sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Pó de poeta

Sonho
provocam
poemas
ou poemas
provoca
nos sonhos
outros poemas
poemas
nascem do pó
dos poemas
respirados pelas
nuvens
nos alvéolos dos
nefelibatas
levantando suas batas
de anjos ora demônios
nos pesadêlos pesam
correntes de poemas
também
na demência criariva
ativa a cria de poemas
de muitas cabeças
e caninos que por pouc
não experimentam
a tenra e suculenta
carne do poeta
que se consome
e não dorme
ou não acorda
enquanto tropeça
nos próprios pés
da poesia
que foge sem encontrar
o quê?
queijo com marmelada
ou café ou somente a fé
no sonho
que já não mais existe
o sonho estragou
a nata as mõscas comeram
A poesia procura
a morada final
em algum poeta
mesmo manco e caolho
mesmo sem canudo
mas que não seja escravo
das luzes fugazes da
vã glória.
Wilson Roberto Nogueira

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