cobra
daquele gauche que por hora veste
a armadura da razão

Wilson Roberto Nogueira


Entre u'a novela e outra.Pausa para o comercial telejornal.no mercado do entretenimento a noticia é show.mercadoria embalada a ouro de tolos alimentando de pedras de luz a angustia de mergulhar no vazio;alugando o tempo à névoa densa da ideologia onde a reflexão não encontra os próprios pés e segue informa(ta)da,fidelizada manada de consumidores tocada pelos apelos do carisma do olho luminoso da tele-visão, do galã e da mocinha.O IBOPE atesta a audiência da hipnótica força do dogma do verossímil travestido de verdade, na máscara do sorriso fácil ou da calculada expressão de seriedade .Seguimos contudo a desligar a caixa de ilusões e procuramos aquela edição do Hommo Videns de Giuseppe Sartori e caímos a larga na Sociedade do espetáculo mais uma vez .
Wilson Roberto Nogueira


Revestida de cinza e brancas rotas vestes
voam plácidos no abismo olhos de luz negra.
Cinzas voam livres e velhas prisões famintas
agora são ossos morada de flores.
flores de pétalas doces .
Janelas em prantos esperam horizontes
cicatrizes costuradas no aço arames são caminhos
veias da liberdade.Bebe a paz no elmo caído da guerra.
Todos nossos ossos secos ao sol são brancos.

Wilson Roberto Nogueira



fantasmas flutuam pálidos na meia da luz
cortina de sonhos na janela da alma.
pisca o vento murmurando antigas orações
coração do tempo bate aflito pulsão de morte
temperando a vida parindo da ferida uma semente de sangue.
Bate a porta e a morte desejada escapa deixando queimada
a morada da vida num beijo de aço e pus .
Na guerra a arma de destruição duradoura é o estupro.
No rosto da inocência a culpa eterna de ter nascido
a herança queimando na espinha a cada olhar
o silêncio estalando como um chicote
Passos na escuridão e no trovão uma bota no rosto
pegadas sonâmbulas na neve
velhos fantasmas da guerra
Ruínas de igrejas,mesquitas, sinagogas
Tantas casas vazias onde está o Senhor !!

Wilson Roberto Nogueira


O que respondo à flor dourada de pétalas prateadas
meu caule de carvalho velho curvou-se ao seu olor
Quão breve brisa soprou alento ao tronco enrugado
dores de juventude hoje não pesam na nova morada
amores de esquilos na alma inquieta
tronco  grávido de felicidade na madeira velha
a qual não se curva ante a tempestade...
Wilson Roberto Nogueira

A vida é um presságio
cobra ágio
da alma que nela não mergulha.
A vida é uma agulha cujo olho um lago olha.
Cega a lua vida que bebe de si o fél .
A vida é uma agulha cujo olho um lago olha.
Cega a lua vida que bebe de si o fél .
Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, maio 01, 2018

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que você tem

Renato Russo

A seca

Sol, a seca  que seca o chão, que aos poucos sufoca até a morte o gado e apresenta a mãe de Jesus aos natimortos do  sertão.Aldeias , vilas de poeira e caldeira a tudo o sol consome mas os "ome", estes não passam a dor da fome .
A cidade grande é temperada com a brisa de um beijo quente
O sol não arde na negra fornalha e não seca na alma o sonho
não testemunha a pesada corrente do arrastado sofrimento
do vivente teimoso e bravo nordestino.Lá o sol não seca o chão
como no coração do meu sertão onde deixei enterrado o meu coração
Vou para capital por que lá é o porto do meu destino.

Wilson Roberto Nogueira

Grilo

O cantor dos pobres

Fome

Dormi famintos do povo, e que os Deuses da comida vos guardem.
E se o verbo não sacia a vossa fome, que seja o sonho
Dormi sobre a nata das promessas e o liquido das palavras.
E que nas trevas as noivas de sonho vos deliciem
com fatias de pão reluzente como a lua cheia.


Mohammed al Jawari

Jamais será um leitor verdadeiro aquele que não experimentou o fascínio e a angústia diante de enormes prateleiras repletas de livros não lidos.

