sexta-feira, fevereiro 05, 2010

O calor do nordeste mudou-se para Curitiba
abençoando de suor as madrugadas.
A cada passo carrego dois de mim.
Quisera ser sombra ou fumaça.
Sou pedra da calçada.
Nessas calcinadas histórias respira a rua
chamando a chuva que nunca chega.
Sobem espíritos no humo feito águias
fazendo ninhos no sol.
Quisera ser sombra ou fumaça na respiração dos deuses
que castigam os caminhos e que desnudam as vontades
tão voláteis e humanas.
O calor do nordeste mudou-se para Curitiba
na agrestia dos rostos fechados das casas
e dos muros em procissão.

Wilson Roberto Nogueira

Um comentário:

lucretias disse...

vc faz magia em segundos.
muda pensamentos e surge luz
agua com brasas....
amei o que vc escreve.