Voou para longe minha procura
no mapa da rua do desengano
uma viela serpenteava de lama
meus passos
caminhavam por outras datas
memória dos pés no meu destino
Ele é um amigo ou
agora amigo não é?
Nós partilhamos um pouco.
A competitividade em tudo.
Ele escolheu a estrada principal.
Eu as vielas da
periferia.
Sentado à minha toca,
a viver nas sombras
as
as restantes luzes da noite.
A noite é quente como um cobertor
que me transborda
Um veneno que vai paralisando e
libertando do mar devorador da angústia
Por que é que estáis com
agulhas?
Para saber,
à espera do caixão.
Toda a minha vida foi vingança.
Por orgulho. Ele é surdo e mudo.
Fácil de se ir uma
última vez , inocente
Não para ninguém.
Não para ninguém.
Wilson Roberto Nogueira