George Steiner. ensaísta

Brasil 90

Como toda nação ainda não chegou a perfeição, mas persevera no coração.
Para que o ideal não se torne inatingível  devemos acreditar no impossível
pois somos um povo incrível , disposto a lutar tanto quanto a amar
nunca cessaremos de amar a esse nosso Paraíso que a todos e todas
recebe com um imenso sorriso solidário.

Wilson Roberto Nogueira. 1989

Brasil 2018

Sobe sobre sua singular ética e nela navega na ilusão de levar vantagem afunda na fumaça que pouco a pouco vai pesando até esmaga-lo , ri do outro e não vê que seu destino não é diferente.
célula zumbi de uma  nação de identidades múltiplas, e nenhuma ,  a própria frondosa fresta tropical .
nada preservado das fibras do coração arrebentado ,segue patriota verde amarelo quando a vingança e o ódio lhe caí tão bem .Venalizado ideal do homem  mercadoria é o consumo até consumir a si no mercado das glórias vãs ou do vir a ser fugidio .

Wilson Roberto Nogueira

Noite

Da tua matriz
eu subo sem memória
e choro
caminham anjos, mudos
comigo, são imóveis as coisas,
em pedra mudada cada voz,
silêncio de cèus sepultados
teu primeiro homem
não sabe, mas padece.

Salvatore Quasimodo .

Fábula VIII As duas cadelas

De emprestar a casa, foge
todos vêm com pés de lã,
Porém o hospede de hoje
Sai-te o patrão de amanhã.

La Fontaine
Questionar o progresso é inventar o futuro

Fernando Gabeira

um único pensamento

Nas formas resplandescentes,
nos sinos das sete cores,
e na física verdade
escrevo teu nome

Paul Éluard

domingo, abril 22, 2018

Preconceito e xenofobia

Cada passo uma caminhada encarcerada num sujeito sem rosto que procurava uma face no espelho do outro e aos tropeços só conseguia sentir o sabor da dor e do sangue."Como encontrar no outro o reflexo de quem sou ? " É melhor para de arrastar o peso da incerteza e da busca da palavra -ponte na boca de outras cores ou a tradução das fibras nos intestinos de quem não queremos ver. Nossos fantasmas se agigantam nas sombras do que ignoramos, o outro veste-se de espinhos e chagas.Cavalgamos nosso ódio em direção a essa figura que invade a janela de nossos lares ameaçando invadir.
O que é a alteridade além do mugido dos fracos a rasgar as fronteiras de nossas consciências míticas .Segregar , compartimentar assim como congregar no odiar é tão mais empoderador como ser uma partícula de tsunami numa torcida de futebol ( ou num templo ), onda humana avassaladora .Incandescentes flechas de ódio projetando-se pelo poder do anonimato, manada de bestas feras se lançando  ao abismo.Parideiras de frutos tumorosos  que urgem sangrar nos amanheceres sombrios.

Cuidado com o fascismo ele mora em todos nós aguardando devorar nosso idealizado altruísmo, generosidade e igualitarismo. Muitos acreditam ainda serem cristãos , mas amam odiar o próximo e usam a bíblia como se fosse o Mein Kampf.

Wilson Roberto Nogueira

indiferença


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uUm fogo que queima feito gelo







Faraó do alto Lindóia

Um Macunaímico ser, artífice de seu próprio mito presenteava com as vísceras de sua deteriorada alma os convivas daquela sala com a sobeja refeição de imundície sorviam entorpecidos ou em delírio até descerem pelo ralo.

Wilson Roberto Nogueira

A banalidade do mal é faze-lo como que estivesse fazendo o bem.


Um diretor convicto,que afirma o seu dever de zelar pela escola cassando as aulas de um professor, por estar o administrador máximo preocupado pela saúde do professor; que reconhece os esforços do professor em ser um melhor profissional do que foi; mesmo assim.
Um Eichmann, um  burocrata  patriota, zeloso pela instituição do Estado (talvez seja por isso que no turno da manhã existam tantas salas apinhadas de alunos enquanto a tarde só existam sombras de potenciais alunos ), um diretor de uma escola  de  Curitiba Reich. Cinismo? não. Convicção
Recomendo ao nosso líder o livro de Hanna Arendt " Eichmann em Jerusalem. o mal não é espetaculoso e sanguinolento, ele é corriqueiro , banal no cumprimento cego de cotidianas normatizações sem questionamentos, só por cumprimento de um dever para com a Instituição, escola ( cassar aulas de um professor sem dar a mínima se ele não puder mais pagar a pensão ou as contas, se ao procurar aulas ele terá que perder outras  )ou Estado.
A fé cega na delação premiada de alunas ou alunos sem ouvir, sem levar em consideração a palavra do professor.Faz com que eu me sinta como os pais de minha avó paterna, um Jud , Herr  Director.

Wilson Roberto Nogueira

P.S. O texto acima é uma ficção .

sábado, abril 21, 2018

Somente a sombra segreda


o que o sonho revela

na leitura do dia

em algum cofre mal fechado

da alma

no espelho do olhar.



Wilson Roberto Nogueira
Arqueja no espelho da memória um animal ferido que lambe asperamente suas cicatrizes,
a dor lateja na lembrança e derrama quente seu rubramor que encontra morada na
mordida de vidamante no horizonte que cobre-se de Noite nesse espelho- nuvem,
que é a memória a qual insiste em trovoar velhas discussões acerca do vivido e do sonhado.
Acordar no disfarce da manhã a surgir outra embora sendo a mesma. Rotina que rói o a tela da memória e esquece de apagar as dores ,sinais de novas tempestades
mesmo quando o sol esqueceu de dormir.



Wilson Roberto Nogueira
Na íris um arco pálido oculta no baú da alma uma íris multi cinzas
mirando o passado esse lugar estrangeiro que se comunica com o presente
num alfabeto repleto de linhas de nanquim apagadas.

Wilson Roberto Nogueira







sexta-feira, abril 20, 2018

Um cofre onde são depositadas as vísceras d´alma d'outro e não só o coração
onde reside a difícil substância que ninguém quer d´outro beber.
é fácil tomar o néctar da felicidade forçada para não desagradar outrem com o peso da vida.
é o cofre onde se deposita o lodo negro doutr'alma e a decanta, e a torna,aos poucos
cristalina, refletindo a luz enfim.
Um cofre a guardar a  pesadalma e a torná-la leve pela lealdade.

E fácil ser superficial em mornos tempos líquidos.


Wilson Roberto Nogueira

domingo, março 11, 2018

esclarecimento

o texto A Saga de Moscou foi escrita nos anos da tomada do poder pelos 'democratas' e durante o governo do excentrico Yeltin.

A Saga de Moscou na camera de um novo russo III

O que vira depois do nada , do caos, em que se tornou a extinta URSS

Legiões de  deserdados , eslavos da desunião, descomunais cachoeiras vivas estourando nos muros da fortaleza Europa e entrando por entre as suas frestas,transformando as ruas em feiras livres , batendo as carteiras e enredando as vielas com as teias de novas e violentas mafias.Transbordando as praças com a desesperada beleza faminta das jovens escravas russas.

A luz feerica da prosperidade europeia atraindo angustias, fomes e desejos no desespero de sobreviver mais um dia.

O oceano da miseria foi represado na propria Russia.Os sinos de todas as igrejas e mosteiros voltaram a tocar na alma do povo russo.Na era das tribulações a fe estoica, a resiliencia e os novos boiardos , a nova oprishna , novos czares.

A Europa e a America irrigam com milhoes a Russia , fazer levantar um capitalismo dependente que segure os pobres proletarios e os vassalos empresarios aos ditados do ocidente ao seu marionete Yeltsin e aos parasitas oligarcas seus ministros new capitalistas gangsteres que,com fome pantagruelica devoram os recursos financeiros capazes de reerguer a economia do pais .Os ministros empresarios corruptos, os oligarcas são os novos boiardos e yeltsin um czar fraco bufão bebado , o amigo dos Clinton e de Kohl mas que para os russos e o semeador de prostitutas e assassinos mafiosos, vergonha para a Russia , responsavel por destruir o orgulho nacional, reduzindo a Russia a um circo de horrores.

Desse caos a Sagrada Russia reerguer se a seja pelas maos ensanguentadas de um novo czar ou de uma versão russa do sebastianismo luso em um estado burocratico autoritario para por fim a essa democracia circense onde o povo e o tragico palhaço do circo de moscou

A Saga de Moscou na camera de um Novo Russo II

Um furacão de mudanças,  outrora com muito custo controlado, ate os imortais da historia marxista, para as novas classes dominantes parecem jazer frios em seu sono eterno ,aparentemente idolos  mortos em seus pedestais, Lenin, Marx, Dzherzhinski, nenhum deles saiu ileso da furia avassaladora da historia na correnteza da massa eslava.Transbordaram 74 anos de opressão

A URSS tirou seu gasto sobretudo por outro o da CEI,que ninguem sabe se sera capaz de suportar o rigoroso inverno de exacerbados nacionalismos e rivalidades etnicas,anti-semitismo,a brutal queda no padrão de vida com aumento do crime  ,prostituição e gangsterismo empresarial,corrupção e uma transformação da Russia inteira numa versão russa de Chicago dos anos trinta.A Russia abrira mão do controle sobre suas areas de influencia historicas por um pedido do Tio Sam

A America sera a parceira do desmonte, da desconstrução daquilo que um dia foi o sonho de uma nação que se transformara em pesadelo no stalinismo, agora as russas e russos poderão vestir-se com pesadelos made in america. Mas sempre existiram aqueles russos que navegarão sobre os cadaveres de seus compatriotas .A corrida  ao new russian way of live esta dada.

Antes a Russia jogara para a cova comum aqueles que se aproveitarão de suas cicatrizes abertas para arrancarem nacos de sua carne.Chechenos ou sejam quaisquer outros.

A saga de Moscou na camera de um novo russo I

O funesto espectro do stalinismo retornou das reacionarias sombras ,arrastando as correntes da opressão.Vivenciado pesadelo de sangue e sofrimento.Diante dele, um povo unido no destemor ,invenciveis a erguer barricadas com seus proprios corpos na defesa da ameaçada liberdade recem parida.Conclamando os bravos soldados a abandonarem aqueles comprometidos com a alma dos sonhos sangrentos  de Stalin

Os conjurados mobilizaram assustadores ursos de aço que não puderam devorar  a liberdade, a chama da liberdade aquecia a coragem daqueles russos e russas.

O grande sisudo parlamento da Federação Russa tornou-se uma  fortaleza cercada por intransponivel fosso de milhões de almas embriagadas de indignação e coragem. Um torrido sol que expulsou da terra as serpentes que desejavam envenenar a Glasnost e a Perestroika, jogando a Mãe Russia num inferno de mais 71 anos

Varios nomes continuam e continuarão presentes na mente de cada cidadão, perpetuando-se pelas gerações.Yeltsin , o lider siberiano apelou para o nacionalismo do povo, tornando-se a alma da resistencia.Gorbachev,idealizador da abertura politica e da reestruturação economica, voltou de sua dacha pra ser desautorizado pelo presidente da grande Russia a prosseguir com seu arremedo de união sovietica light.

Quanto aos golpistas fracassados , Yezhov, Pugo,...manteve-se a tradição da justiça russa  com relação a prisioneiros politicos.


Os trapos constituiam uma segunda pele daquele residuo urbano ,flanando pelas cicatrizes da bebada urbe de pesadelos . Aedo delirante das encrustadas mazelas os nervos estiolados, contudo exalava as celas  do existir nas visceras das ruelas , desvivendo por momentos para melhor senti-las vivas.Ao pe do poste  no olor acre da fronteira um animal deserta em uivos,um cao e suas pulgas , suas pulgas partilhando do sangue de um trapo de veias e nervos buscando sua alma nos olhos do cao, seu irmao.


Wilson Roberto Nogueira
A minha patria e a palpebra cobrindo a retina de sangue .O exilio do coro de cores na harmonia da memoria presa no arame farpado das rosas de aço dessa paz silenciosa que tais ruinas sordidas contempla me . A  esperança molhara meus pes um dia , o sol da minha patria tratara de seca los um dia.

Wilson Roberto Nogueira

informe

o teclado esta no padrao anglo saxao,sem alguns acentos, ate configura-los digitarei e em outro computador corrigirei
AD MAJORA NATUS  (Latim )
Nascemos para causas maiores

vacilou na luz e o rosto se desfez em fumaça no casarão da memoria.

Wilson Roberto Nogueira
O poder isola na mosca azul quem sempre a viu como farol, torna-se alimento dela e depois e excretado em alguma lata de lixo.

