sábado, julho 21, 2012


no olho do deserto um beduíno
no olho do beduíno um coração
uma chama esperando o oásis
tempestade de areia
cobrindo os olhos de miragem.
uma chama presa na alma
mirando os olhos de Deus nos olhos da noite.
alvorecer de cimitarras .

Wilson Roberto Nogueira
Como o amanhecer é renovador quando não nos restam amanheceres para lembrar
A cada amanhecer não lembrado é um pequeno sol imaginado no coração
construindo possibilidades que não se concretizarão
mas que não serão assassinadas pela certeza de sua impossibilidade.
Esperança, utopia...um lamento oculto no imponderável.

Zig Heil   Herr Alzheimer.

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, julho 13, 2012

domingo, julho 08, 2012

O Senhor não foi totalmente insincero, não faltou integralmente com a sinceridade;agiu com cordial prudência para evitar o sepuku espiritual do acadêmico que uma vez expugnado em seu amor próprio ,estaria a procurar a faca guinso de sua frustrada existência cortando à fio laser seu infortúnio . Domô Arigatô.
A quantas gerações; colegas tiveram opiniões positivas a meu respeito ?Não lembro de ninguèm da turma de 1997 que se arriscaria a construir um perfil positivo na forma de comentários favoráveis ao meu desempenho acadêmico.
Agradeço seus elogios que , penso terem sido fabricados com a melhor das peças.

Ass: Nokasako Thenwara.04

Wilson Roberto Nogueira

sexta-feira, julho 06, 2012

As crianças são olhos de água cristalina
singelo alimento renovador revitalizando
alvoreceres onde se imaginara noites eternas.

Wilson Roberto Nogueira

A banalidade do mal é a nossa natureza
 nossas selvas  fósseis que alimentam
nossos pulmões como os venenos que saem
dos escapamentos.Sabe-mo-lo deletério mas
desejamos ter o automóvel poluente.
A máscara blasé da nossa burguesia.
naturaliza a pútrida urbe parida invisibilizada
de desprezo.
caem carcaças ao redor evisceradas pelo Leviatã
que consentimos alimentar.

Wilson Roberto Nogueira

Machado de Assis


Desnaturalizou a vocação
era só uma ilusão
teimosa, a cismar
que aquele fio de luz
escondia um salão
mobiliado de tesouros.
adventício cometa riscando a miragem.
só uma fuligem de ouro de tolos
nada mais.

Wilson Roberto Nogueira            

quinta-feira, julho 05, 2012

poeiras sobre a estante.




   Todas as noites ele voltava par a aquele  mesmo  quarto  de pensão   para reencontrar   os móveis velhos e os livros gastos,os jornais  carcomidos por notícias  de novas notícias velhas as quais  se repetiam nos telejornais  -no estuário da ilusão.
   Deitava-se na prisão de seus sonhos   sem luzes,sua cama de colchão mofado e travesseiro babado  de salivas  de um idioma  de sonhos  em pedaços   ,exalando  o enfado de seus  fados  oníricos  sem poesias   só a ilusão  do pó de seus dias.
   Levantava-se sempre com o coração  soterrado  por correntes  de aço ,as quais não mais sentia  acostumara-se a elas ,ao peso do  barulho  ao caminhar ,ao caminhar   molhava a testa enrugada com a água salgada  de sua  existência ;não clamava  pela  fragorosa  flagrância  da derrota  dos exércitos  de pano diante  do fogo de ideais de incêndio ,os quais na batalha  dos dias  de juventude   duraram tantos minutos  de poeira soprados  com o mau-hálito da   escória da memória  ,que escorria  pegajosa  no olho da janela  ,tão  opaca que  a menina morena de seus olhos ,cega não vira o sol que  lhe sorria  e beijava-lhe    com uma piscadela para vê-la uma vez mais dançar.

                      Wilson Roberto Nogueira