terça-feira, setembro 10, 2013

Ai de ti Haiti


Séria miséria baça lembrança, herança de grilhões.
Onde estará a luz da tua liberdade,presa na luz
dos teus olhos de enferrujadas baionetas?

A chama da alma presa em oferendas ,trancada na agonia.
Um povo enterrado vivo no esquecimento de estropiados farrapos de pele
de sangue sugado até a última gota pelo sacrossanto dólar.

Dilacerada cada vértebra dessa ilha em ruínas

À sombra do corpo fechado de Tontons-macoutes
terras e rochas,pneus e carne queimada
Fantasmas de ódio que se diluíram no alvorecer de um terremoto.
Manhã de sol que não trouxe esperança só o tremor das entranhas
das belas praias sangrando suas belezas de  criolles naîves.

Diáspora em botes banguelas bebendo água do mar
e saciando a fome de tubarões
guerreiros que fogem do medo se atirando no abismo.
Vinténs de vidas à deriva na vaga de almas espoliadas agarradas
com as garras do desespero a um naco de esperança.

Ai de tí Haiti você está aqui entre nós em nossos corações de trevas.
rindo com os alvos dentes da vingança dilacerando os sonhos da tua raça
de bravos Toussaints e Dessalines mirando as fazendas da Louisiana e mais além
num terrível brado de Liberdade.

Brado que ora se perde no pó de ossos soprados para ressuscitar na utopia chamada Brasil

Brasil pátria embrião mercadoria de aventureiros que se agigantou no sonho para se levantar
no Continente e jamais dormir, deitando sombra em suas feridas e em cujas cicatrizes
corre vermelho o sangue do seu povo de todas as gentes de cá e de ultramar.

Refugiados da desdita que procuraram amparo nos braços abertos da estátua
do American way of live e caíram nos guettos e nas prisões .
desertados pelas ilusões  procuram o calor e a verdade de dias menos açoitantes mais ao sul , no Brasil
evadidos da fome esses ébrios zumbis de introjetadas tiranias, entorpecidos pela superstição e
garroteados pela vilania de assassinos fardados, renascerão feitos de luz ,sentir-se -ão em casa
nessa terra chamada Brasil.

Bem vindos ...

Wilson Roberto Nogueira

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