domingo, maio 20, 2012

Jangadiando


O céu parindo trovões e o mar a construir dos abismos as mais altas montanhas de fúria.
A jangada joga capoeira com a morte sem esperar um amanhã.
Braços feitos do aço da vontade.Amarram a alma àquela casca presa a vida por um fio de seda que em aço se transforma o ideal.
As correntes da vontade a persistência laceram as veias da alma.Os abutres da fúria devoram a visão dos ossos da espinha que se estiolam.A casca cobre-se de sal e sangue.
E assim acaba o cadáver de mais um dia de heroísmo de um grão de areia frente ao vento, ao mar e a vida.
Como seria doce morrer no mar, por enquanto vejo o doce do sorriso no corpo da  mulher a esperar o sustento de sua vida.
Acordo com uma vara derrubada numa lagoa suja e uma esquadrilha de murissócas a furarem meu rosto com agulhadas ardentes, saio em debandada carreira.

Wilson Roberto Nogueira

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