segunda-feira, dezembro 10, 2018

CIDADÃO DO MILÊNIO



                     I

O rosto é esconso pela avenida
feroz o cinza nos dentes da rua
atroz o jazigo de encoberta vereda,
sombrio o raio,sombrio o transparente.
O triunfo cruel dos pés
no leito raso,catres de chumbo
grande o fosso de cérebros;
algoz a vereda ,raio mudo;
dedos confrangem a lepra cidadã
envilece num cofre assassino
empedernido sangue do século,
pare nas ventas de monitores
o bastardo filho do século.
                         II
O rosto é a pele do concreto
resvalado no cais de cada esquina
nesta pele que se esconde
o libélo do entardecer
epiderme esquiva,apátrida,
as veias de quiméra
escondem a avenida
irrompe beco e estrada!
caminho esconso daquele rosto
que tremeluz o atalho no semblante,
o sobrevir das vastidões
malha desmedida no apontamento
de palavras e letras que me fazem
para um viés de futuro
carpido nos munturos
o rosto recôndito da rua,
escrito e esconso pelas avenidas.

                                                 Tullio Stefano

Obs:Este poema foi composto em duas partes,a primeira em Curitiba e a segunda  no RJ.       

Nenhum comentário: