terça-feira, julho 05, 2011

Cada passo,  caminhada encarcerada de um sujeito sem rosto que sai a procura da face no espelho do outro e, aos tropeços só consegue sentir o sabor da dor e do sangue. "Como encontrar no outro o reflexo de quem sou ?  "É melhor parar de arrastar o peso da incerteza e da busca da palavra-ponte na boca de outras cores ou a tradução das fibras nos intestinos de quem não queremos ver. Nossos fantasmas agigantan-se nas sombras de que ignoramos, o outro veste-se de espinhos e chagas. Cavalgamos nosso ódio a essa figura que invade a janela de nossos lares ameaçando entrar. O que é a alteridade além do mugido dos fracos a rasgar a identidade das fronteiras de nossas consciências míticas. Segregar e compartimentar assim como odiar é tão mais fácil e prazeroso como torcer numa partida de futebol ! O insulto e as palavras-flechas de ódio incandescentes projetam-se no poder do anônimato, manada de fumaça ácida, bestas feras se lançando ao abismo. Parideiras de tumorosos frutos que urgem sangrar nos amanheceres sombrios . Boas trevas século XXI !

Wilson Roberto Nogueira Jr

Nenhum comentário: