terça-feira, abril 24, 2012

Atropelamento

O quero quero está quieto.E o pardal castanho não sente a perda.




O pardalito vê apenas as penas do pombo glutão voarem.



O goal do gato ,avoante na boca vermelha de festa do negro gato .



Mas havia um felino no meio da rua , no meio da rua havia...



depois um tapete de pele e tripas sob as rodas da caixa de aço



animal faminto de intestinos de insanidade humana.



Estropiado à margem do rio de vorazes luzes e velozes rugidos,



o cão ganindo, presta homenagem ao seu fiel adversário que faria lustros



naquela mau humorada manhã.Não sobrou nada para comer.



O frio fedia chuva de água empoçada da urbe pálida e moribunda.



O rato saltitava olhos de urina até deixar-se cair numa boca de lobo.



cidade selva dos grandes e pequenos animais de almas limpas ou sebosas



mas todos filhos de adeuses.









Wilson Roberto Nogueira

Nenhum comentário: