quarta-feira, setembro 24, 2008

Nas beiras da banalidade

Nas beiras da banalidade gente
que morre espancada faz parte
da paisagem da cidade
A miséria é equipamento cultural
da selva do turismo social e sexual.
A beira do abismo a fera pára
mostra os dentes do desespero
e a mortalha encobre os escombros
dos vultos que votam
dos vultos que vagam ganindo de fome
à mendigar dignidade em orações encharcadas
nas escadas dos templos.
A fé é um artigo muito caro
porque todos procuram
nas lojinhas das Igrejas onde o Cristo foi despejado.
Ele não atendia aos requisitos do Deus Mercado.
Wilson Roberto Nogueira

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