quinta-feira, agosto 02, 2018

O animal estimado

No quarto onde dorme uma gatinha perscruta silente e pensativa a molhada paisagem da cidade impregnada de orvalho , olha e resmunga através das grades da janela entreaberta . O dia desmaia num entediado miado . Entronizada naquela surrada poltrona ela, languidamente se espreguiça , um vento cortante lhe passa pela espinha fazendo-a  se arrepiar . O móvel encostado à parede , que no passado  não muito recuado era alvo como suposta pura neve, agora entrementes estava abandonado , aquecido pelo conforto que brindava as caricias daquela siamesa curiosa pelo voo do pardal riscando os céus daquela estranha urbe humana.

Wilson Roberto Nogueira

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