A cada sapo que engolia o Joaquim , sentia o tempero da
morte. Temperava com ácido suas vísceras e provava de seu sabor dia à dia .O ser humano
tem a vantagem de morrer muitas mortes
numa mesma vergada vida .Sob o peso dos dias a máscara burguesa da
tragédia esconde um sorriso sarcástico .soda cáustica refrescando o excesso de lâminas de aço das presas à
mostra envoltas em abraços que cortam as jugulares dos corações que não
aprenderam a ler.As caixas de carne e ossos não registram o silêncio do jazigo
,pois não tem ouvidos para ouvir o coaxar pútrido dos sapos ao lado de suas
próprias lápides .
O cotidiano é um pântano habitado por anfíbios sociais,
cobras e répteis de toda sorte a engolir
ratos e outros de sangue quente . Sangue frio é a couraça do cego engolidor de
sapos que pretende ser um engolidor de serpes.
Wilson Roberto Nogueira
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