quinta-feira, julho 16, 2009

Ele tentava encontrar dentro de sí uma idéia.
Escavava em areia movediça.
Letras estéreis se afogavam.
Caçava no vazio um galho
para escapar da angústia que o tragava.
Navegava cego ...
Levantou e foi respirar dentro de uma garrafa
sorveu uma tempestade e tropeçou no gato.
Continuou esperando...e esperava...
Quando estava prestes a entrar num bordéu parisiense
da Belle Epoque,uma cortesã abriu a porta
e os olhos da consciência se fecharam em definitivo.
Acordou num barraco sórdido deitado num colchão esverdeado de vida.
Continuava árido e com um gosto de cadáver na boca;ao seu lado uma mulher com um sorriso feito à navalha e celeste de tão branca...ela estava morta.

Wilson Roberto Nogueira

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