segunda-feira, dezembro 17, 2018

Vestibular 1996




O dia mal desperta e o rádio relógio explode acordando o mundo , é hora de abandonar o reino dos sonhos e ingressar na realidade.
Um banho gelado  , desperta defunto anima o vestibulando que paramenta-se para o combate- Aos exames ! – brada o guerreiro que armado de seus conhecimentos requeridos pelas provas sai destemido, à mão leva apenas caneta, lápis , borracha e os documentos – carteira de identidade e a inscrição.
Abanca-se num bloco de pedra colocado perto do ponto de ônibus, o coletivo demora minutos que parecem eternidades. Enfim estaciona o monstrengo, estava vazio. Meia hora de percurso até o supermercado Real da rua Y, vazio que estava a jardineira colhera muitas flores e muito mato pelo caminho, depois vomitou o vestibulando.
Contornando o Círculo Militar pôde observara imponência do Estabelecimento no qual seus conhecimentos serão avaliados  o suntuoso e tradicional Colégio Estadual do Paraná.
O pátio do Liceu estava tomado por uma chusma. À porta alunas de cursinhos distribuíam sorrisos, jornais estudantis e copos plásticos de água mineral. “Boas Provas !”
Acusava sete horas quando permitiram entrar. “Que palacete !”.O número da sala era o 670 da seção 1. (um ).Entramos, subimos dois lances de escadas, seguimos por um corredor  onde , pendurado, um olho de gigante nos observava, era um relógio imenso. No final do corredor à direita uma sala estreita onde 32 cadeiras estavam dispostas esperando.

Wilson Roberto Nogueira . 1996


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