sexta-feira, agosto 30, 2019

ágora afônica


Cidade Deserto

Wilson Roberto Nogueira

O significado sinistro da imensidão vazia pulveriza o individuo e inibe a atuação do ator politico  do povo , o qual alienado, circunscreve sua relação à dimensão privada , sem as praças- que praças .Ou  esquinas . A sociedade  não se emancipa, apenas assiste as máquinas do poder, seu aparelho repressivo.
O povo preso vê os prédios de aço e vidro onde o público e o privado se fundem sem a intermediação da protetora das aparências a parede dos prédios públicos os quais refletem o próprio paradoxo da modernidade.
Cidade sem identidade que vincula a polis em sua ágora cercada de aço a funcionalidade instrumental no silêncio ensurdecedor da cidadania roubada .Desde os carros que violentam as calçadas expulsando os pedestres  até o assassinato de direitos  básicos a um teto , esta propriedade do  capital árido de humanidade.
Cidade despersonalizada oculta sobre a sombra das placas, violenta  a paisagem com a onipresença naturalizada da miséria animalizada dos resíduos expelidos da sociedade .A mercadoria força de trabalho abundante e esterilizada pelo rentismo e a especulação jogam-no lixo  os triturados seres do capital , agora mais parasitário posto que não cria  .
Na Urbe , as caixas onde barnabés e altos funcionários  atuam no cenário decadente  do drama da produção  pretérita  fazem sombras  que só testemunham os fantasmas que virão a assombrar os altos muros das fortalezas e dos caminhos vedados  dos bairros exclusivos  dos eupátridas do século XXI.
A sede e a voracidade das vísceras expostas das cidades estão com sede de sangue. A disfuncionalidade  distópica cobrará seu naco  de pseudo salvação e não será nas Instituições ,estruturas  de poder  tumorado  em suas metástases de anomia assassina da civilização  pela anti-pedagogia  de suas práticas os discursos  da desagregação criadora no cemitério  dos discursos  do nós contra eles.
A  máscara de uma identidade junto às massas , ao lumpesinato e ao fanatismo religioso e secular fragmentam e fragilizam o esfarrapado tecido social, a manipulação a partir da pulsão tanática do ódio e  do rancor contra  a elite intelectual progressista e aos movimentos sociais cujo imperativo é a radicalização dos direitos  humanos  contribuem para a desintegração social , terra arrasada semeadora da barbárie .

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