Tantas pessoas morrem
eu vi
Tantas
tontas mortes
enterradas
na ampulheta
da história.
Demora a sangrar
as cicatrizes da memória
nos cortes profundos
da escória que não escolhe
a morte mas a morte a escolhe.
Enterrada sob rochas do esquecimento
o piso rubro dos monumentos.
camponeses e proletários
lumpem
caminham em sombras cobrindo
o velho fantasma...
Pode demorar a sangrar
as cicatrizes da lembrança
única tua herança
pó ao vento ferindo os olhos das feras.
Uma pedra na laje rachada.
Corte no tecido do teu trajar.
Wilson Roberto Nogueira
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