sexta-feira, julho 31, 2015

o espectro



Segue a peça movendo a complexa máquina produzindo a mais valia
Sugando dia a dia até roubar do céu as estrelas sufocadas pela fumaça
Da ideologia do contentamento escravo do trabalho libertador
Segue a fome , o frio do prato do horizonte vazio
Saltando poças e dormindo ao relento na morada nua da miséria
Segue a peça produzindo a pança dos suínos dourados mercadolatras
Refastelando-se na ostentação sob as bênçãos da mais nova mercadoria
A religião e o fetiche da fé na ostentação do ego da propriedade.
Segue sobressalente o lastro da vida na angústia de um tempo que foge
As gerações seguem solitárias na multidão anônima até que os ossos estalem o aço de seus grilhões.
Na floresta calcificada da miséria sê veem refletidos  e param com suas sombras
Encobrindo toda a máquina e esta impotente sucumbe e as estrelas passam a respirar
A Revolução.

Wilson Roberto Nogueira
1989


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