Esperanças douradas roubam sonhos
no alvoroço de moedas em bolsos fundos
não acalentam consciências.
Caem alguns vinténs nas mãos encardidas
alívio infla de bondade quem aperta a carteira
e apressa o passo burguês desviando na calçada.
Mais um que paga à morte mais uma noite de vida.
Relâmpeja o ódio a cheirar querosene e carne podre a queimar
Céu sem urubus e alma plena despejando o Cristo no Natal.
Chega em sua casa cinza e satisfeito por mais um dia de trabalho,
ora agradecendo a Deus e dorme em seu sonho .
Acorda disputando com um rato restos podres num lixão.
Inferno ou céu que importa!
Wilson Roberto Nogueira