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, fevereiro 21, 2018

"Эй, ухнем!" - Леонид Харитонов и Ансамбль им. Александрова (1965)

Camarada Comissário

Não, ele apenas deu uma gota minúscula do que é estar do outro lado.Não , o judeu não obrigará o alemão levar outro alemão para dentro de um forno crematório.Não senhora , ele o Juden também não ficará brincando com a pistola estando diante de uma vala comum com  centenas de corpos .O nazista  andará a pé até algum gulag na Sibéria ou voltará pra sua Alemanha.(depende em qual inverno ) deve  ele lembrar de Deus e orar para que o oficial soviético  e seus soldados não tenha passado por aldeias onde mulheres e crianças  russas, chacinados pelas ss e a sua gloriosa werchmacht..sua esposa não será  a lembrança de mulheres que já não existem mais .Nem a russa ou até mesmo a alemã.Que sorrirá com todos os lábios por um chocolate e um cigarro.Passará o soldado, murmurando, que só cumpria ordens e caso não as  tivesse cumprido ,teria sido morto, um manto de vergonha foi o derradeiro legado de hitler para a nação alemã.As vísceras de Dresden e Berlin urram para os céus e não existe uma única fresta para respirar ,para ressuscitar dos escombros, das cinzas .O soviético tenta não ver vinte milhões de pais , mães ,filhas, netos e mesmo  assim, judeu que é, não mata o alemão e dá o seu rifle a um fantasma ,que aos poucos retorna do mundo dos mortos e esse Herr viverá para encontrar no meio dos escombros, o que restou de luz nos olhos de sua família. Bom, o oficial do campo e os ss devem estar pendurados dançando por aí enquanto os cossacos tocam seu acordeom e  sua balalaica . Guerra é arame farpado rasgando a alma , cortando sonhos e abrindo com a dor outros olhos que jamais verão campos verdes e floridos até brotar alguma criança no útero estéril de tanto levar chutes de sombras que invadem amanheceres, uma gota de sangue molhando um sorriso no olhar .Olhos negros , castanhos , azuis de sonho rasgados de esperanças suando pétalas numa flor tocando o lábio do amante , esposa que espera no silêncio as sombras dos uivos vazios cansarem de açoitar .Ela um dia será sol novamente . ..Nada do que é humano me é estranho

Wilson Roberto Nogueira


quinta-feira, fevereiro 15, 2018

O mistério da primeira vez
O segredo obtuso de cada res
A rotina quebrada de cada mês
O  arabesco no cérebro , sob o fez
A fe  que se insinua ,quando não crês
Em tudo o labirinto onde andas.
Mas nunca o ves
Jose Antonio Silva .Labirinto (trecho )RS

Não tem  caminho novo ,so o jeito de o caminhar com o caminhar apreendendo
Prendendo a visão aqui e ali, resgatando toda a presença do vazio sereno ,tendo
No devir a virtude de ainda não existir.
Wilson Roberto Nogueira



A ignorância , a miséria  e a violência cavalgam sobre o enxofre da nossa sociedade, o xurume da corrupção estiolando a malha social, expugnando as derradeiras forças vitais da nação ,apática e abúlica sensação de impotência ,afinal as instituições ,torres de pedras imensas ,todas caíram, caíram sobre nossas cabeças pesadas de desalento. O niilismo amarra na certeza o dogma da naturalização do desastre nacional .
Abrem as pernas da mátria prostituindo o nosso solo, suas riquezas e o sol de sua esperança jazem a mercê de rufioes , os poderes sequestrados num conluio mafioso. O destino num cassino clandestino nos fundos de um bordel.
Isso não e o Brasil, não e o meu pais .
O povo como uma onda espraiara sua indignação e os poderosos assaltantes e farsantes caíram .


Amen.

Wilson Roberto Nogueira

Carnaval

A ALEGRIA DO AÇOUGUEIRO E O FESTIVAL DA CARNE
CARNE A COMER OS OLHOS.
OVOS MOLES FRITANDO
ENQUANTO O SANGUE EMSOLESCE  NO SAL
MELADO
ESCORRENDO FOLIAS SEM PECADO.

Wilson Roberto Nogueira


Levantou o lençol espalhando as ultimas pétalas do outono.
Wilson Roberto Nogueira

Palida flor inodora, qual e o preço de tua dor
Wilson Roberto Nogueira


O vento traz o murmúrio de metais partidos, estalam os farpados nervos da memoria .
Wilson Roberto Nogueira